Qual a importância da língua na construção da identidade nacional?

Ondjiva – O linguista angolano António Ngula Chivinga disse hoje, terça-feira, 29/09, em Ondjiva, província do Cunene, que a afirmação da identidade cultural de um povo passa também pela valorização das línguas nacionais, daí a importância de ser falada em locais públicos.

Ao falar à Angop sobre a valorização das línguas nacionais, António Chivinga sublinhou ser momento da sociedade despertar, apesar do fenómeno globalização, e ter as línguas nacionais como a segunda depois do português que é tida como língua oficial.

“Nada diminui e nem desvaloriza se um jovem falar a sua língua materna em locais públicos, pois esta atitude reafirma e cimenta a importância dada as línguas nacionais e exalta sua identidade cultural”, precisou o responsável.

António Ngula destacou a vontade do governo em levar o ensino das línguas nacionais nas escolas, factor positivo, mas antes é necessário capacitar melhor e dispor de material didáctico necessário para se transmitir o ensino destas línguas dentro dos padrões académico.

A par disso, adiantou, as famílias devem ser comparticipe nesta missão da valorização das línguas nacionais, sendo que a construção da personalidade de um indivíduo inicia no seio da família.

Lembrou que nos dias hoje há mais preocupação do pais em levar os filhos numa escola de língua inglesa, espanhola e francesa, do que apenas em casa ensinar a falar as línguas locais, tal como Nhaneka-humbe e Oshikuanhama, falada no Cunene.

O mestre em linguística aplicada pela Universidade Metropolitana de Asunción (Paraguai), disse também que neste caminho da valorização das línguas nacionais torna-se necessário ter em conta as igrejas que nos seus livros evangélicos e cânticos muitos estão escritos nas línguas locais, o que de alguma forma desperta o interesse ao aprendizado das línguas nacionais.

A província do Cunene tem como línguas locais o Nhaneka-Humbe e Oshikwanhama.

Fonte: ANGOP – Agência Angola Press

 Cunene, Angola: Especialista alerta o risco da desvalorização das línguas nacionais

Ondjiva – O linguista angolano António Ngula Chivinga alertou hoje, quinta-feira, 01/10, em Ondjiva, província do Cunene, para o risco iminente da desvalorização das línguas nacionais caso a nova geração não apostar na sua valorização.

Ao falar à Angop sobre a valorização das línguas nacionais, António Chivinga disse que o desinteresse é quase generalizada, pois a nova geração está mais preocupada em aprender o inglês, francês e o espanhol.

“Este quadro é uma realidade inquestionável na sociedade angolana actual. O fenómeno globalização tem a sua cota parte nisso, mas é necessário despertar a sociedade e em particular a juventude de que a sua identidade cultural é também reafirmada através da sua língua local”, frisou.

O mestre em linguística aplicada pela Universidade Metropolitana de Asunción (Paraguai) fez saber que Angola é um país rico em línguas nacionais, com uma diversidade imensa e deve tudo fazer para preservação deste mosaico cultural no concernente as línguas locais.

António Chivinga sublinhou que no caso particular da província do Cunene já se ensina as línguas nacionais faladas localmente, como Nhaneka-Humbe e Oshikwanhama, nas escolas a partir da iniciação.

Angola é um país plurilingue, onde coexistem a língua portuguesa e várias línguas nacionais, com destaque para o Umbundo, Kimbundo, kikongo, Nyaneka-Humbi, Oshiwambo ou Oshikwanhama, Ganguela e Tchokwé.

Atualmente, segundo a publicação Ethnologue, existem aproximadamente sete mil línguas faladas no mundo; entretanto, um terço destes idiomas corre risco de extinção. A língua, além de ser a identidade de um povo, transmite herança cultural, aumentando a nossa diversidade criativa. A perda dessas línguas empobrece a realidade. Pensando nisso, a UNESCO celebra, desde 1999, o dia 21 de fevereiro como Dia Internacional da Língua Materna.

A data, que pretende promover a diversidade cultural linguística e a recuperação das línguas ameaçadas, trata-se de mais uma estratégia para fomentar o respeito e a solidariedade entre as diferentes nações. Não se deve pensar nas línguas apenas como meio de comunicação, pois elas carregam também valores e concepções de mundo.

A Psicóloga e coordenadora do Núcleo de Psicologia e Migrações do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (NUPSIM/CRP-PR), Rima Awada (CRP-08/17102), considera que a diversidade cultural é tão importante quanto à diversidade biológica na natureza. “As duas estão intimamente ligadas. Algumas línguas de povos indígenas, por exemplo, carregam consigo conhecimentos sobre biodiversidade e gestão de ecossistemas”.

 

A importância da língua materna

A língua materna faz parte de nossa estrutura. Aprendemos já na infância e vamos, a cada dia, entendendo sobre seu funcionamento. É por meio dela que nos comunicamos, pensamos, sentimos, criamos e vivemos, sendo que ela é nosso sinônimo de identidade cultural.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), atualmente são faladas mais de 250 línguas no Brasil, consolidando-se assim como o oitavo país com o maior número de línguas em uso. A maioria delas – aproximadamente 180 – vêm de comunidades indígenas.

 

Como preservar a língua?

As ações feitas para disseminar os idiomas maternos podem propagar as tradições culturais através do mundo. Para Rima, algumas iniciativas são importantes para ajudar na preservação das línguas, como projetos escolares com o tema norteador do multiculturalismo e programas de intercâmbio com âmbitos da cultura e arte, por exemplo. “O Brasil tem recebido pessoas de diversos lugares, com diferentes culturas, línguas e tradições. Os desafios da convivência em um mundo cada vez mais multicultural dependem, em grande medida, das competências interculturais. Isso implica estar disposto a desenvolver diversas atitudes e comportamentos necessários para um relacionamento adequado com os que são diferentes de nós: o respeito, a tolerância, a empatia, a compreensão, hospitalidade, humildade, flexibilidade”, diz a Psicóloga.

 

NUPSIM e o atendimento aos migrantes

Criado pela Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CDH/CRP-PR), o Núcleo de Psicologia e Migrações (NUPSIM) busca articular parcerias, trocar experiências, aprofundar conhecimentos e sensibilizar a categoria e a população em geral para a temática da migração. O núcleo integra os serviços realizados por diversas frentes e faz encaminhamentos para atendimentos individuais e em grupo.

Alguns integrantes do núcleo fazem intervenção com populações de refugiados e imigrantes que tenham sido expostos a situações extremas por meio de atendimentos voluntários em ONGs ou clínicas. Pensando nestas realidades sociais complexas, um grupo de Psicólogas(os) se oferece para atendimento em língua materna com o objetivo de oferecer um atendimento especializado e satisfatório.

 

 

É importante favorecer a expressão da experiência vivida e dos afetos na língua materna; ao ser atendido em uma língua diferente da sua, certa distância pode se instalar entre o profissional e o paciente, visto que este expressa seu sofrimento por meio de representações e significações pertencentes a sua cultura.

A mediação entre os integrantes do NUPSIM com o meio externo (diversas instituições de saúde, como hospitais, centros de saúde, clínicas, etc.) e com os serviços sociais (ONGs, associações, serviços de proteção da juventude, etc.) dá-se com os contatos permanentes com os profissionais dessas instituições e das participações em comitês institucionais.

Segundo Rima, muitos refugiados apresentam uma sintomatologia estreitamente ligada à codificação cultural. “É importante favorecer a expressão da experiência vivida e dos afetos na língua materna; ao ser atendido em uma língua diferente da sua, certa distância pode se instalar entre o profissional e o paciente, visto que este expressa seu sofrimento por meio de representações e significações pertencentes a sua cultura”.

 

A Psicóloga Rima Awada, em parceria com mais duas autoras, está desenvolvendo o projeto de literatura infanto-juvenil “Crianças Migrantes”. Trata-se de uma coleção composta por quatro livros, destinados a alunos do 5º ao 7º ano, que abordam o tema das migrações recentes de estrangeiros para o Brasil a partir do olhar de crianças. Os livros poderão ser utilizados como fonte de informação e referência para as escolas e a sociedade sobre os recentes movimentos migratórios no país e no mundo, bem como sobre o multiculturalismo e o multilinguismo.

Qual a relação da língua com a identidade nacional?

A língua afirma a identidade cultural, simboliza a união de um grupo por ser uma forma simples e eficiente de solidariedade, permite reconhecer membros da comunidade, diferenciar estrangeiros e transmitir tradições, sendo vista como um dos pilares à delimitação de uma nação.

Qual é a importância do idioma na construção da identidade cultural?

A importância da língua materna É por meio dela que nos comunicamos, pensamos, sentimos, criamos e vivemos, sendo que ela é nosso sinônimo de identidade cultural.

Qual a importância da língua nacional?

Seja através da fala ou da escrita, ela é o principal meio de expressão e comunicação utilizado por um grupo específico de pessoas. Dessa forma, pode-se dizer que a construção da identidade de uma nação está diretamente ligada a língua falada pela mesma.

Qual é a importância da linguagem e de língua para a construção das identidades e sociedades humanas?

Esse meio permitiu ao ser humano interagir verbalmente com o outro, exteriorizando seus pensamentos, expressando-se, comunicando-se, por meio da fala, da escrita e de outras formas de linguagem.