O uso dos anestésicos locais é rotineiro na odontologia. Seu uso deve ser individualizado para cada paciente, considerando sua condição sistêmica normal, presença de doenças como diabetes mellitus, hipertensão ou hipertireoidismo, além da idade dos pacientes e a possibilidade de gravidez. No mercado farmacêutico existe uma diversidade de anestésicos locais com ou sem vasoconstritor e com concentrações diferentes. Show
Os anestésicos locais são definidos como drogas que têm por função bloquear temporariamente a condução nervosa em parte do corpo, determinando perda das sensações sem ter perda da consciência. Eles agem diretamente na célula nervosa, bloqueando os canais de sódio impedindo a despolarização e repolarização da célula de neurônios aferentes e eferentes e assim não permitem a propagação do estimulo nocioceptivo. Principais anestésicos locais de uso odontológico• Lidocaína: É o anestésico local mais usado em Odontologia, com ação inicial entre 2 a 3 minutos e sua adequada eficácia em concentração de 2%. Dose máxima é de 7,0 mg/Kg em adultos, não ultrapassando 500 mg ou 13 tubetes anestésicos. Pode ser encontrada nas concentrações de 1% e 2%, com ou sem vasoconstrictor, e na concentração de 5% na forma tópica (forma tópica indicada para quem apresenta hipersensibilidade a bezocaína, anestésico tópico do grupo Ester). • Prilocaína: Potencial tóxico duas vezes maior e ação mais tardia em 2 a 4 minutos em relação à lidocaína. A dose máxima recomendada é de 8,0 mg/Kg, não ultrapassando 400mg ou 7 tubetes anestésicos. Encontrada na concentração de 3% e tem como vasoconstrictor a felipressina. • Mepivacaína: Anestésico bastante usado na Odontologia tem potencial de toxicidade duas vezes maior que a lidocaína, tem sua ação entre 1,5 a 2 minutos. A dose máxima é 6,6 mg/Kg, não excedendo 400 mg ou 11 tubetes anestésicos. Na Odontologia, sua concentração é de 2% com vasoconstritor e de 3% sem vasoconstritor. • Bupivacaína: Tem potencial anestésico quatro vezes maior do que a lidocaína, apresenta uma toxicidade quatro vezes maior do que a mesma e tem ação inicial em 6 a 10 minutos. A dose máxima é de 02 mg/Kg, não excedendo 90 mg ou 9 tubetes. Por isso sua apresentação é de 0,5% sendo classificada como anestésico local de longa duração podendo durar até 9 horas. • Articaína: Mais potente que a lidocaína, é metabolizada no sangue e fígado, logo sua toxicidade e meia vida final de excreção é menor. Considerada uma boa opção para uso em idosos e adultos com hepatopatias. Encontrada na concentração de 4%, com início de ação de 1 a 2 minutos, dose máxima é de 7,0 mg/Kg não excedendo 500 mg ou 6 tubetes. Vasoconstritores presentes nos anestésicos locais odontológicosOs vasoconstritores são fármacos que contraem os vasos sanguíneos, portanto, controlam a perfusão tecidual. Eles são adicionados às soluções anestésicas locais para equilibrar as ações vasodilatadoras intrínsecas dos anestésicos locais. Tem como função a absorção lenta deste sal, redução da sua toxicidade, aumento no tempo de duração da anestesia e aumento da eficácia do bloqueio anestésico. Epinefrina/Adrenalina
Norepinefrina/Noradrenalina
Fenilefrina
Felipressina
Condição sistêmica e anestesia local em odontologiaGestantes:
Hipertensos controlados e descontrolados:
Diabéticos:
Hipertireoidismo:
Considerações Finais.– A utilização dos anestésicos com ou sem vasoconstrictores é considerado uma abordagem segura na odontologia desde que seja determinada de acordo a gravidade da desordem dos pacientes para definir uma solução mais indicada. – Há poucas contra-indicações ao uso dos vasoconstritores, desde que seja empregada a substância mais indicada e que a técnica anestésica seja adequada, assim o bloqueio anestésico é melhor e não se tem a redução da quantidade de tubetes utilizados para o procedimento. Matérias relacionadas:
Referências ANDRADE, E.D. Terapêutica medicamentosa em odontologia. 3 ed, Editora: Artes médicas, São Paulo, p. 31-38, 2014. CARVALHO, Bárbara et al. O emprego dos anestésicos locais em Odontologia: Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Odontologia, v. 70, n. 2, p. 178, 2014. CONRADO, Valeria CLS et al. Efeitos cardiovasculares da anestesia local com vasoconstritor durante exodontia em coronariopatas. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 88, n. 5, p. 507-513, 2007. MALAMED, Stanley F. Manual de anestesiologia local. 6 ed., Editora: Elsevier, Rio de Janeiro, p. 02-52, 2014. Quanto às contraindicações do uso de anestésicos locais e vasoconstritores?Os vasoconstritores estão contraindicados em pacientes com angina pectóris instável, infarto do miocárdio recente (até 6 meses), acidente vascular cerebral recente, cirurgia de revascularização miocárdica recente, arritmias refratárias, insuficiência cardíaca congestiva intratável ou não controlada, hipertireoidismo ...
Quais contraindicações relacionadas a anestesia local?Os anestésicos locais do tipo amida são contra-indicados em pacientes com histórico de hipersenbibilidade e não deve ser administrado em pacientes com hipovolemia, bloqueio cardíaco ou outros distúrbios de condução.
Quem não pode tomar anestesia com vasoconstritor?Pacientes com Angina, Infarto Agudo do Miocárdio recente (ou até 6 meses após), AVC recente, submetidos a Cirurgia de Revascularização, Arritmias, Insuficiência Cardíaca, entre outras alterações cardiovasculares não devem fazer uso de vasoconstritor associado de anestésico em procedimentos odontológicos(2).
É ContraA alergia ao bissulfito é uma contraindicação absoluta para o uso de anestésicos contendo vasoconstritores. Parabéns! Você acertou!
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