Quais os modos mais freqüentes de contaminação?

A Covid-19 é uma doença respiratória nova, provocada por um tipo de coronavírus que ainda não havia sido identificado em seres humanos.

Propagação e transmissão:

O vírus pode se propagar de pessoa para pessoa por meio de gotículas do nariz ou da boca que se espalham quando alguém doente tosse ou espirra. A maioria dessas gotículas cai em superfícies e objetos próximos, como mesas ou telefones. As pessoas também podem se contaminar ao respirarem gotículas provenientes da tosse ou espirro de uma pessoa doente.

A transmissão ocorre, principalmente, de pessoa para pessoa e seu período de incubação, que é o tempo para que os primeiros sintomas apareçam, pode ser de 2 a 14 dias.

Formas de contágio:

– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Sintomas comuns:

– coriza;
– tosse;
– dor de garganta;
– dificuldade para respirar.

Nos casos mais graves:

– febre alta;
– aumento dos batimentos cardícos (taquicardia);
– dor no peito;
– cansaço;
– falta de ar;
– pneumonia;
– insuficiência respiratória aguda;
– insuficiência renal.

Tratamento:

Não existe tratamento nem vacina específicos para infecções causadas por coronavírus humano. As pessoas infectadas devem receber cuidados de saúde para aliviar os sintomas. Pessoas com doenças graves devem ser hospitalizadas. A maioria dos pacientes se recupera graças aos cuidados de suporte.

Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento. Adultos com mais de 60 anos de idade ou pessoas com doenças crônicas, como diabetes e doenças do coração, tem maiores riscos de ter a doença agravada.

Prevenção:

– lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool;
– evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
– evitar contato próximo de pessoas doentes (a recomendação é mais de um metro de distância);
– ficar em casa quando estiver doente;
– cobrir boca e nariz com um lenço de papel, ao tossir ou espirrar. Após, jogar no lixo e higienizar as mãos;
– evitar o compartilhamento de copos, pratos ou outros objetos de uso pessoal;
– limpar e desinfetar objetos e superfícies que sejam tocadas com freqüência por várias pessoas;
– pessoas doentes devem adiar ou evitar viajar para as áreas afetadas por coronavírus;
– pessoas que estiveram em áreas onde o vírus circula, que tiveram contato físico com alguém diagnosticado ou que apresentem febre, tosse ou dificuldade para respirar, devem procurar atendimento médico de imediato.

Quais os modos mais freqüentes de contaminação?

Fontes:

Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Ministério da Saúde
Organização Pan-Americana da Saúde

Para o médico Wladimir Queiroz, do Hospital Emílio Ribas, relação sexual predomina sobre as formas de transmissão mais comuns no passado

Jovens do sexo masculino com idade entre 15 e 24 anos que contraíram o HIV em transações sexuais com outros homens. O perfil das pessoas com resultado positivo para o vírus da aids no Brasil mudou bastante nos últimos anos, segundo o médico infectologista Wladimir Queiroz, do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.

De acordo com o médico que também é professor da Faculdade de Medicina de Santos, a contaminação por drogas injetáveis, transfusão de sangue e transmissão verticais (de mãe para filho) foi reduzida significativamente e hoje as pessoas contraem o vírus no Brasil basicamente por meio do ato sexual, principalmente nas relações homossexuais entre homens.

“Não se fala mais em contaminação do HIV por drogas injetáveis no Brasil. Antigamente, as drogas injetáveis tinham relação direta com a transmissão. Hoje, é possível que essa relação se dê mais de forma indireta. Pode ser que sobre o efeito da droga a pessoa esteja mais propensa a fazer sexo sem a devida proteção”, afirma o médico.

Assim é com a transmissão por transfusão de sangue. Diferentemente do passado, atualmente existe segurança e controle total nos homocentros, o que não havia no passado quando a transfusão era feita por uma empresa privada que dava lanches e até pagava ao doador. Hoje, o  médico que prescreve a transfusão age com muito mais critério do que há 30 anos.

Outra forma de transmissão é a transmissão vertical. Ainda temos um contingente de crianças que hoje estão na faixa dos 30 anos que adquiriu o vírus através da mãe portadora de HIV. Os índices diminuíram em consequência de um conhecimento mais profundo, das campanhas nacionais que geram mais consciência em ginecologistas e obstetras para o uso de drogas seguras e atuação no pré-natal.

O médico defende a promoção de campanhas de conscientização mais regulares e não apenas em datas específicas como o 1º de dezembro (Dia Internacional de Luta contra a Aids) e no carnaval. “As pessoas não fazem sexo apenas nessas épocas”. Há um aumento da transmissão em todas as faixas etárias, mas o que mais chama atenção é o sexo sem proteção entre homens na faixa etária de menos de 25 anos, devido à falta de orientação, da banalização da aids, do achar que é só tomar o remédio e tudo bem.

As campanhas, segundo o médico, devem estar focadas para a mudança de hábito. No passado houve muita campanha sobre o uso de drogas, mas só funcionou até quando a droga injetável foi substituída por outras drogas cujo uso dispensa a seringa (cocaína e crack). “A minha geração perdeu amigos de escola e ídolos como o Fred Mercury, Cazuza, a atriz Sandra Bréa, o conhecimento de alguém que partiu porque contraiu o vírus HIV estava mais presente e havia um estigma físico muito forte”.

Segundo a experiência profissional do médico, essas questões não são mais predominantes. “No Emílio Ribas, a maioria dos que são atendidos pelo Pronto Socorro procuram pela Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), quando a pessoa percebe que pode ter contraído o vírus, após uma relação sem proteção. A procura quase que estourou. O PEP consiste na utilização de medicação antirretroviral durante 28 dias que se inicia até 72 horas depois da exposição ao risco”.

Essa população que se expõe ao risco, de acordo com o médico, deveria ser alvo principal das campanhas nos hospitais sobre o que fazer depois do resultado do teste, seja ele positivo ou negativo.

O Brasil que é signatário da convenção 90, 90, 90 (90% dos casos de HIV diagnosticados, 90% das pessoas com HIV em tratamento antirretroviral, 90% destas pessoas com carga viral indetectável), deveria, segundo o médico, fazer mais esforços para se aproximar das metas estabelecidas pela UnAids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids).

“São metas ambiciosas, difíceis de serem alcançadas, cuja ideia principal é acabar com a transmissão do vírus pela via sexual. Os dados mostram que a carga viral é indetectável quando é inferior a 50 partículas de vírus por mm³ de sangue”, afirma o médico.

O uso da camisinha nas relações sexuais continua sendo o método mais seguro. O Brasil, segundo Wladimir, está muito longe de saber qual o número de pessoas contaminadas pelo HIV. De acordo com ele, o melhor acerto é tratar o indivíduo para que ele não transmita o vírus.

O médico chama atenção de que o 90,90,90 é basicamente um cálculo matemático. Entre os homens a gente não consegue chegar aos 50% de convencimento para fazer o diagnóstico, manter a adesão ao tratamento e tomar corretamente os medicamentos (aderência ao tratamento). O ideal, segundo o médico, é se aproximar o máximo possível das metas.

Quais são as formas de transmissão do vírus?

A transmissão da doença pode ocorrer diretamente, pelo contato com pessoas infectadas, ou indiretamente, pelo contato com superfícies ou objetos utilizados pela pessoa infectada. Evidências atuais sugerem que a maioria das transmissões ocorre de pessoas sintomáticas para outras.

Quais os grupos com maiores índice de contaminação?

O levantamento também mostra que a maior incidência de contaminação está na faixa de 30 a 49 anos, incluindo héteros e homossexuais. Os grupos vulneráveis, somados, responderam por um terço nas notificações.