Quais eram as principais características da produção canavieira do Brasil?

O plantation foi um sistema de exploração colonial utilizado entre os séculos XV e XIX principalmente nas colônias europeias da América, tanto a portuguesa quanto em alguns locais das colônias espanholas e também nas colônias inglesas britânicas. Ele consiste em quatro características principais: grandes latifúndios, monocultura, trabalho escravo e exportação para a metrópole.

Através dos grandes latifúndios, com suas extensas terras, era possível produzir em grande escala um único produto, o que se denomina de monocultura. No Brasil, utilizou-se inicialmente a cana-de-açúcar, mas depois veio o algodão, o fumo e o café. Geralmente eram produtos tropicais que eram plantados nesses latifúndios.

Esses produtos tinham boa acolhida na Europa, o que levava essa produção a se destinar quase que exclusivamente ao comércio externo com as metrópoles europeias, suprindo o mercado desses locais. Esse comércio garantia altos lucros, sendo que nas Américas portuguesa e espanhola adotava-se o monopólio desse comércio externo, situação que não se verificava nas colônias inglesas.

A mão de obra utilizada no plantation era a escrava, quase que exclusivamente composta por africanos escravizados. Além de ser um suprimento da força de trabalho, o comércio de escravos gerava imensas riquezas para os traficantes de escravos.

Assim, o plantation proporcionava o chamado comércio triangular, em que os produtos tropicais eram vendidos na Europa em troca de tecidos, armas e álcool, que, por sua vez, eram oferecidos aos mercadores africanos em troca de escravos. Estes eram levados às colônias para trabalhar nos latifúndios monocultores, que produziam produtos tropicais, mantendo, dessa forma, este ciclo comercial.

O plantation criava ainda uma estrutura social de dominação centrada na figura do proprietário do latifúndio, o senhor, que controlava a vida das pessoas que estavam sob sua alçada. Obviamente que o controle não era total, pois na história geralmente os explorados criam formas de resistir e fugir à exploração. Havia ainda pessoas que auxiliavam na administração dos latifúndios, indicando que não tinha apenas a existência do senhor e do escravo.

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A principal representação do plantation é a Casa Grande, o local de moradia do senhor e sua família. Em oposição à Casa Grande há a senzala, local de moradia dos escravos. Existiam ainda casas para as pessoas livres que auxiliavam nos demais trabalhos do latifúndio. Na Casa Grande havia ainda uma interligação entre a família do senhor e os escravos, sendo que estes realizavam os trabalhos domésticos, cuidando das crianças e, muitas vezes, servindo de várias formas ao senhor, quase sempre contra a vontade.

Apesar da predominância de o comércio ser destinado aos mercados externos, era necessário produzir para as pessoas que habitavam a colônia. Nem sempre essas necessidades eram conseguidas apenas com a importação. Dessa forma, apesar de marginal, havia uma produção para um incipiente mercado interno.

Quais eram as principais características da produção canavieira do Brasil?

Casa Grande no sul dos EUA

O plantation fez parte do que se considerou como colônia de exploração, em contraposição à colônia de povoamento. O exemplo de colônia de povoamento foi a prática colonial inglesa no norte de suas colônias nos Estados Unidos. Mas essa definição consiste em uma generalização que não correspondia ao que realmente ocorreu. Por exemplo, no Brasil, houve uma colonização pautada quase exclusivamente no plantation, mas se constituíram núcleos de povoamento e surgiu um mercado local.

A principal diferença entre a forma de colonização ibérica e britânica estava realmente relacionada ao controle fiscal, já que os ingleses eram menos rígidos que os espanhóis e portugueses.


Por Tales Pinto
Graduado em História

Pré-produção

Conteúdo atualizado em: 21/02/2022

Autor

Carlos Eduardo Freitas Vian - Consultor autônomo

As características estruturais básicas do setor canavieiro nacional foram herdadas da longa fase de planejamento e controle estatal, ocorrida antes da desregulamentação do setor, em 1990. Os principais aspectos institucionais eram:

  •  produção agrícola e fabril sob controle das usinas;
  • diversidade dos meios de produção, especialmente na industrialização da cana;
  • baixo aproveitamento de subprodutos e competitividade fundamentada, sobretudo, nos baixos salários e na expansão da produção.

Havia muitas diferenças técnicas entre as Regiões Norte-Nordeste e Centro-Sul e, mesmo dentro das regiões, existiam diferenças acentuadas de produtividade e escala de produção, sendo que tal cenário prevalece, ainda hoje, no Brasil.

O processo de desregulamentação teve início em 1988, com o fim do monopólio das exportações de açúcar e das cotas internas de comercialização, seguido, em 1991, pela extinção das cotas de produção. Em 1998, o Governo Federal, por meio de portaria do Ministério da Fazenda, liberou a comercialização do álcool combustível. Após três adiamentos seguidos, em fevereiro de 1999 foram liberados os preços de todos os produtos da agroindústria canavieira: cana, açúcar cristal e etanol anidro e hidratado. As mudanças institucionais que ocorreram na economia brasileira desde a primeira metade dos anos 1990 causaram impactos diretos sobre o setor canavieiro.

É importante ressaltar que o complexo canavieiro vem passando por um novo período de concentração e centralização de capitais, nas indústrias e propriedades agrícolas, que se revestem em concentrações técnicas e econômicas, já que, atualmente, fusões e incorporações se intensificaram nas regiões mais dinâmicas do setor sucroalcooleiro do Brasil, sobretudo, na Região Centro-Sul.

Paralelamente a isso, o setor industrial percebeu, na década de 1990, que a preocupação com os recursos naturais e seu uso racional poderiam proporcionar ganhos em um mercado cada vez mais competitivo e globalizado. Houve um gradativo incremento na demanda por sustentabilidade da agricultura, fomentado por movimentos ambientalistas, com o objetivo de preservar os recursos naturais e consumir produtos saudáveis, cuja produção não prejudica o meio ambiente.

Neste contexto, ações voltadas para a qualidade dos produtos, responsabilidade social e gestão ambiental estão sendo implantadas intensamente em instituições sucroalcooleiras de todo o Brasil. Por se tratar de um setor tradicional e economicamente importante para o País, a agroindústria canavieira tem se modernizado e acompanhado essas novas tendências gerenciais. É importante destacar que o papel desse setor no processo do desenvolvimento sustentável e na utilização racional dos recursos naturais sempre foi um assunto polêmico.

Foram características marcantes da economia canavieira no Brasil?

A implantação do cultivo da cana-de-açúcar teve grande êxito no Brasil colônia, sendo assim, a economia canavieira proporcionou grandes lucros para Portugal e Holanda. Cana-de-açúcar: o ouro brasileiro.

Quais as principais características da economia canavieira?

Principais características: - Cultivo da cana-de-açúcar nos engenhos com o objetivo de produzir açúcar para, principalmente, vender no mercado europeu. - Uso, principalmente, de mão de obra escrava de origem africana. Havia também trabalhadores livres remunerados nos engenhos, porém, em menor quantidade.

Qual o principal produto da economia canavieira colonial?

A economia açucareira no Brasil corresponde ao período colonial do século XVI. O açúcar representou a primeira riqueza produzida no país, acompanhada da ocupação do mesmo. Deu origem às três primeiras capitanias: Pernambuco, Bahia e São Vicente.

O que foi a produção canavieira?

A produção canavieira é a atividade econômica mais antiga do Brasil. No início da década de 70, como consequência da primeira crise do petróleo, o governo lançou o programa “Pro Álcool”.