Quais foram as principais medidas tomadas pelo governo dos jacobinos?

Mestra em História (UFRJ, 2018)
Graduada em História (UFRJ, 2016)

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O termo "jacobino" se refere comumente ao grupo político mais radical durante a França republicana ao final do século XVIII, que caracterizaria principalmente a segunda fase da Revolução Francesa. Os jacobinos também seriam conhecidos como montanheses, uma vez que ocupariam a parte mais alta da sala onde se reunia a Convenção Nacional.

De início, os jacobinos eram apenas os membros de um clube maçônico chamado Clube Jacobino – que, por sua vez, tinha tal nome por se localizar no Convento de São Tiago (no original francês, Jacques ou Jacob). Pertenciam ao grupo alguns nobres e vários burgueses ricos; entre estes, encontravam-se importantes personagens para a Revolução que em breve ocorreria, como Jacques-Pierre Brissot, que lideraria a facção girondina, e Maximilien Robespierre, que lideraria os jacobinos.

Quais foram as principais medidas tomadas pelo governo dos jacobinos?

Robespierre.

Durante esta primeira fase do grupo, denominada pelo historiador Michel Vovelle como jacobinismo primitivo, a cisão entre os dois grupos ainda era superficial. Como um todo, o Clube defendia a monarquia constitucional e o voto censitário, pensando a Revolução como uma mera reforma do antigo governo monárquico. Entretanto, após a tentativa de fuga do rei Luís XVI, em junho de 1791, as discordâncias sobre o que deveria ser feito a respeito da família real levou à cisão do Clube Jacobino entre os moderados – hesitantes quanto ao fim da monarquia – e os democratas – muito mais radicais e idealistas em sua defesa da República. Durante a segunda fase, chamada de Vovelle como jacobinismo misto, a cisão entre estes dois grupos aumentou cada vez mais, principalmente depois que os democratas se aliaram aos revolucionários populares, costumeiramente chamados de sans-culottes. Em julho de 1792, em uma reunião do Clube, Robespierre pediu abertamente a destituição do monarca e o fim das eleições por voto censitário; pouco depois, o palácio de Tulherias foi invadido e o rei foi preso, juntamente com sua família. O fim da monarquia se tornaria oficial pouco depois, em 20 de setembro, quando foi proclamada a república na França.

Contudo, seria apenas depois da execução do antigo soberano, ocorrida em 20 de janeiro de 1793, que o antigo Clube Jacobino – já renomeado como Sociedade dos Jacobinos Amigos da Liberdade e da Igualdade, termo que marcou sua terceira e última fase, chamada simplesmente de jacobinismo de 1793 – encontrou as condições para tomar espaço dentro da Convenção Nacional, o novo e desgastado governo girondino. Em meio a uma grave crise econômica, favorecida pela política liberal dos girondinos, a nova República perdeu rapidamente o apoio entre as camadas populares e a pequena burguesia, o que permitiu que os jacobinos assumissem completamente o controle do governo em um golpe ocorrido em dois de junho; pouco depois, os girondinos passaram a ser perseguidos.

Esta Convenção Nacional controlada por Robespierre teve grande apoio da população em seu início, uma vez que criou leis fixando teto para o preço de produtos, promoveu a reforma agrária e repartiu bens de nobres, além de obter vitórias decisivas sobre os exércitos contrarrevolucionários. Entretanto, com o passar dos meses, a perseguição cada vez mais extrema dos jacobinos contra líderes populares afastou paulatinamente tal apoio; ao mesmo tempo, as medidas econômicas intervencionistas do governo incomodavam a alta burguesia. Desta forma, os jacobinos tornaram-se politicamente vulneráveis, e acabaram derrubados em um golpe ocorrido em 27 de julho de 1794; Robespierre morreria executado, sem julgamento, na guilhotina. Iniciava-se o governo conservador da alta burguesia girondina, que duraria até a ascensão de Napoleão Bonaparte em 1799.

Bibliografia:
LIMA, Lizânias de Souza; PEDRO, Antonio. “Da revolução iluminista à Revolução Francesa”. In: História da civilização ocidental. São Paulo: FTD, 2005. pp. 255-259.

http://revolucaoemfranca.blogspot.com.br/2010/05/jacobinos.html
http://revolucao-francesa.info/convencao-nacional.html
http://www.historiabrasileira.com/brasil-imperio/jacobinismo/

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/jacobinos/

O período do Terror (1792-1794), durante a Revolução Francesa, foi marcado pela perseguição religiosa e política, guerras civis, e execuções na guilhotina.

Naquele momento, a França estava sendo liderada pelos jacobinos, considerados os mais radicais entre os revolucionários e, por isso, este período também é conhecido como "Terror Jacobino".

Características do Terror

Em 1793, a França havia instaurado o regime republicanos e se via ameaçada por países como Inglaterra, Império Russo e Império Austro-Húngaro.

Internamente, as distintas correntes políticas como os girondinos, jacobinos e nobres emigrados, lutavam pelo poder.

Assim, a Convenção, que governava o país, adota medidas de exceção e suspende a Constituição da I República e entrega o governo ao Comitê de Salvação Pública.

Neste comitê, estão os membros mais radicais, chamados jacobinos, que fazem aprovar a Lei dos Suspeitos, em 17 de setembro de 1793, que deveria vigorar por dez meses.

Esta lei permitia deter qualquer cidadão, homem ou mulher, que fosse suspeito de conspirar contra a Revolução Francesa.

O período do Terror fez vítimas de todas as condições sociais e os mais célebres guilhotinados foram o rei Luís XVI e sua esposa, a rainha Maria Antonieta, ambos em 1793.

O símbolo desta época, sem dúvida, foi a guilhotina. Esta máquina foi recuperada pelo médico Joseph Guillotin (1738-1814) que a considerava um método menos cruel que a forca ou a decapitação. Durante o período do Terror estão registradas mais de 15.000 mortes por este instrumento.

Guerra da Vendeia

A Guerra da Vendeia (1793-1796) ou Guerras do Oeste foi um movimento contrarrevolucionário camponês.

Na região francesa da Vendeia, os camponeses estavam insatisfeitos com os rumos da Revolução e da instituição da República. Foram chamados de “brancos” pelos republicanos, e por sua parte, estes eram os "azuis".

Os camponeses sentiam-se esquecidos pela República que prometera igualdade, mas os impostos continuavam a subir. Da mesma forma, quando os padres que não haviam jurado a Constituição foram proibidos de rezar missa, houve um grande descontentamento.

Assim, a população pega em armas sob a divisa "Por Deus e pelo Rei". Desta forma, o movimento é visto como uma grande ameaça pelo governo central e a repressão foi violenta.

O conflito entre brancos e azuis durou três anos e calcula-se que morreram cerca de 200.000 pessoas. Uma vez derrotado o exército rebelde, os republicanos passaram a destruir as aldeias e campos de cultivo, incendiar as florestas e matar o gado.

O objetivo era dar um castigo exemplar para que as ideias contrarrevolucionárias não se espalhassem pela França.

Terror religioso

Quais foram as principais medidas tomadas pelo governo dos jacobinos?
As Carmelitas de Compiègne chegam ao local da execução

O terror jacobino não poupou os religiosos que se recusaram a jurar a Constituição Civil do Clero. Para eles, foram sancionadas várias leis que previam prisão e multas. Por fim, foi aprovada a Lei do Exílio, em 14 de agosto de 1792 e cerca de 400 padres tiveram que deixar a França.

Igualmente, foi posta em prática uma política de descristianização. Foi decretado o fim das ordens monásticas, igrejas foram requisitadas para dar lugar ao culto do Ser Supremo, o calendário cristão e as festas religiosas foram abolidas e substituídas por festas republicanas.

Aqueles monges que não deixaram os conventos eram condenados à morte. O caso mais conhecido foi o das Carmelitas de Compiègne, quando 16 freiras da Ordem do Carmo foram sentenciadas à morte por guilhotina, em 1794.

Medidas sociais, culturais e econômicas

Durante o período jacobino, além da violência, houve a aprovação de leis que acabaram moldando a França moderna. Alguns exemplos são:

  • Abolição da escravidão nas colônias;
  • Fixação de limites de preços de gêneros alimentícios de primeira necessidade;
  • Confisco de terras;
  • Assistência aos indigentes;
  • Substituição do calendário gregoriano pelo republicano;
  • Criação do Museu do Louvre, da Escola Politécnica e do Conservatório de Música.

Fim do período do Terror

Quais foram as principais medidas tomadas pelo governo dos jacobinos?
Robespierre, ferido e vigiado por soldados, aguarda o momento que será levado à guilhotina

O partido jacobino sucumbia às disputas internas e os radicais tentavam intensificar as execuções nos tribunais em julgamentos sumários.

Ironicamente, os representantes da ala partidária ao fim do Terror foram levados à guilhotina. Em 9 Termidor de 1794, o Pântano, facção da alta burguesia financeira, dá um golpe, toma o poder os jacobinos e envia os líderes populares Robespierre (1758-1794) e Saint-Just (1767-1794) para a guilhotina.

As disputas na França ocorrem sob os olhares dos líderes europeus ainda temerosos da evolução política. Por isso, em 1798 é formada a Segunda Coligação antifrancesa, que reunia Grã-Bretanha, Áustria e Rússia.

Temendo a invasão, os burgueses recorrem ao Exército, na figura do general Napoleão Bonaparte e este, em 1799, deflagra o Golpe de 18 de Brumário. Era a tentativa de restabelecimento da ordem interna e de organização militar contra a ameaça externa.

Golpe do 18 de Brumário: Bonaparte chega ao poder

O Golpe do 18 de Brumário de 1799 foi planejado pelo abade Sieyès (1748-1836) e por Napoleão Bonaparte. Napoleão depôs o Diretório usando uma coluna de granadeiros e implantou na França o regime do Consulado. Assim, três cônsules dividiam o poder: Bonaparte, Sieyès e Roger Ducos (1747-1816).

O trio coordenou a elaboração de uma nova Constituição, promulgada um mês depois e que estabelecia Napoleão Bonaparte como primeiro-cônsul pelo prazo de dez anos. A Carta Magna ainda lhe concedia poderes de ditador.

A ditadura foi usada para defender os franceses da ameaça externa. Os bancos franceses concederam uma série de empréstimos para apoiar a guerras e a manutenção das conquistas da Revolução Francesa.

Começa, então, a ascensão política e militar da França sobre o continente europeu.

Leia mais:

  • Revolução Francesa
  • A Queda da Bastilha na Revolução Francesa
  • Assembleia Nacional Constituinte na Revolução Francesa
  • Revolução Francesa (Resumo)

Quais foram as principais medidas tomadas pelo governo dos jacobinos?

Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Quais foram as medidas tomadas pelos jacobinos?

O governo jacobino suspendeu as liberdades civis e instaurou o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário. Essas instituições utilizaram métodos de violência e terror para impedir a restauração do Antigo Regime.

Que boas medidas revolucionárias os jacobinos adotaram?

Resposta verificada por especialistas. Durante o período da Convenção Nacional, os jacobinos governavam a França, que adotou uma política que satisfazia os interesses da população, dando-lhes direitos e poder de decisão que antes eles não tinham.

Quais foram as medidas tomadas pelos girondinos?

Defensores de um sistema republicano moderado, os girondinos eram favoráveis a exclusão dos mais pobres das eleições. Em 1795, implantaram o sistema de voto censitário (baseado em rendas) na França.

Quais foram as principais características da República jacobina?

A República Jacobina foi à fase mais dura: Radicalismo e terror, da Revolução Francesa (1789-1848), sendo ainda hoje um marco inesquecível para todos os países. Sua influência é direta e universal; forneceu o modelo para todos os movimentos revolucionários posteriores.