Que fatores explicam o forte crescimento da economia japonesa na década de 1960?

O Brasil precisa ampliar e tornar mais regular os ganhos de produtividade em sua economia como meio de acelerar o seu desenvolvimento. Toda a produção de um país é, em boa medida, o resultado da combinação de capital físico, capital humano, trabalho e terra, ou seja, é a combinação dos seus fatores de produção. O crescimento do PIB de um país advém, em parte, da expansão desses fatores, ou ainda, da acumulação de capital, da qualificação da mão-de-obra, ou mesmo do crescimento demográfico e da expansão da fronteira agrícola.

A produtividade dos fatores de produção desempenha papel fundamental no crescimento de um país, sobretudo porque ela é uma das chaves da competitividade. A produtividade média de um fator de produção corresponde ao número de unidades de produto por unidade empregada desse mesmo fator. Quanto mais produto um país obtém, por exemplo, de um fator de produção, seus custos relativos àquele fator de produção ficam menores e, por isso, ele pode se tornar mais competitivo.

Vale notar que comparar a produtividade dos países não é algo trivial. Em primeiro lugar, deve-se definir de qual produtividade se trata. Por exemplo, um país pode utilizar de modo mais eficiente seu capital, enquanto outro país é mais eficiente na utilização de sua mão-de-obra ou de sua terra. O país considerado mais produtivo dependerá de qual fator de produção está sendo considerado. Assim, para comparar a eficiência relativa entre economias utiliza-se o conceito de Produtividade Total dos Fatores – PTF, a qual pode ser definida como o quociente entre o valor do produto e a soma ponderada dos fatores de produção.

Portanto, a PTF é uma fonte importante do crescimento econômico, a qual possibilita que uma economia produza mais com o mesmo montante de recursos, na medida em que os combina de forma mais eficiente. Neste estudo, a PTF é estimada a partir da evolução do estoque de capital e da força de trabalho e será decomposta em três componentes: (i) o progresso tecnológico, expresso pelo desenvolvimento de novos produtos e processos de produção, ou ainda, é a incorporação de novas tecnologias ou a conquista de uma inovação; (ii) os ganhos de escala, os quais estão relacionados às economias geradas com o crescimento do volume de negócios; e (iii) as melhorias de eficiência técnica, associadas ao pleno emprego dos fatores de produção disponíveis.

A partir de uma amostra de 100 países obtida em “Penn World Tables (PWT), versões 6.1 e 7.0.”, as estimativas obtidas neste estudo mostram que a evolução da PTF ao longo do período analisado (1950-2009) é bastante diferenciada. Em linhas gerais, pode se observar que nos anos iniciais, no período assim chamado “anos de ouro do capitalismo” (pós Segunda Guerra Mundial até o início dos anos 1970), a PTF evoluiu a taxas crescentes tanto nos países da Europa e América do Norte como na América Latina e alguns países da Ásia. Nos anos 1980, há uma nítida perda de ritmo da PTF; de fato, uma mudança de patamar das taxas de crescimento para muitos países. São os anos de crise da dívida externa dos países da América Latina e de guerras civis em países da África. A partir desse período, a produtividade volta a crescer com mais ímpeto, mas não para todos os países da amostra.

As estimativas possibilitaram acompanhar a evolução da PTF de todos os 100 países nessas últimas décadas. O ranking de países no período 1950-2009 é o seguinte: no topo, com a maior taxa média de variação aparece o Japão – crescimento médio anual de 2,46%. Em seguida, aparece a China com taxa média anual de 2,27%. Na comparação com o Japão e outros países da amostra o comportamento da PTF da China é nitidamente distinto: cresce a taxas menores nas três primeiras décadas e dá um salto espetacular nas três décadas seguintes.

No terceiro posto do ranking da PTF aparece os Estados Unidos, com taxa média de variação de 1,90% a.a.. Em quarto lugar, com taxa de variação da PTF de 1,72% a.a. encontra-se a Espanha, graças à sua evolução nos anos 1950 e 1960. Em seguida, a Coreia do Sul, cuja taxa de crescimento foi de 1,70% a.a., em média, ao longo do período em tela. Em sexto e sétimo lugares, outros dois países europeus: Itália e França. Com trajetórias parecidas, as taxas de variação média anual da PTF da Itália e da França ficam em 1,67% e 1,63%, respectivamente. Na oitava e nona posições estão dois países nórdicos, Finlândia e Noruega, 1,41% a.a. e 1,40% a.a.. No caso da Finlândia, o forte ganho de produtividade aparece nos anos 1950, quando o País começa um forte processo de urbanização e revigoramento de sua economia, que havia sido bastante debilitada pela Segunda Guerra Mundial. Na Noruega, o aumento da produtividade se mantém mais estável com crescimentos médios anuais que podem ser considerados elevados. Fechando o ranking dos dez primeiros colocados, encontra-se o Canadá, cuja PTF aumentou a uma taxa média anual igual a 1,38% ao longo dos anos que vão de 1950 a 2009. Marcante na evolução da PTF canadense é também sua relativa constância e, nesse sentido, se assemelha ao padrão de Finlândia e Noruega e também dos Estados Unidos, embora nesse último caso, a evolução da produtividade seja maior.

Uma ausência sentida nos dez primeiros classificados supracitados é a Alemanha, em decorrência da ausência de dados para a Alemanha reunificada. A variação média anual da PTF alemã para o período 1971-2009, para o qual se dispõe de dados foi de 1,27%, o que a coloca na 17ª colocação. Mesmo assim, nas décadas de 1970 e 1980, a PTF alemã foi relativamente elevada: 1,74% a.a. e 1,57% a.a., respectivamente.

E o Brasil? Qual é a classificação da PTF do Brasil entre os 100 países da amostra? A taxa de variação média anual da PTF brasileira aparece na 11ª colocação. Muito próxima da do Canadá, a evolução da produtividade no Brasil no período 1950-2009 (de 1,33% a.a., em média) tem especificidades notáveis que ajudam a explicar esse posicionamento. Vale assinalar que o Brasil apresentou bons resultados nas décadas de 1950 e 1960 (1,60% e 1,74%, respectivamente) e teve um grande diferencial nos anos 1970 (2,13%), período em que a economia mais se industrializou, valendo-se dos excepcionais resultados do “milagre econômico” e da implementação do II PND. Esse é o principal resultado que elevou a média da PTF no Brasil ao longo dos anos 1950-2009.

No período mais recente (2001-2009), no qual a maioria dos países apresentou fraco desempenho da PTF, o Brasil passou a colher os frutos da ampliação do mercado interno consumidor e dos investimentos públicos e privados. Cabe notar que mesmo tendo melhorado, 18 países obtiveram avanços de produtividade superiores ao índice brasileiro. O resultado da década passada (1,32%) melhorou significativamente após fracos índices nas duas décadas anteriores, especialmente na “década perdida” de 1980 (0,35% e 1,16%, respectivamente nos anos 1980 e 1990). Na década passada, o mesmo movimento de ampliação dos ganhos de produtividade verificado no Brasil pode ser observado nos demais países do BRIC, vale dizer, Índia, cuja variação da PTF passou de 1,53% na década de 1990 para 2,05% no período 2001-2009, na Rússia, de 0,69% para 1,57%, enquanto na China se mantinha em nível elevadíssimo (4,70% e 3,74% nas décadas de 1990 e 2000, respectivamente).

Portanto, na média dos últimos 60 anos, a variação da PTF no Brasil pode ser considerada “razoável” ou mesmo “boa” já que no contexto de 100 países foi a 11º maior. O mesmo pode ser dito para o índice referente à última década. Este melhorou significativamente com relação às duas décadas passadas e permitiu que o país se posicionasse como a 19ª melhor marca.

Assim, segundo os resultados do estudo, o Brasil após a segunda guerra mundial foi participante com algum destaque no contexto mundial, sobretudo nas três primeiras décadas desse período. Contudo, o que deve ser também levado em conta é que, nessa matéria, ter “algum destaque” no cenário internacional não basta para que um país transite da condição de subdesenvolvimento (ou de “país em desenvolvimento”) para a condição de economia desenvolvida. Certas experiências devem ser ressaltadas para evidenciar que o Brasil precisa acelerar o passo e ganhar mais regularidade em termos de ganhos de produtividade.

Mesmo países que haviam experimentado industrialização e crescimento da renda per capita expressivos com antecedência à segunda guerra mundial, como no caso, sobretudo, dos EUA, mas também dos países europeus, no período do pós-guerra os importantes ganhos de produtividade serviram para consolidar e ampliar o desenvolvimento. No caso dos EUA, o crescimento da produtividade foi forte em todo o período, superando largamente o índice brasileiro (exceção para a década de 1970). No caso dos países europeus, estes aproveitaram o dinamismo econômico das duas primeiras décadas do período para obterem ganhos acentuados de produtividade, como nos casos de Espanha, Itália e França. Outro “modelo” europeu reúne evolução da produtividade em menor intensidade (porém, ainda assim significativa) e alta regularidade nessa evolução. Inclui Finlândia, Noruega, além do Canadá.

Em um terceiro “modelo”, explosões de produtividade permitiram que alguns países entrassem no grupo do desenvolvimento no espaço de algumas décadas. Foi principalmente o modelo do Japão durante os quarenta anos que vão de 1951 a 1990 e, em escala menor, da Coreia do Sul (nos anos 1960, 1980 e 1990) e notabiliza ainda o mais recente fenômeno de industrialização que é a China. Nesse caso, taxas de variação média anual da produtividade próximas a 4% vêm prevalecendo nas três últimas décadas. O Brasil nem teve explosões duradouras de produtividade (somente na década de 1970), nem manteve no período como um todo uma regularidade de elevações da produtividade como outros países fizeram. Ampliar e tornar mais regular os ganhos de produtividade é uma necessidade para que o Brasil alcance mais rapidamente o desenvolvimento.

A PTF foi estimada, neste estudo, a partir de três componentes: i) o progresso tecnológico, expresso pelo desenvolvimento de novos produtos e processos de produção, ou ainda, pela incorporação de novas tecnologias ou a conquista de uma inovação; (ii) os ganhos de escala, os quais estão relacionados às economias geradas com o crescimento do volume de negócios; e (iii) as melhorias de eficiência técnica, associadas ao pleno emprego dos fatores de produção disponíveis. Assim como foi feito para a PTF, também foi possível fazer um ranking das taxas de crescimento de suas três componentes.

Num primeiro olhar, o que chama a atenção é que cada uma dessas componentes tem sua parcela de contribuição para o avanço da PTF. Mais do que isso, das estimativas geradas pelo modelo adotado neste estudo, observa-se que esses componentes têm, ao longo do período 1950-2009, participação diferente na explicação da PTF dos distintos países. Em outras palavras, para um determinado país, o progresso tecnológico avançou mais e, por isso, contribuiu mais para o aumento da PTF, enquanto para outro, os ganhos de escala ou de eficiência foram mais decisivos. Esse é um ponto importante não somente para entender a evolução da PTF dos países no passado e, consequentemente, suas trajetórias de crescimento econômico, mas também para especular sobre os possíveis caminhos futuros do desenvolvimento.

Os resultados finais mostram que (i) os países com maior crescimento econômico são aqueles que também mais obtiveram ganhos de produtividade ao longo do período em tela e (ii) o que mais importou para isso foi a acumulação de tecnologia/inovação. De fato, a razão taxa de variação da PTF/taxa de variação do PIB é, em geral, maior nos países desenvolvidos e em países relativamente melhor posicionados em termos de crescimento econômico. Entre todos os países da amostra, a maior contribuição da PTF para o crescimento (isto é, razão taxa de variação da PTF/taxa de variação do PIB) está na Alemanha. Na sequência aparecem Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Itália, França, Bélgica, Suíça, Noruega e Suécia para completar os dez primeiros países com maior importância da PTF para o desenvolvimento econômico. A China está em 19º lugar; o Brasil, em 22º; e a Índia, em 26º.

Vale notar que Brasil, Índia e, sobretudo, China apareceram com taxas de crescimento da PTF, ao longo de 1950-2009, superiores às taxas de muitos desses dez países – como foi visto acima, a China ocupou o segundo lugar no ranking de evolução da PTF. Isso quer dizer que um determinado país – como, por exemplo, a China – pode ter bons resultados em termos de evolução da PTF e ainda assim a contribuição da PTF para o crescimento econômico ser menor do que a de outros países cuja PTF cresceu menos no período. Como entender esse resultado?

A resposta é que a China, a Índia, o Brasil e outros tantos países em desenvolvimento tem boa parte do seu crescimento econômico “assentado” mais na acumulação de capital e trabalho do que no desempenho da produtividade. Ou seja, a tese aqui é que, nas economias de “capitalismo mais tardio”, o efeito do capital e do trabalho ainda superam o efeito da produtividade – ou por que o capital é mais escasso, ou porque o custo da mão-de-obra é mais baixo, ou uma combinação dos dois. Uma primeira implicação disso talvez seja a seguinte: olhando para a trajetória dos países maduros do ponto de vista do capitalismo, é possível dizer que o crescimento de longo prazo está calcado na PTF e, portanto, a busca de ganhos de produtividade deve ser o objetivo permanente dos países em desenvolvimento.

E o que está por trás da PTF? A incorporação de tecnologia e inovação é, dentre as componentes da PTF, a que mais contribui para o crescimento econômico. Isso é um resultado geral, mas ele ganha destaque nos países desenvolvidos. A maior contribuição do progresso tecnológico para o crescimento está na Alemanha. O progresso tecnológico mostra-se decisivo para o desempenho da economia alemã, bem como para a Suíça, Reino Unido, Dinamarca, Estados Unidos, Suécia, França, Bélgica, Holanda, Itália – os dez primeiros países, nessa ordem, para os quais a contribuição de T&I no crescimento foi, relativamente, maior. Diante desses resultados, a segunda implicação que pode ser feita aqui é a seguinte: no longo prazo, o crescimento se sustenta pelo desenvolvimento de tecnologias e inovações.

Em suma, esse estudo mostrou que, em geral, nos países em desenvolvimento, os ganhos de produtividade estão mais associados a ganhos de escala do que a ganhos vindos do progresso tecnológico ou da inovação, como ocorre nos países desenvolvidos. Para o crescimento econômico de longo prazo, os ganhos de produtividade apareceram como um diferencial entre os países desenvolvidos, relativamente mais importantes do que a acumulação de capital e trabalho, a qual se sustenta, por sua vez, mais no desenvolvimento de tecnologias e inovações do que nos ganhos de escala e eficiência técnica.

Por fim, vale dizer, esse trabalho tratou de alguns determinantes da produtividade dos países. Ele reconhece que há outros fatores tão importantes para a evolução da produtividade de um país que podem ser decisivos para o crescimento econômico. Como argumenta Paul Krugman no primeiro capítulo do livro “The Age of Productivity – Transforming Economies from the Bottom Up, Inter-American Development Bank, Palgrave Macmillan, 2010”, a produtividade – e consequentemente o crescimento econômico – depende também de outros fatores, como, entre outros, as instituições, o ambiente de negócios, as fontes de recursos financeiros. Mas, sobretudo, a produtividade depende de políticas econômicas voltadas para ela. Este é o grande desfio dos países do mundo e do Brasil: elaborar políticas de produtividade que possam direcionar suas economias, de modo inequívoco, para o desenvolvimento e o bem-estar social. A Era da Produtividade está em andamento.

 

Crescimento Econômico e Produtividade Total dos Fatores. Toda a produção de um país é, em boa medida, o resultado da combinação de capital físico, capital humano, trabalho e terra, ou seja, é a combinação dos seus fatores de produção. O crescimento do PIB de um país advém, em parte, da expansão desses fatores, ou ainda, da acumulação de capital, da qualificação da mão-de-obra, ou mesmo do crescimento demográfico e da expansão da fronteira agrícola.

A produtividade dos fatores de produção desempenha papel fundamental no crescimento de um país, sobretudo porque ela é uma das chaves da competitividade. A produtividade média de um fator de produção corresponde ao número de unidades de produto por unidade empregada desse mesmo fator. Quanto mais produto um país obtém, por exemplo, de um fator de produção, seus custos relativos àquele fator de produção ficaram menores e, por isso, ele pode se tornar mais competitivo.

Vale notar que comparar a produtividade dos países não é algo trivial. Em primeiro lugar, deve-se definir de qual produtividade se trata. Por exemplo, um país pode utilizar de modo mais eficiente seu capital, enquanto outro país é mais eficiente na utilização de sua mão-de-obra ou de sua terra. O país considerado mais produtivo dependerá de qual fator de produção está sendo considerado. Assim, para comparar a eficiência relativa entre economias utiliza-se o conceito de Produtividade Total dos Fatores – PTF, a qual pode ser definida como o quociente entre o valor do produto e a soma ponderada dos fatores de produção.

Portanto, a PTF é uma fonte importante do crescimento econômico, a qual possibilita que uma economia produza mais com o mesmo montante de recursos, na medida em que os combina de forma mais eficiente. Neste estudo, a PTF é estimada a partir da evolução do estoque de capital e da força de trabalho e será decomposta em três componentes: (i) o progresso tecnológico, expresso pelo desenvolvimento de novos produtos e processos de produção, ou ainda, é a incorporação de novas tecnologias ou a conquista de uma inovação; (ii) os ganhos de escala, os quais estão relacionados às economias geradas com o crescimento do volume de negócios; e (iii) as melhorias de eficiência técnica, associadas ao pleno emprego dos fatores de produção disponíveis.

Modelo Econométrico de Estimação da PTF. Para estimar a PTF de um grupo selecionado de países, foram utilizadas neste estudo técnicas estatísticas desenvolvidas para tratar de variáveis econômicas. Inicialmente, foram estimadas as elasticidades dos fatores de produção (capital e trabalho) de cada país em cada momento do tempo, bem como a evolução do progresso tecnológico desses mesmos países. Para tanto, utilizou-se um modelo econométrico baseado em uma função de produção com especificação translog.

Como método de estimação, utilizou-se uma técnica denominada fronteira estocástica. Por meio de tal técnica, a fronteira de produção caracteriza o mínimo de combinações de insumos necessários para produzir vários produtos, ou o máximo de produto produzido com várias combinações de insumos, e uma dada tecnologia. Países produtores que operam sobre a fronteira de produção são chamados de tecnicamente eficientes, e aqueles que operam abaixo de sua fronteira de produção, tecnicamente ineficientes. Assim, a abordagem da fronteira de produção estocástica considera a existência de ineficiência técnica e reconhece o fato de que choques aleatórios fora do controle dos produtores podem afetar o produto.

A técnica permite que o impacto desses choques aleatórios (como a variação no desempenho do trabalho ou das máquinas) sobre o produto pode ser, em princípio, separado do impacto da variação na eficiência técnica, a qual estaria associada a processos não-observados e não-aleatórios.

Para o cálculo da evolução da produtividade, foram utilizadas técnicas de decomposição da PTF segundo a abordagem do número índice de Diewert (2000). De acordo com tal abordagem, a medida de variação da produtividade total de fatores pode ser decomposta em até quatro componentes: (i) variação do progresso tecnológico (VPT); (ii) variação da eficiência de escala (VEE), (iii) variação da eficiência técnica (VET); e (iv) variação da eficiência alocativa (VEA) – neste estudo, não será estimada a eficiência técnica. A medida de VPT é a média da variação do progresso técnico nos períodos entre períodos.

Amostra de Dados: 100 Países. O conjunto de dados utilizado para estimar a PTF foi obtido em Penn World Tables (PWT), versões 6.1 e 7.0. São 5.584 observações correspondentes a dados de produto interno bruto, capital e trabalho de 100 países de 1950 a 2009. Vale notar que, para alguns países, não há dados referentes a alguns anos iniciais da amostra (anos 1950). Independentemente disso, os recursos estatísticos possibilitaram estimar os parâmetros do modelo para o total da amostra (possíveis implicações disso serão tratadas na análise das estimativas).

Série do Produto (y): Corresponde ao produto interno bruto em dólares constantes de 2005 ajustados à Paridade do Poder de Compra – PPP.

Série do Capital (k): A série de capital foi construída a partir das séries da taxa de investimento e da taxa de crescimento do produto bruto em dólares constantes de 2005, ambas obtidas em PWT. A metodologia utilizada é a de inventário perpétuo proposta por Nehru e Dhareshwar (A New Data Base on Physical Capital Stock: Sources, Methodology and Results. Revista de Análisis Económico, Vol. 8, No. 1, 37-59, 1993).

Série do Trabalho (l): corresponde à série labor force do PWT.

Evolução da Produtividade Total dos Fatores no Período 1950-2009: Os Top 10. As estimativas obtidas neste estudo mostram que a evolução da PTF ao longo do período 1950-2009 é bastante distinta entre os 100 países que compõem a amostra. Em linhas gerais, pode se observar que nos anos iniciais, no período assim chamado “anos de ouro do capitalismo” (pós Segunda Guerra Mundial até o início dos anos 1970), a PTF evoluiu a taxas crescentes tanto nos países da Europa e América do Norte como na América Latina e alguns países da Ásia. Nos anos 1980, nota-se uma nítida perda de ritmo da PTF; de fato, uma mudança de patamar das taxas de crescimento da PTF para muitos países. São os anos de crise da dívida externa dos países da América Latina e de guerras civis em países da África. A partir desse período, a PTF volta a crescer com mais ímpeto, mas não para todos os países da amostra: países desenvolvidos como, por exemplo, os Estados Unidos aparecem com ganhos menores de produtividade em relação às primeiras décadas do período em tela. Saindo dessas linhas mais gerais, vamos acompanhar a evolução da PTF de dez países, mais precisamente, dos dez países com as maiores taxas médias anuais de variação da PTF ao longo dos anos contemplados neste estudo.

No topo do ranking, com a maior taxa média de variação da PTF aparece o Japão – crescimento médio anual de 2,46% no período 1950-2009. Esse resultado pode ser considerado bastante intuitivo: é de se imaginar que boa parte da explicação de o Japão ser uma das maiores economias do mundo, apesar das dimensões relativamente menores de seu território e de sua população, venha de seus ganhos de produtividade, ou ainda, de “fazer mais com o mesmo ou com menos”.

Mas, o comportamento da PTF japonesa ao longo das diferentes décadas foi muito desigual e é marcado mais recentemente por uma trajetória decrescente. Na década dos anos 1950, a PTF crescia a uma taxa média anual de 4,50% no Japão, a qual saltou para 5,80% ao ano na década de 1960. Com um desempenho extraordinário, o Japão era o país cuja PTF mais crescia, em grande medida, pode-se dizer, como resultado dos incentivos econômico-financeiros que recebera para reerguer sua economia no pós Segunda Guerra Mundial.

Nos anos 1970 e 1980, a evolução da PTF japonesa cai pela metade: 2,07% a.a. e 2,41% a.a., respectivamente, ficando ainda assim acima da evolução da PTF dos países desenvolvidos. Nas décadas de 1990 e 2000, períodos reconhecidamente de menor vigor da economia japonesa, a PTF do Japão sofre uma forte inflexão, crescendo somente 0,56% a.a. nos anos 1990 e tornando-se negativa (–0,29% a.a.) no período 2001-2009, em decorrência da elevada perda de produtividade nos anos de 2008 (–2,23%) e 2009 (–4,60%), a qual refletiu a crise financeira internacional de 2008.

O segundo país colocado no ranking é a China. A taxa média anual da PTF chinesa durante todo o período 1950-2009 foi de 2,27%. Na comparação com o Japão – e também com o movimento mais geral do ocorrido com os países da amostra, como supracitado –, o comportamento da PTF da China é nitidamente distinto: ela cresce a taxas menores nas três primeiras décadas e dá um salto espetacular nas outras três décadas seguintes abordadas por este estudo. De fato, nos anos 1950, a PTF chinesa crescia 0,85% a.a., uma taxa de variação modesta, que se eleva na década seguinte (1,42% a.a.) para voltar ao patamar anterior (0,86% a.a.) na década de 1970.

Na década de 1980, já como reflexo das transformações econômicas iniciadas por Deng Xiaoping no final dos anos 1970, a PTF chinesa cresceu a uma taxa média de 3,22% a.a., a qual foi superada (4,70% a.a.) na década de 1990 e que se manteve em patamar elevado (3,74% a.a.) no período 2001-2009 – vale dizer que a produtividade dos fatores na China também recuou, ainda que de modo muito suave, para 3,11% em 2009, ano de recessão mundial. O mais espetacular nesses dados da China, além do nível médio das taxas de variação de sua PTF, é o longo período (trinta anos!) com aumentos elevados de produtividade. Está aí uma das chaves do crescimento econômico chinês. Como será visto mais abaixo, os avanços da PTF chinesa estão mais ligados a ganhos de escala e de eficiência técnica do que de desenvolvimento de tecnologia durante o período 1950-2009.

Seguindo a classificação, no terceiro posto do ranking da PTF aparece os Estados Unidos, com taxa média de variação de 1,90% a.a. ao longo dos anos 1950-2009. O que distingue muito a evolução da PTF dos Estados Unidos é sua constância. Na década dos 1950, ela crescia à taxa média de 1,90% a.a., aumentou para 2,05% e 2,09% ao ano, respectivamente, nas décadas de 1960 e 1970, voltou para o patamar de 1,90% a.a. nos anos 1980 e ficou próxima de 2,00% nos anos 1990 (precisamente, para 1,93% e 1,99% a.a., nessa ordem). Portanto, observa-se que, de 1950 a 2000, a produtividade estadunidense cresceu a uma taxa média de 1,95% a.a. com desvio pequeno. A mudança desse padrão ocorre na última década, quando a PTF dos Estados Unidos, mesmo crescendo acima da média dos países desenvolvidos da amostra, recua para um nível médio anual de 1,70%.

Vale notar que essa mudança já pode ser observada no início daquela década: no ano de 2001, a PTF estadunidense cresceu 1,73% – abaixo da observada em 2000 (2,06%) – e fica em 1,81% em 2002. Ela se recupera nos anos 2003 e 2004 (em torno de 1,95%) para então se reduzir sistematicamente: parte de 1,85% em 2005, chega a 1,68% em 2007, sofre uma nova queda em 2008 (1,36%) e fica estagnada em 2009 (0,01%). Ou seja, a média da década de 2000 (1,70%) “esconde” uma evolução muito mais desfavorável da produtividade dos Estados Unidos, a qual não encontra paralelo em nenhum outro período contemplado por este estudo para esse País. Essa é uma dimensão importantíssima da crise de 2008 que, com certeza, terá implicações negativas para o desempenho da economia dos Estados Unidos nos próximos anos ou mesmo na atual década.

Em quarto lugar, com taxa de variação da PTF de 1,72% a.a. encontra-se a Espanha. Essa classificação da PTF espanhola se deve à sua evolução nos anos 1950 e 1960. Na década dos 1950, a PTF da Espanha cresceu 2,61% a.a., taxa de variação que aumentou, ainda que ligeiramente, para 2,69% na década seguinte. Esse comportamento da PTF é um dos fatores decisivos para a explicação do forte crescimento econômico da Espanha a partir dos últimos anos de 1950 e durante toda a década de 1960 (5,5% a.a., em média, ajustado à Paridade do Poder de Compra). A partir daí, a PTF espanhola perde ritmo e cresce às taxas médias anuais de 1,43%, 1,34%, 1,28% e 1,17% nas décadas de 1970, 1980, 1990 e 2000, nessa ordem. Como será observado mais abaixo, essa boa classificação da Espanha também é explicada pelo comportamento relativamente “bem posicionado”, na média do período 1950-2009, das componentes da PTF analisadas neste estudo – vale lembrar, o progresso tecnológico, a eficiência técnica e os ganhos de escala.

Na quinta posição aparece a PTF da República da Coreia (Coreia do Sul), cuja taxa de crescimento foi de 1,70% a.a., em média, ao longo do período em tela. Na década de 1950, período marcado pelos primeiros anos de república e da “Guerra da Coreia”, a PTF da Coreia do Sul cresceu à taxa média de 0,77% a.a. – uma taxa bastante modesta compara à média dos países desenvolvidos (em torno de 1,90% a.a. naquela década). As transformações institucionais, econômicas e sociais iniciadas sobretudo na década dos anos 1960 levaram a Coreia do Sul a obter maiores índices de produtividade e, consequentemente, maior crescimento econômico. Nas décadas de 1960, 1970 e 1980, a PTF sul coreana avançou a taxas médias anuais de 2,12%, 1,24% e 2,88%, respectivamente, evolução que contribuiu para colocar a Coreia do Sul entre os países de maior crescimento econômico mundial – nos anos 1980, período de destaque do crescimento sul coreano, sua PTF era uma das mais altas entre os 100 países da amostra, ficando atrás somente da produtividade total dos fatores da China.

Nas duas últimas décadas, de 1990 e 2000, a PTF sul coreana recua para 1,86% a.a. e 1,63% a.a., nessa ordem, mas permanece em patamar acima da PTF média da maioria dos países desenvolvidos. Assim como na maior parte dos países da amostra, a PTF da Coreia do Sul também cai no ano de 2009, mas, como ocorrera nos Estados Unidos, ela cai de modo drástico (para 0,01%), após já ter perdido força em 2008 (1,29%). Apesar disso, e diferentemente dos Estados Unidos, vale observar que a PTF sul coreana manteve-se em níveis bastante satisfatórios ao longo dos anos 2000. Por fim, vale dizer que essa quinta colocação da PTF da Coreia do Sul está condicionada pelo seu desempenho da década de 1950 – como ficou claro no exposto acima. Se fosse desconsiderado esse período, ela subiria para 1,94% a.a., taxa de variação que a colocaria, ceteris paribus, em terceiro lugar no ranking.

Em sexto e sétimo lugares aparecem outros dois países europeus: Itália e França, respectivamente. Com trajetórias parecidas, as taxas de variação média anual da PTF da Itália e da França ficam em 1,67% e 1,63%, nessa ordem, no período 1950-2009. O que coloca a Itália ligeiramente a frente da França é o desempenho de sua PTF na década de 1950. Naqueles anos, a PTF italiana crescia a uma taxa média anual igual a 2,63%, acima da estimada para a França, de 2,04% a.a.. A partir da década de 1960, o crescimento médio da PTF francesa sempre esteve acima dos aumentos médios da PTF italiana. De fato, apesar de trajetórias similares – a produtividade nos dois países evolui a taxas decrescentes –, na França, a PTF média anual apresentou o seguinte comportamento: 2,16%, 1,69%, 1,54%, 1,36% e 1,09%, respectivamente, nas décadas de sessenta, setenta, oitenta, noventa e no período 2001-2009; por sua vez, na Itália, as taxas foram de 2,14%, 1,68%, 1,46%, 1,29%, 0,88%, na mesma ordem e mesmos períodos. Vale observar que as economias desses países são grandes e desenvolvidas, e, por isso, ganhos de produtividade podem ficar mais difícil de serem obtidos no longo prazo, o que pode justificar em parte esse movimento de menor ímpeto da PTF. Além disso, a crise de 2008 também afetou a produtividade desses dois países, a qual ficou estagnada na França em 2009 e na Itália nos anos 2008 e 2009.

Na oitava e nona posições estão dois países nórdicos, a saber: Finlândia e Noruega, nessa ordem. A diferença no ranking do crescimento da PTF no período 1950-2009 é desprezível para esses países: 1,41% a.a. na Finlândia e 1,40% a.a. na Noruega. No caso da Finlândia, o forte ganho de produtividade aparece nos anos 1950, quando o País começa um forte processo de urbanização e revigoramento de sua economia, que havia sido bastante debilitada pela Segunda Guerra Mundial. Nesse período, a taxa de crescimento médio anual da PTF foi de 2,25%. Na década seguinte, a PTF finlandesa recuou para 1,64% a.a., mas se manteve, relativamente a outros países, em nível elevado. Em menor ritmo, a produtividade de seus fatores de produção ficou em 1,20% a.a. na década de 1970, subiu um pouco na década de 1980 (para 1,34% a.a.) e voltou ao patamar de 1,20% a.a. nos anos 1990 (1,18% a.a., precisamente). No período 2001-2009, a PTF cresce a uma taxa bem mais modesta, de 0,91% a.a., como resultado de menores ganhos de produtividade observados desde o início do período.

Na Noruega, a PTF se mantém mais estável nas primeiras três décadas, com crescimentos médios anuais de 1,70%, 1,52% e 1,61%, os quais podem ser considerados elevados e refletem o processo mais pesado de investimentos no Pais, decorrentes da aceleração da industrialização do País no pós Segunda Guerra e das descobertas de grandes reservas de petróleo no mar do Norte na década de 1970. Nos anos 1980, a PTF norueguesa cresceu menos (1,03% a.a., em média), mas atingiu seu maior patamar médio (1,82% a.a) na década de 1990, quando reconhecidamente o PIB da Noruega voltou a crescer a taxas mais significativas (3,55% a.a, ajustado à PPP). No período 2001-2009, a produtividade também perde vigor na Noruega e cresce, em média, somente 0,79% a.a., com resultados bastante fracos (variações praticamente nulas) nos biênios 2002/2003 e 2008/2009.

Fechando o ranking dos dez primeiros colocados, encontra-se o Canadá, cuja PTF aumentou a uma taxa média anual igual a 1,38% ao longo dos anos que vão de 1950 a 2009. Algo marcante na evolução da PTF canadense é a sua relativa constância, ou ainda, ela é um pouco menos volátil e, nesse sentido, se assemelha à dos Estados Unidos. Na década de 1950, a produtividade no Canadá crescia a uma taxa média de 1,45% a.a., a qual saltou para seu maior valor na década seguinte (para 1,57% a.a.), permaneceu em nível elevado nos anos 1970 (1,50% a.a.), e recuou para 1,34% a.a. na década de 1980, variação que também se repetiu nos anos 1990. No período 2001-2009, a variação da PTF canadense recua para 1,18% a.a., uma taxa menor, mas ainda assim acima da maioria das taxas médias de outros países desenvolvidos. Essa colocação do Canadá entre os dez países com maiores taxas de variação da PTF explica-se em grande medida pelos elevados incentivos/investimentos em P&D do País, muitos dos quais direta ou indiretamente ligados à indústria de petróleo e gás, assim como ocorre na Noruega – algo que pode ser visto como modelo para o Brasil na exploração das áreas do pré-sal.

Antes de concluir esta seção, vale chamar a atenção para a evolução da produtividade de outros países. Uma possível ausência sentida nos dez primeiros classificados supracitados talvez seja a
Alemanha. O que pode explicar essa ausência é o fato de que os dados utilizados para esse País dizem respeito à Alemanha reunificada, ou seja, incluem o desempenho ponderado da antiga Alemanha Oriental – o que também explica as estatísticas da Alemanha se iniciarem, neste estudo, em 1971. A variação média anual da PTF alemã no período 1971-2009 foi de 1,27%, o que a coloca na 17ª colocação. Mesmo assim, nas décadas de 1970 e 1980, a PTF alemã foi relativamente elevada: igual a 1,74% a.a. e 1,57% a.a., respectivamente. Outra possível ausência talvez seja o Reino Unido: o qual aparece na 13ª colocação, com taxa média anual de variação da PTF igual a 1,30%. Como se pode notar, uma taxa média próxima da estimada para o décimo colocado, o Canadá, e que, vale dizer, também é caracterizada por pouca volatilidade ao longo do período 1950-2000.

E o Brasil? Qual é a classificação da PTF do Brasil entre os 100 países da amostra? Talvez de forma surpreendente, a taxa de variação média anual da PTF brasileira aparece na 11ª colocação. Muito próxima da do Canadá, a evolução da PTF do Brasil no período 1950-2009 (de 1,33% a.a., em média) tem especificidades notáveis que ajudam a explicar esse bom posicionamento. Antes, vale assinalar que a taxa de variação média anual da PTF brasileira apresentou bons resultados nas décadas de 1950 e 1960 (1,60% e 1,74%, respectivamente; neste último caso, próxima da variação média de países desenvolvidos). Mas os grandes destaques que farão a diferença para o Brasil ocorreram nos anos 1970, quando a economia ainda se valia dos excepcionais resultados do “milagre econômico” e se beneficiou da implementação do II PND, e no período mais recente (2001-2009), no qual o País passou a colher os frutos da estabilização da moeda nacional iniciada no Plano Real, bem como das políticas sociais e do aumento dos investimentos públicos e privados dos anos 2000.

De fato, na década de 1970, a PTF brasileira cresceu a uma taxa média anual igual a 2,13%, superando a dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Esse é o principal resultado que elevou a média da PTF no Brasil ao longo dos anos 1950-2009, mas a variação média de 1,32% a.a. no período 2001-2009 também colaborou muito para tanto, já que, como exposto acima, a maioria dos países apresentou fraco desempenho da PTF neste último período. Pode-se dizer que, nos anos 2001-2009, o Brasil caminhou na “contra-mão” do que ocorreu no mundo: sua taxa de variação não foi somente significativa relativamente a de outros países, ela também foi maior com relação à sua PTF estimada para a década imediatamente anterior (que foi de 1,16% a.a., em média). Ou seja, os ganhos de produtividade no Brasil aumentaram recentemente – movimento que também pode ser observado na Índia, cuja variação da PTF passou de 1,53% na década de 1990 para 2,05% no período 2001-2009, e na Rússia, a qual saltou de 0,69% para 1,57% na mesma comparação (ou na China, como visto acima).

Um último ponto relativo à PTF do Brasil. As estimativas mostram que a assim chamada “década perdida” custou caro ao País. Nos anos 1980, a PTF brasileira variou, em média, 0,35% ao ano, uma taxa que ficou muito aquém das taxas estimadas para os países desenvolvidos nesse período.

Que fatores explicam o forte crescimento da economia japonesa na década de 1960?

Que fatores explicam o forte crescimento da economia japonesa na década de 1960?

Que fatores explicam o forte crescimento da economia japonesa na década de 1960?

A Decomposição da Produtividade Total dos Fatores. Como observado na metodologia deste estudo, a PTF foi estimada a partir de três componentes: i) o progresso tecnológico, expresso pelo desenvolvimento de novos produtos e processos de produção, ou ainda, pela incorporação de novas tecnologias ou a conquista de uma inovação; (ii) os ganhos de escala, os quais estão relacionados às economias geradas com o crescimento do volume de negócios; e (iii) as melhorias de eficiência técnica, associadas ao pleno emprego dos fatores de produção disponíveis. Assim como foi feito para a PTF, também foi possível fazer um ranking das taxas de crescimento de suas três componentes. Num primeiro olhar, o que chama a atenção é que cada um desses componentes tem sua parcela de contribuição para o avanço da PTF. Mais do que isso, das estimativas geradas pelo modelo adotado neste estudo, observa-se que esses componentes têm, ao longo do período 1950-2009, participação diferente na explicação da PTF dos distintos países. Em outras palavras, para um determinado país, o progresso tecnológico avançou mais e, por isso, contribuiu mais para o aumento da PTF, enquanto para outro, os ganhos de escala ou de eficiência foram mais decisivos. Esse é um ponto importante não somente para entender a evolução da PTF dos países no passado e, consequentemente, suas trajetórias de crescimento econômico, mas também para especular, como será feito mais abaixo, sobre os possíveis caminhos futuros do desenvolvimento.

Inicialmente, tomemos a componente progresso tecnológico/inovação, a qual será designada adiante por T&I. Uma característica marcante do ranking de T&I é que os países mais desenvolvidos do mundo aparecem, quase sem exceção, nas primeiras posições. No topo do ranking está os Estados Unidos, cuja T&I cresceu à taxa de 1,40% ao ano durante o período 1950-2009. Essa é, disparada, a principal componente que “explica” (que aparece com maior contribuição para) a evolução dos ganhos de produtividade dos Estados Unidos. Vale notar que essa é uma característica que também pode ser observada para os demais países desenvolvidos. Isso significa que, no período em tela, os países desenvolvidos têm se valido mais – para aumentar sua produtividade – dos incrementos de T&I do que da obtenção de ganhos de escala ou de eficiência técnica.

Em linhas gerais, é possível observar também que, ao longo das décadas, a T&I vem crescendo a taxas decrescentes, mas num ritmo sem fortes inflexões. Nos Estados Unidos, por exemplo, na década de 1950, a T&I crescia 1,60% a.a., a maior taxa entre os países da amostra – o que também ser repete nas décadas seguintes –, e chegou a 1,27% a.a. na década de 1990 e a 1,18% a.a no período 2001-2009. No Japão, o segundo colocado do ranking, cuja taxa de crescimento médio anual da T&I foi de 1,29% em todo o período 1950-2009, o progresso tecnológico avançou à taxa de 1,16% a.a. na década de 1950, ganhou forte vigor nas décadas de 1970, 1980 e 1990 (com uma média de 1,36% a.a) e passou a crescer menos (1,23% a.a.) nos anos 2000. Esse movimento da T&I do Japão diferencia-se um pouco daquele mais geral descrito acima, mas, de qualquer forma, ela vem caindo nas ultimas décadas.
Em terceiro lugar aparece a Alemanha, com variação média anual da T&I de 1,28% no período 1950-2009, muito próxima da registrada para o Japão. Vale lembrar, como supracitado, que os dados da Alemanha utilizados neste estudo são da Alemanha unificada, o que implica a ausência de registros para as décadas iniciais e, provavelmente, tem implicações para os resultados aqui apresentados. Apesar disso, a Alemanha possui uma das maiores taxas de crescimento da T&I na década de 1970 (1,40% a.a., ficando abaixo somente dos Estados Unidos, cuja taxa foi de 1,42% a.a.) e continuou apresentando taxas significativas nas décadas de 1980 (1,33% a.a.) e 1990 (1,24% a.a.). No período 2001-2009, a T&I alemã avançou 1,12% a.a., um recuo que a coloca atrás somente de Estados Unidos e Japão.

Na sequência dos melhores classificados estão: Suíça (1,27% a.a.), França (1,25% a.a.), Itália (1,19% a.a.), Holanda (1,17% a.a.), Noruega (1,14% a.a.), Reino Unido (1,13% a.a.), Suécia (1,12% a.a.), Canadá (1,12% a.a.), Bélgica (1,11% a.a.), Austrália (1,10% a.a.), Dinamarca (1,09% a.a.) e Áustria (1,06% a.a.), nessa ordem, do quarto ao décimo quinto lugar, no período 1950-2009. Com crescimento de 0,70% a.a., o avanço da T&I do Brasil ocupa a 25ª posição, ficando acima do crescimento da T&I da Rússia (0,38% a.a.), da China (0,17% a.a.) e Índia (0,09% a.a.). Uma característica da T&I do Brasil é que ela evoluiu de modo quase constante nas diferentes décadas do período contemplado neste estudo: iniciou a década de 1950 com crescimento de 0,65% a.a., avançou para uma média de 0,73% a.a. nas quatro décadas seguintes para voltar a 0,65% a.a. nos anos 2000. A Coreia do Sul, com taxa de variação média da T&I de 0,66% no período 1950-2009 – o que lhe dá a 29ª colocação – também fica abaixo do Brasil. No entanto, esse resultado da Coreia do Sul está muito comprometido pelo desempenho inicial de sua T&I nas primeiras décadas. Depois de sair de uma taxa média anual de 0,38% na década de 1950, a T&I sul coreana começa a avançar com maior ritmo nos anos 1970 e chega a 0,85% a.a. no período 2001-2009. Esta é uma característica da T&I da Coreia do Sul: ela vem crescendo a taxas crescentes, década após década.

A segunda componente da PTF a ser analisada aqui são os ganhos de escala – adiante denominada ESC. O ranking dessa componente é muito distinto do observado para a T&I. Um primeiro olhar revela que, em geral, os países que estão nas primeiras classificações têm como característica grandes populações. No topo do ranking está a China, com crescimento médio anual de 1,14% de ESC ao longo de todo o período 1950-2009. Essa é a principal componente de crescimento da PTF chinesa, ou ainda, é a principal responsável pelo avanço dos ganhos de produtividade na China. Portanto, o que levou a China a ocupar o segundo lugar no ranking da PTF no período em tela foi, sobretudo, seus ganhos de escala. Para além do avanço em tecnologia e inovação (que é relativamente modesto no período), a produtividade chinesa se valeu mais das economias geradas com o crescimento do volume dos negócios de seu mercado interno. É exatamente disso que se estava falando mais acima: a evolução da PTF tem características diferentes nos distintos países – e a primeira pergunta subjacente que vem à mente talvez seja: será que isso tem implicações para o crescimento de longo prazo?

O que se vê para a China também pode ser observado para o segundo e terceiro colocados no ranking de ESC no período 1950-2009: Rússia (0,96% a.a.) e Índia (0,77% a.a.), respectivamente. Nesses países, os ganhos de escala também sobressaíram às outras componentes da PTF. Países populosos com renda per capita relativamente mais baixa e com trajetória recente de crescimento econômico ascendente possuem maiores possibilidades de obterem ganhos de escala dentro de suas fronteiras. O que confirma esse argumento, além de China, Rússia e Índia nas três primeiras colocações, é a presença da Indonésia (0,63% a.a.) e do Brasil (0,56% a.a.) na quinta e sexta colocações no ranking de ESC. No caso do Brasil, os ganhos de escala tiveram um pico nos anos 1970 (taxa de 1,0% a.a.) e recuaram para 0,55% a.a. no período 2001-2009, um movimento muito distinto do da China e Índia, cujas taxas de variação de dos ganhos de escala vêm evoluindo em ritmo crescente.

Na quarta posição – que foi “saltada” no parágrafo anterior – está o Japão, cuja ESC variou, em média, 0,64% ao ano ao longo de 1950-2009. Evidentemente, a economia japonesa se diferencia das outras cinco (China, Rússia, Índia, Indonésia e Brasil), e o que leva o Japão a assumir a quarta posição se deve muito ao desempenho de seus ganhos de escala nas décadas de 1960 (1,06% a.a., a maior taxa nessa década entre os países da amostra) e 1970. De lá para cá, os ganhos de escala da economia japonesa foram caindo, chegando aos anos 2000 à média anual de 0,39%. Na sétima colocação, aparece os Estados Unidos, com ganhos de escala médio anual de 0,55% no período 1950-2009. Nos últimos anos, a taxa média de variação de ESC nos Estados Unidos vem se mantendo acima de 0,70% a.a. (a média geral do período como um todo foi muito afetada pelo resultado de 0,31% a.a. estimada para a década de 1950), algo que distingue os Estados Unidos, pois mostra que, apesar de ser uma economia bem “madura”, o País consegue obter bons níveis de ganhos de escala do seu já bem explorado (e imenso) mercado interno. Essas estimativas podem estar também capturando os ganhos de escala obtidos com as vendas de bens e serviços no exterior, ou seja, os ganhos de escala no mercado internacional, o que ajuda a pensar a classificação do Japão, dos Estados Unidos e mesmo dos países em desenvolvimento que começam a despontar no comércio internacional, como a China e a Índia.

Por fim a última componente da PTF é a eficiência técnica (ET). O ranking da ET ao longo dos anos 1950-2009 é menos intuitivo. Pode-se pensar, em sentido mais geral, a eficiência técnica como a capacidade de um país operar eficientemente os seus fatores de produção (capital, trabalho, terra etc.), dada uma tecnologia. Países com know-how no uso da tecnologia existente (que já “sabem utilizar eficientemente os manuais de operação”) em adequação a seus fatores de produção apresentam menores ganhos de eficiência técnica no período em tela. Em outras palavras, as estimativas parecem indicar que vai ficando mais difícil para esses países obter crescimento de sua eficiência técnica – já que são eles que dominam o estado das artes! Está-se falando aqui, evidentemente, dos países desenvolvidos. Eles não apresentam bons resultados nas estimativas de evolução da ET deste estudo – com exceção do Japão, que aparece na quarta colocação.

O destaque das melhores classificações é a China. A China ocupa o segundo lugar nesse ranking da ET (com taxa de 0,95% ao ano). Essa é a segunda componente mais importante para explicar o desempenho da produtividade chinesa no período 1950-2009. Portanto, mais do que tecnologia/inovação, a economia chinesa tem se valido de seus ganhos de escala (como já foi dito acima) e de sua capacidade de operação da tecnologia existente – é claro que os avanços se tornam maiores quando, no passado, evoluiu-se muito pouco na eficiência técnica, como é o caso da China, que na década de 1970 apresentava taxa negativa (–0,30% a.a.) da ET. Cabe citar ainda, nas primeiras colocações do ranking da ET, a variação médica de 0,56% ao ano da eficiência técnica na Coreia (quarta posição). O Brasil aparece na 47ª posição, o que indica que a eficiência técnica é a componente mais “fraca” da PTF brasileira, ficando muito atrás da China e mesmo da Índia, que ocupara a 13ª colocação no ranking da ET.

Em suma, progresso tecnológico, ganhos de escala e eficiência técnica aparecem, neste estudo, como fatores importantes para explicar as evoluções distintas da produtividade dos países da amostra. Em geral, nos países em desenvolvimento – como, por exemplo, China, Brasil e Índia –, os ganhos de produtividade estão mais associados a ganhos de escala (na China, como se assinalou no parágrafo anterior, os ganhos de eficiência técnica também são muito relevantes) do que a ganhos vindos do progresso tecnológico ou da inovação, como ocorre nos países desenvolvidos. No Brasil, é claro o maior efeito dos ganhos de escala no desempenho de sua PTF. Além disso, as estimativas parecem indicar que os ganhos de escala e os de tecnologia/inovação da economia brasileira se “acomodaram” nas últimas décadas. Esta é uma das explicações para a 11ª colocação do Brasil no ranking geral da PTF: se suas componentes não avançaram de forma vigorosa ao longo do período 1950-2009, elas também não recuaram muito. Cabe colocar aqui a seguinte questão: dado esse “diagnóstico” da produtividade total dos fatores ao longo de mais de cinco décadas, o que se pode esperar das diferentes economias do mundo no futuro? Em outros termos, o que poderá colaborar mais para o avanço (ou mesmo manutenção) do desempenho da produtividade dos países no longo prazo e, consequentemente, de seu crescimento econômico? Uma resposta provável parece estar na própria análise do passado, ou seja, na evolução das componentes da PTF, como se verá abaixo.

Que fatores explicam o forte crescimento da economia japonesa na década de 1960?

Que fatores explicam o forte crescimento da economia japonesa na década de 1960?

Que fatores explicam o forte crescimento da economia japonesa na década de 1960?

PTF, suas Componentes e Crescimento Econômico. Esta seção procura identificar qual é a contribuição da PTF e de suas componentes – progresso tecnológico, ganhos de escala e eficiência técnica – no crescimento econômico. Para tanto, calculou-se, para cada um dos cem países da amostra, a razão entre a taxa de variação media anual de crescimento da PTF e suas componentes ao longo de todo o período 1950-2009 (como foi feito em boa parte da análise até aqui) e a taxa de variação média anual do PIB no mesmo período (vale lembrar, como explicitado na metodologia, que o PIB utilizado neste estudo foi ajustado à Paridade do Poder de Compra). Além disso, calculou-se também a razão entre a evolução média dos fatores de produção (capital e trabalho) e o PIB.

Inicialmente, vamos observar a contribuição do capital e do trabalho para o crescimento econômico. Em geral, nota-se que a acumulação de capital é a principal responsável pelo crescimento econômico nos mais diferentes países. Ou seja, com exceção do que se observa para o Congo e a Bolívia, em todos os demais países da amostra, a razão taxa de variação do capital/taxa de variação do PIB é maior do que a razão taxa de variação do trabalho/taxa de variação do PIB. Por outro lado, a acumulação de trabalho desempenha, relativamente, maior papel nos países menos desenvolvidos, ou ainda, tomando-se somente a razão taxa de variação do trabalho/taxa de variação do PIB, ela é, em geral, maior em alguns países da África, do Oriente Médio e mesmo da América Latina. Esses resultados são mais intuitivos. A novidade que aparece na análise deste estudo é o comportamento da PTF no crescimento econômico.

A partir das estimativas de PTF deste estudo – e indo direto ao ponto – é possível dizer que (i) os países com maior crescimento econômico são aqueles que também mais obtiveram ganhos de produtividade ao longo do período em tela e (ii) o que mais importou para isso foi a acumulação de tecnologia/inovação. De fato, a razão taxa de variação da PTF/taxa de variação do PIB é, em geral, maior nos países desenvolvidos e em países relativamente melhor posicionados em termos de crescimento econômico. Entre todos os países da amostra, a maior contribuição da PTF para o crescimento (isto é, razão taxa de variação da PTF/taxa de variação do PIB) está na Alemanha. Na sequência aparecem Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Itália, França, Bélgica, Suíça, Noruega e Suécia para completar os dez primeiros países com maior importância da PTF para o desenvolvimento econômico. A China está em 19º lugar; o Brasil, em 22º; e a Índia, em 26º.

Vale notar que Brasil, Índia e, sobretudo, China apareceram com taxas de crescimento da PTF, ao longo de 1950-2009, superiores às taxas de muitos desses dez países – como foi visto acima, a China ocupou o segundo lugar no ranking de evolução da PTF. Isso quer dizer que um determinado país – como, por exemplo, a China – pode ter bons resultados em termos de evolução da PTF e ainda assim a contribuição da PTF para o crescimento econômico ser menor do que a de outros países cuja PTF cresceu menos no período. Como entender esse resultado? A resposta é que a China, a Índia, o Brasil e outros tantos países em desenvolvimento tem boa parte do seu crescimento econômico “assentado” mais na acumulação de capital e trabalho do que no desempenho da produtividade. Ou seja, a tese aqui é que, nas economias de “capitalismo mais tardio”, o efeito do capital e do trabalho ainda superam o efeito da produtividade – ou por que o capital é mais escasso, ou porque o custo da mão-de-obra é mais baixo, ou uma combinação dos dois. Uma primeira implicação disso talvez seja a seguinte: olhando para a trajetória dos países maduros do ponto de vista do capitalismo, é possível dizer que o crescimento de longo prazo está calcado na PTF e, portanto, a busca de ganhos de produtividade deve ser o objetivo permanente dos países em desenvolvimento.

E o que está por trás da PTF? Como foi adiantado nos parágrafos acima, a incorporação de tecnologia e inovação é, das componentes da PTF, a que mais contribui para o crescimento econômico. Isso é um resultado geral, mas ele ganha destaque nos países desenvolvidos. A maior contribuição do progresso tecnológico para o crescimento está na Alemanha. O progresso tecnológico mostra-se decisivo para o desempenho da economia alemã, bem como para a Suíça, Reino Unido, Dinamarca, Estados Unidos, Suécia, França, Bélgica, Holanda, Itália – os dez primeiros países, nessa ordem, para os quais a contribuição de T&I no crescimento foi, relativamente, maior. Diante desses resultados, a segunda implicação que pode ser feita aqui é a seguinte: no longo prazo, o crescimento se sustenta pelo desenvolvimento de tecnologias e inovações.

Que fatores explicam o forte crescimento da economia japonesa na década de 1960?

Conclusões. Este estudo buscou traçar a evolução da PTF em várias economias do mundo, no período 1950-2009, com o objetivo de comparar o padrão de crescimento dessas mesmas economias. Ao decompor a PTF em progresso tecnológico, ganhos de escala e eficiência técnica, o estudo mostrou que cada uma dessas componentes desempenha papel diferenciado na explicação da evolução da produtividade de diferentes países.

Em geral, nos países em desenvolvimento, os ganhos de produtividade estão mais associados a ganhos de escala do que a ganhos vindos do progresso tecnológico ou da inovação, como ocorre nos países desenvolvidos. Para o crescimento econômico de longo prazo, os ganhos de produtividade apareceram como um diferencial entre os países desenvolvidos, relativamente mais importantes do que a acumulação de capital e trabalho, a qual se sustenta, por sua vez, mais no desenvolvimento de tecnologias e inovações do que nos ganhos de escala e eficiência técnica.

Esse trabalho tratou de alguns determinantes da produtividade dos países. Ele reconhece que há outros fatores tão importantes para a evolução da produtividade de um país que podem ser decisivos para o crescimento econômico. Como argumenta Paul Krugman no primeiro capítulo do livro “The Age of Productivity – Transforming Economies from the Bottom Up, Inter-American Development Bank, Palgrave Macmillan, 2010”, a produtividade e, consequentemente o crescimento econômico, depende também de outros fatores, como, entre outros, as instituições, o ambiente de negócios, as fontes de recursos financeiros. Mas, sobretudo, a produtividade depende de políticas econômicas voltadas para ela. Este é o grande desfio dos países do mundo: elaborar Políticas de Produtividade que possam direcionar suas economias, de modo inequívoco, para o desenvolvimento e o bem-estar social. A Era da Produtividade está em andamento.

O que proporcionou o intenso crescimento do Japão na década de 1960?

O crescimento econômico japonês nas décadas de 1960 e 1970 foi baseado na expansão rápida da indústria pesada em áreas como automotiva, aço, construção naval, química e eletrônica. O setor secundário (indústria, construção e mineração) expandiu para 35,6% da força de trabalho em 1970.

O que impulsionou a economia do Japão depois da década de 1960?

O Milagre econômico japonês é o nome dado ao fenômeno econômico ocorrido no Japão de crescimento econômico recorde após a Segunda Guerra Mundial, impulsionado primeiramente pela assistência dos Estados Unidos e consolidado pelo intervencionismo do governo japonês, em particular através do seu Ministério do Comércio e ...

Quais são os fatores que explicam o alto crescimento da economia japonesa?

Devido aos altos salários pagos pelas empresas, essa sociedade possui um elevado poder de consumo, contribuindo com o desenvolvimento do mercado interno. Existe um alto índice de exportação no país, principalmente dos produtos industrializados.

Quais foram os principais fatores que contribuíram para a rápida recuperação econômica do Japão após a Segunda Guerra Mundial?

A partir de uma parceria econômica entre Estados Unidos e Japão, a reestruturação da nação japonesa foi possível. Além disso, durante a ocupação americana, os Estados Unidos não permitiram que tropas soviéticas ocupassem parte do território japonês, o que acabou afastando qualquer tipo de influência soviética no Japão.