Qual o objetivo da hora de jogo diagnóstica?

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Qual o objetivo da hora de jogo diagnóstica?

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A hora do jogo diagnóstica: Constitui um recurso ou instrumento técnico que o psicólogo utiliza dentro do processo psicodiagnóstico com a finalidade de conhecer a realidade da criança que foi trazida à consulta.
A atividade lúdica é a sua forma de expressão própria, então, trata-se de instrumentalizar suas possibilidades comunicacionais para depois conceituar a realidade que nos apresenta. 
Ao oferecer um contexto particular, com enquadramento dado que inclui tempo, espaço, explicitação de papéis e finalidade, cria-se um campo estruturado em função das variáveis internas de sua personalidade, assim, expressa somente um segmento de seu repertório de condutas, reatualizando no aqui e agora um conjunto de fantasias e relações de objeto que irão se sobrepor ao campo de estimulo, por isso, recorre-se a outros instrumentos e métodos de investigação.
A hora de jogo diagnóstica engloba um processo que tem começo, desenvolvimento e fim em si mesmo, opera como uma unidade e deve ser interpretada como tal. A hora de jogo terapêutica é um elo a mais em um amplo continuum no qual novos aspectos e modificações estruturais vão surgindo pela intervenção do terapeuta.
Existe muita semelhança com uma entrevista diagnostica livre do adulto, mas as diferenças são:
Em uma, a fantasia é mediada pelas verbalizações, na atividade lúdica o mediador é, predominantemente, o brinquedo oferecido que expressa o que a criança está vivenciando no momento. Na verbalização a fantasia aparece depurada pela maior influência do processo secundário; a localização temporal da fantasia expressa através da linguagem, do uso apropriado dos verbos e das leis do pensamento logico-formal torna-se mais clara. No brincar, há uma comunicação de tipo espacial na qual são incluídos mais elementos do processo primário através de princípios como os de condensação, atemporalidade e deslocamentos, atuados no próprio brincar.
A hora de jogo diagnóstica é precedida das entrevistas realizadas com os pais, é necessário, reformular para a criança, em um primeiro contato, instruções de forma clara e precisa. Cada hora de jogo diagnóstica significa uma experiência nova, tanto para o entrevistar como para o entrevistado, isto implica o estabelecimento de um vínculo transferencial breve cujo objetivo é o conhecimento e a compreensão da criança.
Sala de jogo e materiais: Os aspectos formais da hora de jogo diagnóstica interferem no conteúdo da mesma, já que o enquadramento e as condições do âmbito de trabalho configuram uma Gestalt que responde a nosso marco referencial teórico.
A sala de jogo será um quarto não muito pequeno, com mobiliário escasso a fim de possibilitar liberdade de movimentos à criança. É preferível que as paredes e o chão sejam laváveis, o que permitirá que o entrevistador não se preocupe com a conservação do local de trabalho. É conveniente oferecer a possibilidade de brincar com água, se desejar, permitindo-lhe fácil acesso a mesma. Os elementos devem estar expostos sobre a mesa, ao lado da caixa aberta. Convém que estejam distribuídas sem corresponder a nenhum agrupamento de classes, dando a possibilidade de ordenação que corresponda às suas variáveis internas, em função de suas fantasias e/ou nível de desenvolvimento intelectual. Deve-se evitar um panorama caótico através de um amontoamento indiscriminado de brinquedos.
A caixa deve estar presente, pois pode funcionar como um elemento lúdico a mais e será o continente depositário da produção que o entrevistado deseje deixar ao final da hora. A apresentação dos brinquedos sobre a mesa evita o incremento da ansiedade persecutória que pode surgir no primeiro contato. Com relação aos brinquedos a serem incluídos, há diversas modalidades que corresponde ao marco teórico adotado pelo entrevistador. No caso, aderimos materiais de tipos diferentes, tanto estruturados quanto não estruturados, possibilitando a expressão, sem que a experiência se torne invasora. (tesoura, papel, lápis preto/colorido, lápis de cera, massa de modelar, borracha, cola, apontador, famílias de animais selvagens/domésticos, etc)
É importante que o material seja de boa qualidade para evitar fáceis estragos, situação que pode criar culpa na criança e fazê-la sentir que o entrevistador pode ser facilmente destruído por seus impulsos agressivos, os quais ela tem pouca capacidade para conter e manipular. 
Instruções: O psicólogo deve manifestar, de forma breve e numa linguagem compreensível, uma série de informações que configuram as instruções – definição de papéis, do tempo e do espaço, material a ser utilizado, objetivos esperados. 
Papel do psicólogo: Um papel passivo já que funciona como observador e ativo à medida que sua atitude atenta e aberta permite-lhe a compreensão e a formulação de hipóteses sobre a problemática do entrevistado. Assim, a função específica é observar, compreender e cooperar com a criança.
Pode acontecer, de desempenhar um papel complementar, ou seja, a necessidade de fazer uma sinalização, esta corresponde a explicitação de aspectos dissociados manifestos da conduta da criança (quando manifesta sua rejeição na atividade lúdica). Ou, o estabelecimento de limites quando o paciente tende a rompê-lo. 
Transferência: Adquire características particulares que responder, por um lado, à brevidade do vínculo e, por outro, ao fato de que o meio de comunicação sejam os brinquedos oferecidos pelo psicólogo, o que permite que a transferência se amplie e se diversifique para estes objetos intermediários. Neles, o paciente depositará parte de seus sentimentos representantes de diferentes vínculos com objetos de seu mundo interno.
Contratransferência: Pode ajudar a compreensão da criança, se for conscientemente integrada pelo psicólogo. Este deve discriminar suas próprias motivações e impulsos para que não interfiram na análise compreensiva da conduta lúdica da criança.
Indicadores da hora do jogo diagnóstica: Permite considerar os itens mais importantes para fins diagnóstico e prognóstico, apontando tanto para o dinâmico quanto para o estrutural e econômico. 
Deve-se analisar a escolha de brinquedos e brincadeiras, esta pode assumir as formas de observação à distância; dependente (esperar indicações); evitativa; dubitativa (pegar e largar os brinquedos); de irrupção brusca dos materiais; de irrupção caótica e impulsiva; de aproximação (tempo de reação inicial do campo e, desenvolver atividade).
 Deve-se levar em conta o tipo de brinquedo para estabelecer o primeiro contato, de acordo com o momento evolutivo e com o conflito a ser veiculado. Quanto a escolha do jogo, é necessário ver se tem princípio, desenvolvimento e fim, se é uma unidade coerente em si mesma e se os jogos organizados correspondem ao seu estágio de desenvolvimento intelectual correspondente a sua idade cronológica. 
A modalidade das brincadeiras é a forma em como o ego manifesta a função simbólica. Cada sujeito estrutura o seu brincar de acordo com uma modalidade que lhe é própria e que implica um traço caracterológico – plasticidade (expressa a mesma fantasia ou defesa através de mediadores diferentes ou uma grande riqueza interna por meio de poucos elementos que cumprem diversas funções); rigidez (geralmente utilizada frente a ansiedades muito primitivas para evitar a confusão aderindo a mediadores de forma exclusiva e predominante para expressar a mesma fantasia); estereotipada e predominante (modalidade mais patológica de funcionamento egóico – desconexão com o mundo externo cuja única finalidade é a descarga, não há fins comunicacionais).
A personificação refere-se à capacidade de assumir e atribuir papéis de forma dramática. Em cada período evolutivo essa capacidade adquire diferentes características – em crianças pequenas a realização de desejos se expressa de maneira mais imediata e a identificação projetiva é utilizada como mecanismo fundamental; numa etapa posterior, se enriquecem com figuras imaginárias e também começa a atribuir papéis e a tornar mais explícito o vínculo que mantem com essas imagos. 
Na latência,

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Qual o objetivo da hora do jogo diagnóstica?

A hora do jogo diagnóstica, fundamentada principalmente por teóricos psicanalistas, é um recurso e instrumento técnico que possibilita a compreensão da realidade e do funcionamento psicológico da criança.

O que deve ser observado na sessão lúdica diagnóstica?

Resumo: A entrevista lúdica diagnóstica é uma técnica investigativa que o psicólogo utiliza dentro do processo psicodiagnóstico, buscando compreender a dinâmica de funcionamento psíquico da criança por meio da avaliação clínica do brincar infantil.

Qual a importância da brincadeira no psicodiagnóstico infantil?

Frequentemente, a observação das brincadeiras infantis é apontada como uma ferramenta capaz de promover a compreensão da dinâmica de funcionamento emocional, incluindo as fontes de ansiedade e as estratégias defensivas, no momento em que a avaliação é realizada.

Pode

A hora do jogo diagnóstica: Constitui um recurso ou instrumento técnico que o psicólogo utiliza dentro do processo psicodiagnóstico com a finalidade de conhecer a realidade da criança que foi trazida à consulta.