Quais eram as principais características da religiosidade dos antigos egípcios?

O pensamento religioso egípcio pode ser destacado pela sua riqueza e capacidade de diálogo com outras demais instâncias da cultura do antigo povo egípcio. De forma geral, os elementos da natureza eram considerados deuses e, ao mesmo tempo, observamos que boa parte dos deuses tinha o controle ou relação de poder com alguns desses elementos naturais.

A variedade de divindades observadas na vida religiosa egípcia, não consolidou algum tipo de sistema de crenças praticado por todo o povo egípcio. Sua própria configuração social descentralizada, que primeiramente organizou a sociedade egípcia em nomos, pode ser uma possível explicação para a diversidade de deuses e divindades encontradas nessa civilização. Um dos poucos traços de unidade do pensamento religioso egípcio pode ser constatado quando colocamos em evidência o caráter divino que o faraó possuía.

Além de politeísta, a religião egípcia também propagou a crença em deuses que possuíam traços humanos e animais. Esse tipo de divindade é também conhecido como antropozoomórfica. Mesmo não possuindo um tipo de religião única ou padronizada, o regime monoteísta foi certa vez experimentado na história do Egito Antigo. No reinado de Amenófis IV, tentou-se criar uma religião monoteísta voltada à adoração do deus Aton, que representava o círculo solar. Mesmo criando a reforma religiosa em um período de forte ascensão do poder faraônico, o regime monoteísta não foi adotado pela população.

Outro aspecto central do pensamento religioso egípcio envolvia a questão da vida após a morte. Crentes de que o morto se lançava em uma nova existência, o indivíduo poderia ter acesso às mesmas regalias que desfrutava em vida. Para isso, deveria ser submetido ao julgamento de Osíris, o deus dos mortos. Tomando as orientações do Livro dos Mortos, ele seria julgado mediante suas atitudes e erros cometidos durante sua existência terrena.

Nesse processo, Osíris colocava o coração do morto em uma balança. Caso esse não fosse muito pesado, o mesmo poderia ter acesso à Duat, o reino subterrâneo dos mortos. Além disso, os variados processos de mumificação se relacionam com o desenvolvimento da medicina egípcia, que já naquela época realizava diversos tipos de intervenção cirúrgica.

A religião egípcia era um valor de forte presença em outros aspectos de sua cultura. As pirâmides e esfinges simbolizavam a supremacia de um faraó morto ou a grandiosidade de um determinado deus. Muitas das manifestações artísticas do povo egípcio, como a escultura e a pintura, também eram voltadas para a temática religiosa.

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A antiga religião egípcia foi a combinação de mitos, crenças e práticas religiosas no Egito Antigo. Essa combinação era extremamente importante na vida dos egípcios por influenciá-los em diversos aspectos. Religião politeísta, ou seja, esse conjunto de crenças era composto por vários deuses, entre os quais, destacavam-se Rá, Osíris, Ísis e Hórus.

Os egípcios acreditavam na continuidade da vida após a morte e que a vida na terra seria apenas uma das etapas da existência. A crença religiosa dos egípcios baseava-se em um princípio conhecido como “maat”, que representava uma ideia de harmonia. Nesse sentido, eles acreditavam que a ação de cada pessoa refletia não somente em si, mas em todos. Assim, para evitar que o caos fosse instalado no universo, cada pessoa deveria fazer sua parte para manter essa harmonia. Esse princípio era associado com a deusa de mesmo nome.

Outro importante conceito da religião egípcia era o que se chamava “heka”, que significa mágica. Esse conceito também representava um deus de mesmo nome (o deus da mágica) e era fundamental para a religião egípcia, pois somente a partir do heka que os deuses poderiam manifestar seu poder.

Os deuses egípcios estavam relacionados com situações cotidianas, assim, para esse povo antigo, os eventos da natureza aconteciam como uma manifestação divina. As cheias do Nilo, por exemplo, eram consideradas uma dádiva dos deuses. Além disso, os egípcios acreditavam que algumas práticas comuns haviam sido ensinadas pelos deuses, como crer que a agricultura foi ensinada aos humanos por Osíris e a mumificação por Anúbis.

Os deuses egípcios poderiam ser representados de diversas maneiras, assumindo as formas:

  • Antropomórfica: forma humana;

  • Zoomórfica: forma animal;

  • Antropozoomórfica: forma humana e animal.

Os egípcios ainda mandavam construir grandes templos dedicados à adoração de seus deuses, e esses locais eram de responsabilidade dos sacerdotes. Aos sacerdotes, atribuía-se também a obrigação de realizar os festivais religiosos. No Egito Antigo, existiam sacerdotes tanto homens quanto mulheres, e eles podiam casar, constituir família e possuir propriedades privadas.

Vida após a morte

Os egípcios, conforme o que foi dito anteriormente, acreditavam na continuidade da vida após a morte e, por isso, seu ritual funerário possuía grande importância. Para a continuidade da vida, acreditava-se que deveria haver um processo que garantiria a preservação do corpo humano. A crença na vida após a morte e nos ritos funerários eram tão fortes no Egito que, durante muito tempo, os egípcios evitaram campanhas militares muito longas no estrangeiro, pois temiam morrer fora de seus territórios e não receberem os ritos necessários para a continuidade da vida.

Baseado nessa crença, o processo de mumificação era fundamental, e os egípcios afirmavam que essa prática havi sido ensinada pelos deuses (existia um mito que contava a história da mumificação de Osíris por Anúbis). Esse processo de mumificação durava em torno de 70 dias e consistia em realizar a retirada dos órgãos, exceto o coração, banhar o corpo em óleos e resinas especiais e enfaixá-lo com linho. Por seu alto valor, somente a aristocracia egípcia podia utilizar dessa prática de conservação dos corpos. As classes mais baixas realizavam um processo funerário mais simples, enquanto os escravos não recebiam nenhum tipo de trato funerário.

A construção de grandes tumbas funerárias, como as mastabas e os hipogeus, também era baseada nessa preocupação com a continuidade da vida. As construções funerárias dos egípcios que ficaram mais conhecidas, contudo, foram as pirâmides, erguidas a mando dos faraós. Nesses locais, eram depositados todos os objetos que se acreditava serem úteis na vida após a morte.

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Qual era a ideia que os antigos egípcios tinham sobre a morte?

Segundo o sistema de crenças egípcio, a morte consistia em um processo onde a alma se desprendia do corpo. Com isso, acreditavam que a morte seria um estágio de mudança para outra existência. Sendo o corpo compreendido como a morada da alma, havia uma grande preocupação em conservar o corpo dos que faleciam.

Quais são as principais características dos egípcios?

A crença na vida após a morte, a religião politeísta e a construção de pirâmides foram as principais características da civilização egípcia antiga. - O governo era uma teocracia, pois o faraó (governante) era considerado uma espécie de deus na Terra. Ele tinha poder absoluto na sociedade.

Como era a religião dos povos egípcios?

Era politeísta, cada região/localidade possuía seus deuses. A unidade política egípcia organizou em um só conjunto todos os grandes deuses que a sociedade deveria cultuar. Entre eles, se destacavam: Rá, deus do Sol (principal deus da religião egípcia).

Como os antigos egípcios exerciam sua religiosidade?

Egito Antigo: religião Os egípcios antigos realizavam rituais e oferendas em homenagem aos deuses. Dessa forma eles achavam que conseguiriam ajudar os deuses e teriam prosperidade em suas vidas. No Egito Antigo haviam vários templos que eram construídos para homenagear os deuses. Cada cidade tinha um deus protetor.