Que fatores foram responsáveis pelo pioneirismo de Portugal e Espanha nas grandes navegações?

Esta é uma pergunta frequente entre os estudantes: por que a Península Ibérica foi a pioneira nas grandes navegações?
 

Porque a partir do século XV, com a crise do feudalismo, a Europa passava por uma transição política. Neste contexto, começaram a se formar os estados nacionais. Destes, os primeiros foram Portugal e Espanha, que conseguiram unificar seus reinos antes dos demais países europeus. 

Este fator político, aliado à posição geográfica, foi determinante para que os países ibéricos fossem os pioneiros nas grandes navegações. A expansão marítima era necessária, pois a economia dependia das especiarias vindas da Ásia e era indispensável buscar um novo caminho apara as Índias, já que os custos das viagens terrestres eram cada vez maiores, diminuindo o lucro deste comércio.

 

Os estados Ibéricos, que já desenvolviam novas técnicas de navegação - como no caso de Portugal, com a Escola de Sagres – lançaram-se em busca de um novo caminho para as índias, por via marítima.

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Grandes Navegações é o nome dado ao período da história em que os europeus lançaram-se à navegação do Oceano Atlântico. Esse processo foi encabeçado pelos portugueses e, um tempo depois, foi também colocado em curso pelos espanhóis e por outros países da Europa. Os resultados foram a “descoberta” de inúmeros locais até então desconhecidos pelos europeus e a chegada ao continente americano em 1492.

Resumo

Grandes Navegações é a expressão usada para se falar da exploração do Oceano Atlântico, feita de maneira pioneira por Portugal, ao longo dos séculos XV e XVI. O pioneirismo português foi resultado de condições políticas, comerciais e geográficas específicas. Com o tempo, outros países da Europa, como Espanha, também se lançaram à exploração do Oceano Atlântico.

O resultado das Grandes Navegações foi o “descobrimento” de uma série de novos locais pelos portugueses, como Açores e Madeira (ilhas atlânticas). Esse processo resultou também na chegada dos europeus ao continente americano em 1492. Em 1500, os portugueses chegaram ao Brasil e deram início à colonização da América Portuguesa.

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Grandes Navegações portuguesas

Quando falamos de Grandes Navegações, o primeiro país que vem à tona é Portugal, que se lançou como pioneiro na navegação e exploração do Oceano Atlântico interessado, principalmente, na abertura de novas rotas comerciais.

O pioneirismo de Portugal explica-se por uma série de fatores:

  • Monarquia consolidada;

  • Unificação territorial assegurada;

  • Investimento na aquisição de conhecimento náutico;

  • Interesse em expansão comercial;

  • Investimentos genoveses;

  • Localização geográfica.

Portugal era um reino unificado e estável durante o século XV. Essa estabilidade, fruto da Revolução de Avis, garantiu melhores condições políticas a Portugal para investir em comércio e tecnologia náutica. Nesse mesmo período, Espanha, Inglaterra e França, por exemplo, enfrentavam complicações internas e ainda estavam à procura de estabilidade política.

Que fatores foram responsáveis pelo pioneirismo de Portugal e Espanha nas grandes navegações?

Réplica de uma caravela portuguesa utilizada durante o período das Grandes Navegações.

Territorialmente falando, Portugal também estava em uma posição muito mais estável que seus vizinhos, uma vez que o último território português na mão dos mouros – Algarve – foi reconquistado no século XIII. Os mouros eram muçulmanos que invadiram a Península Ibérica (região formada por Portugal, Espanha e outros territórios). A Espanha, por exemplo, só foi concluir o seu processo de reconquista e unificação territorial no fim do século XV.

Além disso, existem historiadores que apontam que, no século XV, foi desenvolvido por infante D. Henrique um centro em Algarve que promovia estudos para o desenvolvimento de melhores técnicas de navegação: a Escola de Sagres. Todavia, existem alguns historiadores que sugerem que a Escola de Sagres é um mito e que, portanto, sua influência nas Grandes Navegações é irrelevante.

Na questão comercial, Portugal já possuía certa vocação para o comércio, fruto do período em que os mouros dominaram o país. Essa vocação para o comércio acabou sendo incentivada pelos comerciantes genoveses, que passaram a investir em Lisboa, transformando a cidade em um importante centro comercial.

Há também a questão geográfica, que garantia às caravelas em Portugal um rápido acesso às correntes marítimas. Além disso, Portugal estava mais próximo da costa da África e era, portanto, uma porta de saída para encontrar uma nova rota para a Índia, local que havia o comércio de especiarias, produto muito valorizado no mercado europeu.

Por causa do processo de expansão marítima, os portugueses:

  • conquistaram Ceuta, em 1415;

  • chegaram à Ilha da Madeira, em 1418;

  • chegaram em Açores, em 1427;

  • passaram pelo Cabo Bojador, em 1434;

  • passaram pelo Cabo da Boa Esperança, em 1488;

  • descobriram um novo caminho para a Índia, em 1499;

  • chegaram ao Brasil, em 1500.

Grandes navegações espanholas

Ao longo de quase todo o século XV, os espanhóis presenciaram o desenvolvimento náutico dos portugueses e acompanharam os seus inúmeros feitos. A Espanha, no entanto, permaneceu alheia às Grandes Navegações até o final do século XV. Isso aconteceu porque, ao longo do século XV, os espanhóis tentavam consolidar-se territorialmente.

Somente com a conquista de Granada (região no sul do território espanhol) pela Espanha, em 1492, que os espanhóis deram abertura para o investimento em navegações marítimas. A primeira expedição montada pelos espanhóis foi exatamente a organizada por Cristóvão Colombo, um navegante genovês. Ele organizou uma expedição com três navios para alcançar a Ásia. A expedição de Colombo, no entanto, foi responsável pela chegada dos espanhóis à América em 12 de outubro de 1492.

Consequências

As Grandes Navegações foram resultado de uma série de transformações em curso na Europa desde o século XII. Por meio delas, o continente europeu completou sua passagem da Idade Média para a Idade Moderna e fortaleceu o comércio e o uso da moeda a partir do mercantilismo.

Além disso, as Grandes Navegações tornaram Portugal a maior potência do mundo entre os séculos XV e XVI, consolidando um império ultramarino. Com as “descobertas” feitas nesse período, foi iniciada a colonização do continente americano. Os portugueses, por exemplo, conquistaram colônias em diferentes partes do mundo: América, África e Ásia.

A “descoberta” da América foi responsável por uma verdadeira revolução. Os europeus entraram em contato com novos povos e novas culturas. Esse encontro, no entanto, resultou no massacre da cultura ameríndia e da cultura africana, ambas utilizadas como mão de obra escrava pelos europeus.

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Exercício resolvido

Selecione a alternativa que não explica o início das Grandes Navegações em Portugal.

a) Investimento dos genoveses no comércio de Lisboa.

b) Proximidade geográfica com a costa da África e o Oceano Atlântico.

c) Desejo de retomar Constantinopla das mãos dos otomanos.

d) Desejo de encontrar uma rota para a Índia.

e) Estabilidade política garantida pela unificação territorial e pela Revolução de Avis.

LETRA C

A cidade de Constantinopla foi conquistada pelos otomanos em 1453 em um momento em que as Grandes Navegações de Portugal já estavam em curso. De toda forma, a reconquista de Constantinopla, uma cidade cristã que estava em mãos muçulmanas, não foi uma pauta que motivou as Grandes Navegações.

|1| FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013, p. 22.

Quais fatores determinaram o pioneirismo de Portugal e Espanha nas Grandes Navegações?

Alguns fatores explicam esse pioneirismo de Portugal: náutico; • Interesse da sociedade na expansão do comércio; • Investimentos estrangeiros no comércio; • Posição geográfica. No século XV, Portugal era uma nação politicamente estável.

Quais foram as principais causas do pioneirismo português?

- Localização geográfica privilegiada de Portugal, com presença de litoral atlântico que favoreceu a navegação. - Investimentos da burguesia portuguesa na navegação marítima, pois esta tinha interesses comerciais, principalmente voltados para o negócio lucrativo das especiarias.

Quais foram os principais fatores que impulsionaram as Grandes Navegações?

Portugal foi o primeiro país europeu a se aventurar pelos mares e vários foram os fatores que contribuíram para esse fato:.
Insuficiência portuguesa em metais preciosos para a cunhagem da moeda..
Falta de produtos agrícolas e de mão-de-obra..
Desejo de expandir a fé cristã.
Necessidade de novos mercados..