Qual a importância da música de Luiz Gonzaga para a cultura nordestina?

Qual a importância da música de Luiz Gonzaga para a cultura nordestina?

“Quando oiei’ a terra ardendo / Qual fogueira de São João / Eu perguntei’ a Deus do céu, uai / Por que tamanha judiação?”, com certeza você já ouviu algum trecho dessa brilhante canção de Luiz Gonzaga. Asa Branca é uma dentre tantas composições do cantor que marcaram a música brasileiro. Assim como suas músicas, a história de Luiz Gonzaga é rica e especial.

Neste artigo, vamos falar sobre quem foi Luiz Gonzaga. Vamos apresentar detalhes de sua vida e de sua trajetória na música. Além disso, mostraremos sua importância para a música nordestina. Confira tudo sobre a história de Luiz Gonzaga, a seguir.

Qual a importância da música de Luiz Gonzaga para a cultura nordestina?
Entenda mais sobre a história de Luiz Gonzaga. | Foto: Reprodução.

Quem foi Luiz Gonzaga?

Luiz Gonzaga do Nascimento foi um cantor, compositor e músico brasileiro. Por ter sido responsável pela valorização dos ritmos nordestinos, ficou conhecido como o Rei do Baião. Ele cantava acompanhado da sua inseparável sanfona e levou o baião, o xaxado, o xote e o forró para todo o País.

Gonzagão também foi considerado uma das figuras representantes mais importantes e completas da música popular brasileira. Ao longo da história de Luiz Gonzaga, suas composições tinham como marca exaltar o sertão nordestino, mas também mostrar a realidade da pobreza, as tristezas e as injustiças que o povo da região enfrentava. 

Onde nasceu?

Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazendo Caiçara, em Exu, sertão de Pernambuco. Nessa data, o Brasil ainda tem mais um motivo para comemorar. Além de celebrar a história de Luiz Gonzaga e a trajetória incrível que o Rei do Baião teve, no dia 13 de dezembro é comemorado o dia nacional do forró.

Infância e Adolescência

Filho de Januário José dos Santos, o mestre Januário, “sanfoneiro de 8 baixos”, e Ana Batista de Jesus, Luiz Gonzaga teve 7 irmãos. A história de Luiz Gonzaga é marcada pela música. Desde pequeno, ele já gostava de olhar seu pai tocando sanfona. Logo aprendeu a tocar para animar as festas da sua região. Ele cresceu ajudando seu pai com as tarefas da na roça e construindo um amor pela sanfona.

Luiz Gonzaga era considerado um protegido do Coronel Manuel Aires de Alencar e de suas filhas. Inclusive foi com elas que ele aprendeu a escrever, ler e falar corretamente. Com 13 anos, Luiz Gonzaga juntou o dinheiro que ganhava emprestado do coronel e aproveitou para comprar sua primeira sanfona.

O primeiro dinheiro que Luiz Gonzaga recebeu como músico foi tocando em um casamento. A partir dali, ele já sabia que seu destino seria a música.

Carreira

A história de Luiz Gonzaga como músico começou a acontecer em Minas Gerais, quando ele conheceu Domingos Ambrósio, que era um soldado do exército e também um acordeonista. Nesse encontro, ele foi encorajado a ganhar dinheiro tocando nas ruas. Então, em 1939, Luiz Gonzaga se despediu do exército na cidade do Rio de Janeiro e começou a sua experiência como músico se apresentando em zonas de prostituição da região.

Nesse início, ele não cantava, somente fazia solos com o seu acordeão em músicas de estilos que eram famosos na época. Nas apresentações, ele usava um figurino particular: paletó e gravata, com o intuito de ser visto como um músico profissional.

Em 1940, um grupo de estudantes cearenses, que estudavam no Rio de Janeiro, aconselhou Luiz Gonzaga a mudar o estilo de suas apresentações e tocar as músicas dos sanfoneiros do sertão nordestino, já que com o repertório que ele estava acostumado não estava conseguindo vencer os concursos.

Então, ao participar de um programa de calouros da rádio tocando Vira e Mexe, ele ganhou nota 5 e o prêmio de primeiro lugar. A partir daí, a história de Luiz Gonzaga ganha um novo capítulo e sua carreira começa oficialmente em 1945.

Nesse ano, Luiz Gonzaga entrou no estúdio da RCA para gravar Dança Mariquinha, ao lado de Saulo Augusto Silveira Oliveira. Ele se saiu tão bem que foi convidado pelo diretor artístico da gravadora para gravar um disco. Ao longo da história de Luiz Gonzaga, ele lançou músicas com versos simples e marcantes, impregnando as expressões e o sotaque nordestino em suas canções.

Através da carreira e da história de Luiz Gonzaga, a música nordestina ficou conhecida e reconhecida por todos os cantos do nosso País. Além de influenciar musicalmente outros artistas de diferentes gerações, o compositor fez ritmos como o baião, o xaxado e o forró pé de serra serem valorizados nas outras regiões.

Apesar da sua relação com a música não se restringir aos ritmos nordestinos, Luiz Gonzaga foi importante para que tais estilos musicais fossem vistos como fundamentais para a cultura do Nordeste e do Brasil.

A música nordestina traz as características de um povo singular que mistura diferentes ritmos, cores, expressões e é sinônimo de miscigenações culturais. O objetivo da carreira e da história de Luiz Gonzaga era mostrar por meio da música a riqueza da região e também a dura realidade que o povo do sertão nordestino enfrenta.

Qual a importância da música de Luiz Gonzaga para a cultura nordestina?
A sanfona é a marca registrada da história de Luiz Gonzaga. | Foto: Reprodução.

Principais sucessos do rei do baião

Além da canção Asa Branca, que citamos no início, ao longo da história de Luiz Gonzaga, ele escreveu e emplacou muitos outros sucessos na música. Confira agora trechos dos principais sucessos da sua carreira.

Luar do Sertão

“Não há, ó gente, ó não

Luar como esse do sertão

Não há, ó gente, ó não

Luar como esse do sertão 

Oh! Que saudade do luar da minha terra

Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão

Este luar cá da cidade tão escuro

Não tem aquela saudade do luar lá do sertão”

Olha Pro Céu

“Olha pro céu, meu amor

Vê como ele está lindo

Olha praquele balão multicor

Como no céu vai sumindo

Foi numa noite igual a esta

Que tu me deste o coração

O céu estava assim em festa

Pois era noite de São João”

A Triste Partida

“Setembro passou

Outubro e novembro

Já tamo em dezembro

Meu Deus, que é de nós

(Meu Deus, meu Deus) 

Assim fala o pobre

Do seco nordeste

Com medo da peste

Da fome feroz

(Ai, ai, ai, ai)

A treze do mês

Ele fez experiência

Perdeu sua crença

Nas pedra de sal

(Meu Deus, meu Deus)”

Xote das Meninas

“Mandacaru quando fulora na seca

É o sinal que a chuva chega no sertão

Toda menina que enjoa da boneca

É sinal que o amor já chegou no coração…

Meia comprida não quer mais sapato baixo

Vestido bem cintado não quer mais vestir timão…

Ela só quer

Só pensa em namorar

Ela só quer

Só pensa em namorar…”

Você pode ter acesso de forma rápida a mais conteúdos dos principais artistas brasileiros no site da NovaBrasil FM. A rádio separa informações atualizadas e completas para você ouvinte ficar informado sobre a história de Luiz Gonzaga e tantos outros cantores. Clique aqui e confira.

Qual a importância da música de Luiz Gonzaga para o Nordeste?

Ele é um mestre da música. Foi ele quem abriu as portas da música nordestina para o centro-sul do país. Recriou a música nordestina e popularizou gêneros regionais, como toada, aboio, xote, chamego e xaxado.

Como Luiz Gonzaga representou a cultura nordestina?

Símbolo da cultura do Nordeste, nascido no município de Exu, no Pernambuco, Gonzaga é tido como um dos grandes porta-vozes, não só por ter tocado melodias da região e cantado letras descrevendo os costumes do sertanejo, mas também por sempre trajar o chapéu e o gibão de couro, peças de referência na vestimenta ...

O que as músicas de Luiz Gonzaga descreviam ao falar do sertão nordestino?

Ele é o grande nome da música popular dessa região, e não somente dela, ele representa e encarna aquilo que o povo nordestino sente e declara como sendo sua cultura, seu modo de vida, suas experiências existenciais, sua luta constante contra a fome, a seca e a opressão.

Qual música representa o Nordeste?

“Asa Branca” é uma música muito conhecida, que já esteve presente algumas vezes em provas de vestibular. A música fala sobre a seca no sertão nordestino, sobre as consequências para aquela população e sobre a saída de pessoas no Nordeste.