Quais recursos naturais foram explorados pelos europeus durante a colonização?

Índice

Introdução

O neocolonialismo, ou imperialismo, foi o processo de colonização e ocupação da África e da Ásia por grandes potências europeias, que se iniciou na segunda metade do século XIX e continuou até meados do século XX. 

Em termos econômicos, o neocolonialismo ou também chamado de colonialismo do XIX, deu seus primeiros passos após o Congresso de Viena, em 1814, foi também um meio para que os países, recém industrializados vendessem produtos para as colônias a altos preços e comprar matéria prima e ter mão de obra colonial barata.

Além da exploração dos territórios e povos colonizados, o neocolonialismo provocou uma série de conflitos internacionais. Eles eram motivados tanto por disputas entre os colonizadores, quanto pela independência dos territórios colonizados - o que causou grande impacto no desenvolvimento destes países dali em diante.

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O que foi o neocolonialismo? 

O neocolonialismo, imperialismo ou colonialismo do XIX foi o processo de dominação política, econômica e social dos países europeus, as potências capitalistas da época,  aos países da África e Ásia. O neocolonialismo deu seus primeiros passos após o Congresso de Viena, que buscava restabelecer o colonialismo e foi formalizado na Conferência de Berlim, que dividiu os territórios da África, Ásia e Oceania entre as potências europeias.

Contexto histórico

Durante o século XIX, a Europa passou por um intenso processo de industrialização, que se espalhou por países como Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Itália e Alemanha. Este processo ficou conhecido como Segunda Revolução Industrial, e provocou uma grande transformação nos processos de produção desses países.

Surgiram as primeiras grandes corporações industriais, que necessitavam de matéria-prima para produzir e de mercados para comercializar seus produtos, dentro da nova lógica de desenvolvimento do capitalismo.

Também foi um período marcado pela ascensão do nacionalismo no continente europeu, que influenciou processos como a independência da Bélgica, em 1830, e as unificações alemã e italiana, na década de 1870. Desse modo, os Estados nacionais que se consolidaram competiam entre si para estabelecer novas fronteiras comerciais e expandir seu parque industrial.

É nesse contexto que nasce o neocolonialismo, como resultado da disputa entre as potências europeias para explorar territórios do continente africano e asiático, principalmente em busca de matérias-primas e novos mercados para os bens produzidos pela indústria.

Nesse processo, houve uma ocupação com moldes imperiais (daí o termo “imperialismo”) sobre os territórios ocupados, a exploração de recursos naturais e mão de obra, bem como o desmantelamento de culturas e tradições locais, e a influência sobre a organização dos povos dominados.

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 Contexto de alguns países

Os países envolvidos no processo do neocolonialismo enfrentam realidades sociais políticas e econômicas bastante diferentes. Alguns deles estavam vivendo o período de intensa industrialização e enfrentando os desdobramentos da ascensão da burguesia e reestruturação dos governos republicanos pós primavera dos povos, outros países, por sua vez, estavam encarando os desdobramentos de anos de dominação e violência. Abaixo, teremos um panorama mais geral de alguns dos países.

Países emergentes 

Entre os países emergentes que participaram da dominação de territórios na África, Ásia e Oceania, estavam Reino Unido, França, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Prússia, Itália e Alemanha. De forma geral, os países europeus já estavam passando pelo segundo processo de Revolução Industrial, já presenciavam, portanto, o enriquecimento da burguesia, o questionamento dos governos monárquicos e a não participação burguesa na política e o enriquecimento e acúmulo de capitais. O capitalismo ganhava cada vez mais força e consolidação nos países europeus.

Dessa forma, já mais desenvolvidos economicamente e, em grande parte, sob governos liberais, os países buscavam aumentar suas áreas de dominação política, social e econômica, tinham em mente os ideários do expansionismo comercial e buscavam também mercado consumidor dos seus caros produtos industrializados e garantir a compra de matérias primas baratas e acesso a mão de obra colonial mais barata.

Movidos pelo darwinismo social e o racismo científico, os países europeus viram além dos ganhos comerciais, a chance de empreender a dominação cultural dos países colonizados. A visão de superioridade cultural europeia garantiu que promovessem a destruição e dominação das áreas ocupadas, que por sua vez, resistiram e enfrentaram os dominadores.

África, Ásia e Oceania

Os países da África, Ásia e Oceania, ainda não haviam passado efetivamente pelo processo de Revolução Industrial, por isso ainda não estavam passando pela consolidação do capitalismo e enriquecimento da burguesia. Por ainda terem a base econômica atrelada a agricultura e extração de minérios, os países eram vistos como potenciais fornecedores de matéria prima de menor custo e mão de obra barata.

O desenvolvimento do darwinismo social e do racismo científico também colaborou para fortalecer o sentimento de superioridade europeia, que via no neocolonialismo a chance de dominar os países ainda não desenvolvidos e impor sua cultura, modelo político e econômico.

Quais são as principais causas do neocolonialismo?

Dentre as várias causas para o neocolonialismo, abaixo estão pontuadas as mais relevantes:

  • Disputa comercial entre potências europeias;
  • Necessidade de mercado consumidor para produtos industrializados;
  • Necessidade de compra de matérias primas baratas;
  • Sensação de superioridade cultural entre os europeus;
  • Justificativa para levar a cultura e organização europeia a outros continentes;
  • Racismo Científico;
  • Darwinismo social.

Conferência de Berlim

Os países europeus já tinham interesses no continente africano desde o início do século XIX. No entanto, o momento considerado determinante para o estabelecimento dos grandes impérios coloniais foi a Conferência de Berlim, realizada na capital alemã entre 1884 e 1885, liderada pelo chanceler germânico Otto von Bismarck.

O encontro foi organizado para mediar os interesses das potências europeias sobre o território africano. Era uma resposta, principalmente, à ação de ocupação de uma extensa área pelo rei da Bélgica, Leopoldo II - onde, hoje, fica a República Democrática do Congo. O resultado da Conferência de Berlim foi a divisão da África entre os países da Europa, o que foi responsável por estabelecer boa parte das fronteiras do continente, sem respeitar traços culturais, étnicos e religiosos, além da própria organização já existente entre os africanos.

Partilha da África na Conferência de Berlim

Como a Europa via a África

Ideologicamente, a colonização de territórios na África e Ásia não foi justificada como a busca por mercados e matérias-primas, mas como uma tentativa de levar a civilização a esses locais dominados pela barbárie.

A justificativa se pautou na existência de um imaginário construído na Europa de que o continente africano era um lugar exótico a ser explorado e conquistado. Nesse sentido, caberia aos europeus a tarefa de civilizar as regiões atrasadas, o que também carregava um ideal de superioridade racial e cultural.

Estas ideias estavam baseadas no que foi chamado de darwinismo social, ou seja, a utilização de noções elaboradas por Charles Darwin no estudo da evolução das espécies no âmbito biológico, mas aplicadas a um contexto social e cultural, para explicar a existência de civilizações evoluídas e atrasadas.

Um importante documento histórico desse período é o poema “O fardo do homem branco”, escrito em 1898 por Rudyard Kipling, clamando ao “homem branco” que cumpra seu papel civilizador nos territórios selvagens. Esse imaginário também justificou diversas expedições científicas e religiosas no continente africano, e foi amplamente retratado na literatura e, posteriormente, no cinema.

Colonialismo x neocolonialismo

Apesar de serem termos similares, cabe destacar algumas diferenças. entre o colonialismo estabelecido pelos europeus do século XVI ao XVIII, principalmente nas Américas, e o neocolonialismo dos séculos XIX e XX, que ocupou basicamente África e Ásia.

Colonialismo

Estabelecido do século XVI ao XVIII, principalmente nas Américas. As nações europeias implantaram colônias efetivas nos territórios americanos, buscando produtos complementares à economia europeia, estabelecendo governos e impondo sua cultura aos povos nativos.

Neocolonialismo

Ocupou basicamente África e Ásia, durante os séculos XIX e XX. Foi caracterizado pela interferência em sociedades já estabelecidas, podendo demandar uso de força militar, para atender interesses imediatos do processo de industrialização das potências europeias. A administração dos territórios podia ser feita diretamente pelos países europeus, ou por via indireta, através de alianças com elites locais.

Consequências no século XX

O neocolonialismo europeu provocou uma série de conflitos nas sociedades que foram ocupadas, promovendo a exploração das populações locais e agressões a seus direitos básicos.  Além disso, houve a desestabilização e destruição das culturas locais, que sofreram com as imposições de hábitos e costumes europeus.

Outra  consequência importante foram as lutas entre áreas dos territórios colonizados, que haviam se tornado rivais e  o surgimento de vários movimentos pela independência dos territórios ocupados, alimentando lutas que se prolongaram por boa parte do século XX. Ao mesmo tempo, as disputas entre as potências imperialistas europeias atravessou o século XIX e contribuiu, em última instância, para a Primeira Guerra Mundial em 1914.

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Exercício de fixação

ENEM/2009

A formação dos Estados foi certamente distinta na Europa, na América Latina, na África e na Ásia. Os Estados atuais, em especial na América Latina - onde as instituições das populações locais existentes à época da conquista ou foram eliminadas, como no caso do México e do Peru, ou eram frágeis, como no caso do Brasil -, são o resultado, em geral, da evolução do transplante de instituições europeias feito pelas metrópoles para suas colônias. Na África, as colônias tiveram fronteiras arbitrariamente traçadas, separando etnias, idiomas e tradições, que, mais tarde, sobreviveram ao processo de descolonização, dando razão para conflitos que, muitas vezes, têm sua verdadeira origem em disputas pela exploração de recursos naturais. Na Ásia, a colonização europeia se fez de forma mais indireta e encontrou sistemas políticos e administrativos mais sofisticados, aos quais se superpôs. Hoje, aquelas formas anteriores de organização, ou pelo menos seu espírito, sobrevivem nas organizações políticas do Estado asiático.

GUIMARÃES, S. P. Nação, nacionalismo, Estado. Estudos Avançados. São Paulo: EdUSP,
 v. 22, n.º 62, jan.- abr. 2008 (adaptado)

Relacionando as informações ao contexto histórico e geográfico por elas evocado, assinale a opção correta acerca do processo de formação socioeconômica dos continentes mencionados no texto.

A Devido à falta de recursos naturais a serem explorados no Brasil, conflitos étnicos e culturais como os ocorridos na África estiveram ausentes no período da independência e formação do Estado brasileiro.

B A maior distinção entre os processos histórico formativos dos continentes citados é a que se estabelece entre colonizador e colonizado, ou seja, entre a Europa e os demais.

C À época das conquistas, a América Latina, a África e a Ásia tinham sistemas políticos e administrativos muito mais sofisticados que aqueles que lhes foram impostos pelo colonizador.

D Comparadas ao México e ao Peru, as instituições brasileiras, por terem sido eliminadas à época da conquista, sofreram mais influência dos modelos institucionais europeus.

E O modelo histórico da formação do Estado asiático equipara-se ao brasileiro, pois em ambos se manteve o espírito das formas de organização anteriores à conquista.

Quais recursos naturais foram explorados pelos europeus durante a colonização para qual finalidade?

Na política econômica do mercantilismo, o ideal metalista revela que a riqueza de um país é medida pela quantidade de ouro e prata que possuem. Diante disso, a Coroa Portuguesa investiu na exploração de recursos que as terras brasileiras ofereciam, levando todo o lucro para Portugal (metrópole).

Como se chama o período em que os europeus exploraram os recursos naturais de suas colônias?

O neocolonialismo foi um ciclo imperialista que levou os países europeus a ocuparem a África e a Ásia, transformando esses territórios em suas colônias. A ocupação desses continentes aconteceu no processo de crescimento industrial vivenciado pela Europa após a Segunda Revolução Industrial, no século XIX.

Quais são as principais características da colonização de exploração?

Essa forma de colonização é caracterizada pela extração dos bens e recursos naturais disponíveis na colônia em benefício da metrópole. Esses territórios eram utilizados como fonte de riqueza para as nações europeias. A colônia de exploração não era vista pela metrópole como um território passível de ser povoado.

O que foi a exploração colonial no Brasil?

A economia colonial consistia na exploração de riquezas para atender aos interesses do mercado externo por meio da mão de obra escravizada. A partir de 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, deu-se início ao processo de independência, rompendo-se os laços políticos entre colônia e metrópole.