Os rios são costumeiramente definidos como cursos d'água ou redes de drenagem compostos por correntes de água doce formadas a partir da obtenção de recursos hídricos das chuvas, do derretimento da neve ou, principalmente, das nascentes onde a água brota do subsolo. Geralmente, um rio é abastecido por uma bacia hidrográfica, ou seja, a área geográfica que capta toda a água da superfície ou do subsolo e direciona-a para um leito principal e seus afluentes. Show
Com o objetivo de compreender melhor a dinâmica de funcionamento e evolução dos cursos d'águas em áreas continentais, foi elaborada a classificação dos rios, designando-os aos mais diferentes tipos. Desse modo, assim como ocorre em qualquer outra tipologia, a definição dos tipos de rios depende do critério utilizado para classificá-los. Tipos de rios quanto à forma de escoamento da água Rios intermitentes ou temporários – são aqueles que correm em apenas um período do ano, ou seja, secam nas épocas de estiagem. Existem casos em que essa dinâmica é natural, sobretudo em regiões de grande variação climática anual. Todavia, há outros casos em que a manifestação desse tipo de rio é fruto da ação humana. Vale lembrar que os rios que congelam durante uma parte do ano e, por isso, deixam de apresentar os movimentos de suas águas também são classificados como intermitentes. Rios perenes – são aqueles que correm o ano inteiro, ou seja, não apresentam interrupção no fluxo de suas águas sobre nenhum período, seja ele de seca, seja de cheia. Esses rios são alimentados por uma fonte contínua que faz com que o nível de suas águas nunca fique abaixo da superfície terrestre. Rios efêmeros – são aqueles que se manifestam apenas em ocasiões de grandes chuvas, sendo do tipo pouco comum e de previsão pouco efetiva. Em alguns casos, eles levam décadas para manifestar-se e podem acarretar enchentes, principalmente quando há ocupação humana das áreas de ocorrência desses rios em seu período de seca. Tipos de rios quanto à forma de relevo Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Quanto à forma de relevo, existem dois tipos de rios: os de planalto e os de planície. Rios de planalto – são rios que costumam apresentar-se em áreas de relevo mais acentuado, possuindo um fluxo mais forte em razão dos muitos acidentes geográficos ao longo de seu percurso. Por apresentarem uma grande diferença de nível altimétrico entre sua nascente e a sua foz, esses rios são considerados ideais para a geração de eletricidade, porém pouco recomendados para a navegação na maior parte de suas áreas. Rios de planície – são rios que apresentam um curso mais regular, haja vista o relevo menos acentuado. Por isso, o fluxo de suas áreas não é rápido e a instalação de hidroelétricas, embora seja possível, é pouco recomendada, pois demanda a construção de barragens muito grandes para um baixo aproveitamento energético, o que gera duros impactos ambientais. Os rios de planície mais antigos costumam apresentar canais cheios de meandros, ou seja, com “curvas” muito frequentes e acentuadas, a exemplo do Rio Amazonas. Tipos de rios quanto à água Em relação à composição da água – geralmente observada pela sua coloração –, há três principais tipos de rios. Rios de águas claras – são o tipo considerado mais “puro” e com um maior potencial turístico. São também chamados de “rios azuis” e possuem pouca quantidade de sedimentos e outros sólidos em suspensão. Rios de águas brancas – são aqueles que apresentam uma grande quantidade de sedimentos, estes oriundos de rochas como o calcário, além de apresentar minerais, como o magnésio, em abundância, o que confere um tom natural esbranquiçado às suas águas. Rios de águas pretas – tendo como exemplo mais comum o Rio Negro, na região amazônica, são rios que apresentam sedimentos mais antigos ou pigmentações oriundas de reações químicas e influência da vegetação. São rios de águas um pouco mais ácidas e com uma maior presença de material orgânico. As bacias hidrográficas podem ser definidas como uma parte do relevo abastecida por um rio principal, seus afluentes e subaflutentes. Estes últimos são pequenos rios que desaguam em rios intermediários (afluentes), que desaguam no rio principal. Geralmente, o rio principal é o maior rio que existe nessa porção do relevo, e é ele que dá o nome para a bacia hidrográfica. Os rios que desaguam nele compõem todo o restante da hidrografia regional. Para distinguir uma bacia de outra, usamos as partes mais altas do relevo, que chamamos de divisores de água, pois são nessas áreas que as águas são separadas de uma bacia para a outra. Leia também: Planaltos – relevos irregulares geralmente com altitudes elevadas Tópicos deste artigo
Elementos de uma bacia hidrográficaEntre os elementos que compõem uma bacia hidrográfica, não há um que seja mais ou menos importante do que o outro. Afinal, trata-se de um conjunto de rios, e todos têm sua devida importância para o desenvolvimento da bacia. Esquema representando uma bacia hidrográfica.Vejamos agora quais são esses elementos.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Tipos de bacias hidrográficasExistem bacias hidrográficas diferentes umas das outras. A compreensão dessa diferença é fundamental para entendermos de que forma o rio, com sua bacia, é utilizado pelas sociedades que o rodeiam. Além disso, é bom distinguir os regimes desses rios, como eles são alimentados e como é sua variação. Existem rios de regime pluvial, quando sua vazão depende da água das chuvas; rios de regime nival, quando a origem das águas ocorre com o degelo; e rios de regime misto, que dependem do degelo e das chuvas. Um exemplo deste último é o Rio Amazonas. Vamos entender os principais tipos de bacias hidrográficas:
Podemos comparar os rios principais a grandes depósitos de água dos afluentes e subafluentes. Os dois últimos atuam desde a montante (área onde começa a correr a água de um rio, próxima à nascente, na parte mais alta), indo em direção à jusante (quando as águas correm em direção à foz, na parte mais baixa). Qual a importância de uma bacia hidrográfica?Desde o início da humanidade, a maioria das grandes civilizações surgiu próxima a rios. Isso aconteceu na Mesopotâmia, com os rios Tigre e Eufrates, com a sociedade egípcia, com o Rio Nilo, entre outras. Isso nos mostra a importância de preservamos esse recurso essencial para a existência da nossa vida. Sabemos que a água é um recurso renovável reposto na superfície terrestre diariamente, graças ao ciclo hidrológico. Entretanto, o consumo irracional, com desperdícios, a poluição dos rios e a falta de saneamento básico em várias partes do mundo fazem com que muitos povos sofram com a escassez desse recurso, que grande parte da população acha ser infinito, mas não o é. O desmatamento, a compactação do solo e a impermeabilização das cidades, com asfalto e concreto, dificultam a infiltração da água nos solos, o que compromete o volume das águas seguindo o raciocínio do ciclo hidrológico. Além disso, mananciais são ocupados de forma irregular, além da poluição doméstica lançada nos rios, como lixo e esgoto. A poluição nos rios e oceanos prejudica o bom desenvolvimento das bacias hidrográficas.Ao analisarmos as atitudes humanas, percebemos que cuidamos pouco da água que nos cabe. Isso é um grande erro, pois água é o elemento primordial para a existência da vida. Estima-se que apenas 2,5% da água do planeta são doce, e deles, apenas 0,4% é próprio para o consumo. O restante está nas geleiras ou no subsolo, nos depósitos de água conhecidos como aquíferos. Água total (doce e salgada) |¹| Água potável (doce) Algumas regiões do planeta, como Oriente Médio e alguns países africanos, já sofrem com situações de escassez de água, tendo que importar alimentos básicos, pois a agricultura da região não consegue ser abastecida. Estudos mais pessimistas apontam que a água será o objeto a ser disputado nas guerras dos próximos anos, caso não tenhamos conscientização sobre sua importância e tomarmos os devidos cuidados. Isso quer dizer que a falta de água em uma região afetará a todos, direta ou indiretamente. Cabe a todos nós a preservação desse recurso essencial. Veja também: Impactos ambientais causados pela mineração Bacias hidrográficas do BrasilO Brasil é conhecido por sua grande extensão territorial e por concentrar a maior quantidade de água doce disponível no mundo. Aproximadamente 12% da água doce do planeta estão no nosso país, um privilégio. Entretanto, tamanha responsabilidade requer planejamento e políticas públicas que cuidem das nascentes, como saneamento básico, e que esses recursos sejam gerenciados de forma eficiente. Devido a essa grande quantidade à disposição dos brasileiros, temos várias bacias hidrográficas em nosso território. Algumas alimentam outros países da América do Sul, enquanto outras são genuínamente brasileiras, localizadas apenas em nosso território. Vejamos as bacias brasileiras:
Estas três últimas bacias não possuem um rio principal, mas inúmeros rios importantes pequenos e médios, formando pequenas e médias bacias. Se levarmos ao pé da letra o conceito de bacia hidrográfica, elas não se encaixam nesse quesito, mas foram assim definidas, em 2003, pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, por facilitar a coleta de dados e a gestão hídrica.
Veja também: Estados do Brasil: capitais, dados, mapas, lista Exercícios resolvidosQuestão 1) (Fuvest) As enchentes, a degradação dos mananciais e a qualidade da água dos rios constituem parte dos problemas relativos à água na grande São Paulo. Entre as causas seguintes, assinale a única FALSA. a) A impermeabilização urbana faz subir o nível médio dos lençóis freáticos. b) Os rios Tietê, Pinheiros e a represa Billings são utilizados para o despejo de esgotos domésticos. c) A bacia hidrográfica do Alto Tietê apresenta relevante impermeabilização. d) Há uma intensa urbanização em antigas planícies de inundação fluvial. e) Há urbanização em áreas incluídas na Lei de Proteção aos Mananciais. Resolução Alternativa a. A impermeabilização nas grandes cidades impede que a água da chuva infiltre no solo, o que pode dimimuir o nível dos lençóis freáticos. Questão 2) A água é um recurso essencial para a existência da vida no planeta. Entretanto, várias regiões, atualmente, sofrem com escassez desse recurso, enquanto outras possuem grande disponibilidade dele. Assinale a alternativa que contenha regiões onde a presença de água é baixa e com risco de preocupação para quem as habita: a) América do Sul b) América do Norte c) Oriente Médio d) Sul da Ásia e) Península Ibérica Resolução Alternativa c. No Oriente Médio, países como Israel, Síria, entre outros, já sofrem com a escassez de água, tendo que utilizar métodos caros para adquiri-la, como a desanilização — quando se retira o sal da água do mar. É um processo caro e ao qual poucos têm acesso. Nota |1| Gráficos elaborados pelo autor Por Átila Matias O que ocorre ao longo das margens dos rios de algumas áreas do interior da região Sudeste?Resposta: a) matas de galerias.
Qual a característica da maioria dos rios da região Sudeste?A hidrografia da região Sudeste.
A maioria dos seus rios são perenes e na região de planalto, sendo a bacia do Paraná a mais importante da região. É na região Sudeste que se produz metade da energia elétrica consumida no país.
Qual o tipo de relevo que predomina na região Sudeste?O relevo da região Sudeste é bem variado: por um lado, encontramos superfícies elevadas, como as serras da Mantiqueira, da Canastra e do Mar; e por outro, planícies costeiras, largas, que formam amplas baixadas litorâneas.
Quais são os importantes rios da região Sudeste?Os principais rios que compõe a Bacia Hidrográfica do Atlântico Sudeste são:. Rio Paraíba do Sul.. Rio Doce.. Rio Preto.. Rio Branco.. Rio Barra Seca.. Rio Itapemirim.. Rio Itabapoana.. Rio Ribeira de Iguape.. |