Qual a diferença do pensamento filosófico de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino?

RESUMO

Neste estudo objetiva-se analisar o contexto histórico e social que influenciaram o pensamento jus filosófico de grandes nomes da Idade Média: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Além disso, pretende-se elucidar os resultados disso na noção de Direito e justiça da época. Para concretizá-lo foi necessário explicar a relação dos ensinamentos deles com a fé e a razão. Com isso espera-se tornar mais fácil a compreensão da importância da filosofia para o Direito e o Direito como instrumento transformador da sociedade. Por fim, conclui-se que cada discurso tem uma intenção que o impulsiona contribuindo para a identificação da própria sociedade.

Palavras-chave: Filosofia. História. Idade Média. Pensamento Jus filosófico. Santo Agostinho. São Tomás de Aquino. Fé. Razão. Direito.

1 INTRODUÇÃO

A Idade Média compreende o período iniciado no século V, marcado pela desintegração do Império Romano do Ocidente, e termina no século XV com a tomada de Constantinopla e a chegada dos europeus ao continente americano. Os marcos que determinam o início e final desse período são políticos e assim sendo não poderiam deixar de pertencer a uma cultura com influências ideológicas e filosóficas (ALMEIDA; BITTAR, 2006 p. 212-251).

A Idade Média também é conhecida como a Idade das Trevas. Essa denominação vem do fato de que muitos a consideravam rodeada por um forte misticismo religioso em contraste com a Idade Antiga que começou a se distanciar desse pensamento místico (ALMEIDA; BITTAR, 2006, p. 212-242). Na Antiguidade a filosofia começara a usar a razão, da retórica e da vida política para, assim, se afastar dos mitos como único modo de ver e entender o mundo (ALMEIDA; BITTAR, 2006, p. 212-242).

Nesse contexto histórico existiram dois grandes pensadores jus filosóficos Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Os dois eram religiosos e estudiosos que foram influenciados em seus escritos por filósofos da Antiguidade e assim tentaram associar a religião e a razão em seus pontos de vista. Santo Agostinho recebeu influências de Platão e realizou uma mistura no pensamento dele com o cristianismo. São Tomás de Aquino foi influenciado por Aristóteles e também tentou uni-lo ao cristianismo (ALMEIDA; BITTAR, 2006, p. 251-271).

A estratégia desses dois pensadores da Idade Média serviu para fixar o cristianismo como parte fundamental na educação. A razão passou a ser utilizada apenas um como mecanismo de interpretação do texto bíblico. A união do pensamento racional filosófico à teologia foi instrumento usado para a afirmação da dominação da Igreja, seus valores e objetivos, em todos os setores possíveis da sociedade (ALMEIDA; BITTAR, 2006, p. 212- 251).

Primeiramente o estudo da história da Idade Média é significativo ao indivíduo atual para que ele possa entender o contexto histórico no qual está inserido. As causas e consequências de certas aposições já tomadas anteriormente e auxiliar no planejamento político cotidiano. São de máxima importância o conhecimento e a informação sobre o tema para que possam ser evitadas as relações de dominação e alienação cultural, assim como a tentativa de submeter totalmente um grupo ou comunidade à mesma ideologia falaciosa que não pretende alcançar o bem para todos mas sim apenas a uma classe social.

É importante também para alertar sobre os perigos e os malefícios que essas relações causam ao conhecimento que temos de mundo e observar que a verdadeira transformação social só é possível ao conhecer, entender e criticar os processos históricos que resultaram na sociedade e no Direito atual.

O trabalho foi desenvolvido de modo a explicar os aspectos relacionados a São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, com as influências religiosas no Direito e na sociedade da Idade Média.

Foram elaboradas pesquisas para analisar e teorizar o tema abordado para a interpelação mais objetiva. O objetivo apresentou hipóteses abrangentes e específicas, para fundamentar os valores acerca do que foi exposto. Dispôs-se de referências bibliográficas, a fim de encontrar argumentos para solucionar o problema tratado. [...]

Qual a diferença do pensamento filosófico de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino?

Santo Agostinho (354-430) e S�o Tom�s de Aquino (1227-1274) foram, respectivamente, os maiores pensadores da Patr�stica e da Escol�stica. Santo Agostinho valeu-se da filosofia de Plat�o, enquanto Santo Tom�s de Aquino da de Arist�teles. Com isso, cada qual, em sua �poca, pode influenciar n�o s� a religi�o cat�lica como muitos pensadores crist�os que lhes sucederam.

Tanto Santo Agostinho como Santo Tom�s de Aquino afirmam que Deus, sendo eterno, transcendente, todo bondade e todo sabedoria, criou a mat�ria do nada e, depois, tudo o que existe no universo. Para Santo Agostinho, as id�ias ou formas estavam no Esp�rito de Deus. Santo Tom�s de Aquino acrescenta a no��o dos universais em seus racioc�nios. Dizia que Deus � a causa da mat�ria e dos universais. Al�m disso, Deus est� continuamente criando o mundo ao unir universais e mat�ria para produzir novos objetos.

Nenhum deles colocava em d�vida a imortalidade da alma. Santo Agostinho dizia que alma e corpo s�o distintos, mas n�o soube explicar como a alma se liga ao corpo. De acordo com Santo Tom�s, a alma humana � princ�pio imaterial, espiritual e vital do corpo � foi criada por Deus. Acreditava que a alma espiritual � agregada ao corpo por ocasi�o do nascimento, e continua a existir depois da morte do corpo, formando, pois, por si mesma, um novo corpo, um corpo espiritual, por meio do qual atua por toda a eternidade.

Em suas teorias, reportam ao "desprezo do mundo". Contudo, Santo Agostinho mostra-se incapaz de decidir entre o mundo e desprezo por ele. A despeito dessa d�vida, apega-se firmemente � id�ia de que a Igreja, como a encarna��o mundana da cidade de Deus, deve ter supremacia sobre o Estado. Santo Tom�s de Aquino, da mesma forma que Arist�teles, doutrinava que o homem � naturalmente um ser pol�tico e procura estar em sociedade. Este homem deve tributar lealdade � Igreja e a Deus, mas tem, tamb�m, que obedecer ao Estado porquanto este, por sua vez, recebeu o seu poder da Igreja.

F�, Raz�o e Revela��o s�o os pontos fundamentais de suas teorias. Santo Agostinho demonstra claramente sua voca��o filos�fica na medida em que, ao lado da f� na revela��o, deseja ardentemente penetrar e compreender com a raz�o o conte�do da mesma. Santo Tom�s consegue, por seu turno, estabelecer o perfeito equil�brio nas rela��es entre a F� e a Raz�o, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas n�o as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da raz�o natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da raz�o divina manifestada na revela��o.

Fiquemos com o lado bom de seus racioc�nios, ou seja, a cren�a num Deus �nico, causa prim�ria todas as coisas. Refutemos, por�m, a supremacia que deram � Igreja, considerando-a como a monopolizadora da revela��o de Deus. 

Fonte de Consulta

FROST JR., S. E. Ensinamentos B�sicos dos Grandes Fil�sofos. S�o Paulo, Cultrix.

S�o Paulo, 09/03/2001

Qual a diferença entre o pensamento de Agostinho e Tomás de Aquino?

Embora Santo Agostinho se vincule à tradição platônica, de caráter idealista, e Santo Tomás de Aquino retome a tradição aristotélica, de caráter realista, suas concepções de educação convergem quanto a sua finalidade, que é aquela de formar o cristão.

Quais os conceitos filosóficos apresentados por Agostinho e Tomás de Aquino?

Também estudioso do pensamento de Santo Agostinho, Tomás de Aquino acreditava que o direito pode ser descoberto e criado precipuamente pela razão (o que foi inovador na época, na qual se acreditava que as leis vinham, antes, da revelação divina).

Qual é o pensamento de Santo Agostinho?

Agostinho aproximou-se do maniqueísmo, doutrina religiosa com base sincrética (cristã e pagã, advinda do zoroastrismo), que enxergava um dualismo moral no mundo, o qual seria dividido apenas entre duas forças em equilíbrio: o bem e o mal.

Qual o pensamento de São Tomás de Aquino?

Uma de suas ideias centrais é a rejeição do absoluto antagonismo entre a razão e a fé. Para Aquino, existiriam as “verdades da fé”, atingíveis apenas por meio da revelação cristã, às quais não poderemos chegar através da razão.