Jornalismo Por 01/02/2011 1
Identificar o que cada criança da turma já sabe O que é
Ações Mapa
dos saberes é a base para formar grupos "Quando comecei a alfabetizar, não utilizava os resultados dos diagnósticos em sala de aula. Hoje, o mapa da classe funciona como um subsídio obrigatório para a organização de grupos de alunos com saberes próximos. Uma criança pré-silábica precisa
de uma ajuda muito diferente de uma alfabética, por exemplo. Além disso, o diagnóstico me ajuda a planejar atividades diferenciadas. Ao mesmo tempo em que trabalho textos de memória com os que estão em hipóteses menos avançadas, promovo a leitura com os que já sabem ler." Elienai Sampaio Gonçalves de Brito é professora do 1º ano da EM Barboza Romeu, em Salvador, BA. Os erros mais comuns - Não usar as
informações da sondagem no planejamento. Os dados do diagnóstico devem orientar as atividades, os agrupamentos e as intervenções. - Não planejar atividades diferentes para alunos alfabéticos e não alfabéticos. Os que já dominam o sistema de escrita precisam continuar aprendendo novos conteúdos, como ortografia e pontuação. 2 Realizar atividades com foco no sistema de escrita O
que é Ações Listas para desafiar a turma a escrever "Tenho clareza de que as crianças refletem sobre o sistema de escrita quando são desafiadas a ler e a escrever. Meu foco são os que ainda não estão alfabéticos. Para eles, preparo listas (de frutas, dos nomes da chamada etc.) e textos de memória (músicas, adivinhas etc.). Procuro ainda respeitar o tempo de evolução de cada aluno. Não dá para forçar que ele mude de hipótese só mostrando o que está errado. Esse é um processo cognitivo que depende de cada um." Angela Viera dos Santos é professora do 2º ano da EE Josefina Maria Barbosa, em São Paulo, SP. Os erros mais comuns - Deixar o aluno escrever sem intervir nem fornecer informações. A criança só avança ao receber ajudas desse tipo do professor. - Pedir que os alunos copiem textos. Esse exercício mecânico pode, no máximo, ajudar a memorizar. - Não desafiar os alunos a ler. Procurar nomes em listas, por exemplo, é essencial para entender a lógica do sistema de escrita. 3Realizar atividades com foco nas práticas de linguagem O que é Ações Produzir textos antes mesmo de saber escrever convencionalmente "Em minha turma, todo dia leio uma história de literatura infantil. Dessa forma, as crianças entram em contato com a linguagem que se escreve - que, em vários casos, tem marcas distintas da oral. Também atuo constantemente como escriba. Quando vou escrever um cartaz, por exemplo, peço para os alunos me ajudarem com as ideias e que pensem na melhor maneira de comunicar o que queremos. É utilizando a língua escrita em contextos reais de comunicação que as crianças aprendem a ler e escrever de forma autônoma". Luciana Kornatzki é professora do 1º ano da Escola Desdobrada Jurerê, em Florianópolis, SC. Erros mais comuns - Ler para a turma sem destacar as características da linguagem. Depois de uma primeira leitura completa, é fundamental mostrar as expressões que ajudam a construir a forma e o significado dos textos. - Explorar apenas as características de cada gênero sem produzi-lo. Conhecer a estrutura não garante as condições para a produção. Aprende-se a ler lendo e a escrever escrevendo. 4 Utilizar projetos didáticos para alfabetizar Contemplar, na rotina da classe, um processo planejado com a participação dos alunos que resulte em um produto final escrito (uma carta, um livro, um seminário etc.). Esse tipo de organização do trabalho preserva a intenção comunicativa dos textos (informar, entreter etc.), respeitando o destinatário real da produção. Com isso, fornece um sentido maior para as atividades a ser realizadas pelos alunos, já que eles sabem que o resultado final será lido por outras pessoas, além da professora. Nos projetos didáticos, as crianças enfrentam situações e desafios reais de produção. "Com isso, aprendem usos e funções da escrita enquanto aprendem a escrever", explica Cristiane Pelisssari. Uma das principais vantagens do trabalho com projetos didáticos é a possibilidade de articulação entre momentos de reflexão sobre o sistema alfabético e sobre as práticas de linguagem. Outro ponto positivo é a criação de um contexto para a leitura e a escrita: por estarem debruçados sobre determinado assunto, os alunos conseguem ativar um repertório de conhecimentos sobre o tema que estão pesquisando para antecipar o que ler e saber o que escrever (leia o depoimento abaixo). Ações Escrever para ser lido e compreendido "Nos projetos didáticos, as crianças têm mais facilidade para tentar ler e escrever autonomamente porque conhecem o tema em que estão trabalhando. Outro destaque é a possibilidade de aliar a discussão do sistema e das práticas de linguagem. Num projeto sobre lixo, por exemplo, escrevemos listas de objetos recicláveis e mergulhamos na análise de bons modelos de panfletos informativos para criar coletivamente nossas próprias versões." Ana Karina Zambaldi é professora do 1º ano da EMEB Professor Nelson Neves de Souza, Mogi-Mirim, SP. Erros mais comuns - Focar o trabalho excessivamente no produto final. Os alunos aprendem muito mais com todo o processo do que com a chamada culminância. - Não aproveitar os projetos para refletir sobre o sistema alfabético. Os alunos devem realizar registros e ter atividades de leitura em diversas etapas, articulando o sistema de escrita com as práticas de linguagem. 5Trabalhar com sequências didáticas O que é Ações Ler várias versões para conhecer recursos de linguagem "Uma das minhas sequências preferidas é a leitura de várias versões de um mesmo conto. Cada aluno se identifica mais com uma versão. Debatemos as diferenças entre as versões e nos focamos na linguagem. Às vezes, leio um livro cuja história começa com 'viveram felizes para sempre'. De cara, a reação dos estudantes é de estranheza, mas contribuo para que eles entendam que existem muitas formas de contar uma história, que a escolha das palavras e da ordem do texto muda muito a própria história e o sentido que ela traz." Valdeci Gomes Oliveira da Silva, 48 anos, professora do 2º ano da EE Benedito Gomes, em Santo André, SP Erros mais comuns - Prever atividades sem ligação ou continuidade. Uma atividade deve preparar para a outra. Pode-se, por exemplo, começar lendo uma versão tradicional de Chapeuzinho Vermelho e terminar com uma carta do Lobo a Chapeuzinho. - Não ter clareza dos objetivos da sequência didática. É fundamental ter em mente o que se quer ensinar e o que deve ser avaliado. 6Incluir atividades permanentes na rotina O que é Ações Desafios diários de leitura e escrita "Meus alunos já sabem que todo dia vamos ler um texto diferente. Em alguns dias, são contos e, em outros, lendas ou textos informativos. Aproveito que eles conhecem muitas histórias para colocar os títulos preferidos no quadro e desafiar a turma a ler o que está escrito. Além disso, todo dia as crianças escrevem textos variados: listas, cruzadinhas, bilhetes... É uma forma de ajudá-las a se aproximar, ao mesmo tempo, das características do sistema e da linguagem." Elaine Barli Bacilli é professora do 1º ano da EM Rui Barbosa, em Umuarama, PR. Erros mais comuns - Não propor atividades com foco no sistema de escrita. É fundamental incluir atividades permanentes que levem a pensar sobre as relações grafofônicas. - Insistir na leitura de um único gênero textual. As crianças precisam ter contato e familiaridade com uma variedade grande de textos para que consigam se comunicar por escrito em diferentes situações. Quer saber mais? Acesse a página especial de Alfabetização da NOVA ESCOLA! CONTATOS BIBLIOGRAFIA Veja mais sobre:O que são modalidades organizativas do trabalho pedagógico?MODALIDADES ORGANIZATIVAS:UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR
Ao propor uma nova abordagem de ensino e aprendizagem, a escola necessariamente leva, no primeiro momento, os alunos à construção de novos valores, habilidades e atitudes, aliados à construção do conhecimento científico, baseado em novas práticas.
Como deve ser organizado o trabalho pedagógico na escola e sua relação com a alfabetização?O contexto escolar deve ser um espaço alfabetizador, que promova experiencias significativas, para isso o professor pode apostar na criatividade articulando materiais concretos aos objetos de conhecimento a fim de desenvolver as competências e habilidades previstas no seu planejamento.
Como deve ser a organização do planejamento pedagógico nas turmas de alfabetização e letramento?Em relação à turma de alfabetização, é relevante estabelecer métodos adequados com os níveis psicogenéticos dos alunos. O ambiente alfabetizador precisa ser agradável, conter alfabeto, números, cantinho da leitura entre outros, para assim colaborar com o processo de alfabetização das crianças.
Quais são as 4 modalidades organizativas do planejamento citadas pela autora?Selecionamos quatro modalidades que nos parecem contribuir bastante com a organização do tempo pedagógico: atividade permanente, seqüências didáticas, projetos e atividades de sis- tematização.
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