Dentre as recomendações da Anvisa sobre infecções relacionadas à Assistência à saúde

O que são IRAS?

Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde – IRAS – são definidas como infecções adquiridas durante o processo de cuidado em um hospital ou outra unidade prestadora de assistência à saúde, que não estavam presentes ou em incubação na admissão do paciente. Sua origem se dá a partir da interação com os profissionais de saúde, como internação, cirurgias, procedimentos feitos em ambulatório, cuidados domiciliares, podendo manifestar-se inclusive após a alta. Além disso, incluem as infecções ocupacionais adquiridas pelos profissionais de saúde. A maioria destas infecções costumam ser tratadas com certa facilidade. Entretanto, quanto afetam pacientes vulneráveis podem acometer seriamente sua saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as IRAS estão entre as maiores causas de morte e aumento da morbidade entre os pacientes hospitalizados. A cada 100 pacientes internados, estima-se que pelo menos sete em países desenvolvidos e 10 em países em desenvolvimento irão adquirir IRAS. Na Europa, anualmente, quatro milhões de pessoas adquirem IRAS, ocasionando aproximadamente 37.000 mortes, com um impacto financeiro de sete bilhões de euros. Nos Estados Unidos (EUA) ocorrem cerca de dois milhões de casos e 80.000 mortes por ano, com custo estimado entre 4,5 e 5,7 milhões de dólares.

Entre as principais causas de IRAS estão a falta de higienização das mãos, uso indiscriminado de antibióticos, quebra de protocolos assistenciais e contaminações ambientais.

No Brasil, a OMS estima que entre 16 a 37 pessoas contraem infecções a cada 1.000 pacientes atendidos. Estimativas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), apontam que a taxa média de infecção hospitalar é de 9%, com uma letalidade de 14,35%.

A medida profilática mais eficiente e consensual para o controle IRAS nos serviços de saúde é a prática da higienização das mãos (Figura 1). Além de atender às exigências legais dos órgãos regulamentadores a nível nacional e mundial, esta prática contribui também para melhoria da qualidade no atendimento e assistência ao paciente.

Dentre as recomendações da Anvisa sobre infecções relacionadas à Assistência à saúde

Figura 1: Os 5 momentos para a Higienização das mãos recomendado pela OMS (http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizesuasmaos/produtos/5momentosA3.pdf)


Quer saber mais sobre a adesão à higienização das mãos em instituições de saúde?

Confira esta entrevista com uma enfermeira do CCIH, contando como a Neoprospecta ajudou a aumentar a adesão à higienização, através da ferramenta Mapa de Risco, da Plataforma Neobiome!


  1. World Health Organization. Health care without avoidable infections: The critical role of infection prevention and control. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/246235/1/WHO-HIS-SDS-2016.10-eng.pdf?ua=1. [Acesso em 06/09/2016].
  2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática. Disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/images/documentos/livros/Livro1-Assistencia_Segura.pdf [Acesso em 06/09/2016].
  3. Rev Saúde Pública 2014;48(6):995-1001. Infecções relacionadas à assistência à saúde: desafios para a saúde pública no Brasil. Maria Clara Padoveze, Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza.

Sobre a autora: Paloma Menezes Rubin é Doutora e mestre em Biodiversidade Animal pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/PPGBA). É bióloga licenciada pela Universidade Federal de Santa Maria.

Coordenação Municipal do Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (CMIRAS)

Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são infecções cuja aquisição está relacionada a um procedimento assistencial ou a internamento. Exemplos são as infecções do sítio cirúrgico (ISC), as pneumonias hospitalares, como as pneumonias associadas a ventilação mecânica (PAV), infecções do trato urinário associadas a cateter (ITU), infecções da corrente sanguínea associadas a catéter venoso (IPCS). Outras infecções adquiridas no ambiente de assistência como diarreia por Clostridium difficile, surtos de infecções virais adquiridas em hospitais, também são IRAS, exceto aquelas em que o período de incubação é mais extenso do que o período de admissão. 

Em termos cronológicos, quando não há evidência clínica ou laboratorial de infecção na admissão do paciente, considera-se infecção hospitalar aquela cujos sintomas ocorrem 72 horas após a admissão. Na presença de infecção desde a admissão, considera-se IRAS quando há um agravamento ou isolamento de outro patógeno na mesma topografia.

A CMIRAS Curitiba realiza vigilância epidemiológica de densidades de ISC, PAV, IPCS e ITU, conforme recomendação da ANVISA e desde 2010 realiza vigilância epidemiológica de micro organismos multirresistentes (MMR) nos diferentes sítios de IRAS. Desde 2011, MMR e micro organismos sensíveis em IPCS são monitorados e desde 2012, a monitorização foi ampliada para abranger MMR e micro organismos sensíveis nos demais sítios de IRAS.

A CMIRAS coordena um grupo de trabalho com reuniões que envolvem a participação de representantes dos hospitais do município que possuem unidades de terapia intensiva.

Nota técnica 01/2012

Nota Técnica 01/2016 - NDM Curitiba

Resolução SESA 096/2018 MMR

Quais são as infecções relacionadas à assistência à saúde?

Exemplos são as infecções do sítio cirúrgico (ISC), as pneumonias hospitalares, como as pneumonias associadas a ventilação mecânica (PAV), infecções do trato urinário associadas a cateter (ITU), infecções da corrente sanguínea associadas a catéter venoso (IPCS).

Qual a medida mais eficaz para prevenção da infecção hospitalar Segundo a recomendação da Anvisa?

A prática mais simples e eficiente para o controle de infecções no ambiente hospitalar é a higienização das mãos, hábito que finalmente tem ganhado mais importância a cada dia diante da pandemia de Coronavírus.

Quais as principais medidas utilizadas para a prevenção de controle das infecções relacionadas à assistência à saúde?

Medidas de prevenção e controle.
Higienizar as mãos com frequência;.
Utilizar lenço descartável para higiene nasal;.
Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;.
Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;.
Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;.
Não partilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal;.

Quais as medidas de prevenção de infecção?

Lavar as mãos é um modo eficaz de prevenir a transmissão de micro-organismos infecciosos de uma pessoa a outra. Lavar as mãos é particularmente importante para pessoas que manipulam alimentos ou que têm contatos físicos frequentes com outras pessoas.