O que é importante quando o nutricionista trabalha na área de GESTÃO PÚBLICA

Estamos sempre preocupados com o que comemos e a maneira como fazemos isso. Por isso, o curso de nutrição ganha ainda mais espaço dentre os alunos que buscam a área da saúde. Mas quais seriam as principais atribuições do nutricionista?

Uma pesquisa da Fiesp mostrou que 80% das pessoas no Brasil buscam uma alimentação saudável. E se esse é o objetivo dos brasileiros, ele deve passar no consultório de um nutricionista. Entretanto, a função engloba outros fatores e vamos te ajudar explicando tudo!

Conheça cinco atribuições de um nutricionista!

Diagnóstico nutricional

Um nutricionista deve realizar o diagnóstico do estado nutricional do paciente, calculando os parâmetros da pessoa, como peso, altura, percentual de gordura. Assim, o profissional poderá avaliar se os números estão em consonância com os órgãos competentes de saúde.

Nesta responsabilidade, o nutricionista trabalha em vários locais, como hospitais, clínicas, consultórios, unidades de saúde. A grande missão nesse caso é a de prevenir e tratar doenças já existentes por meio da alimentação.

O que é importante quando o nutricionista trabalha na área de GESTÃO PÚBLICA

Alimentação pública

Em muitas instituições, sejam públicas ou privadas, o nutricionista tem a responsabilidade na elaboração de cardápios. Assim, é possível diversificar a alimentação no dia a dia, sem perder o foco na saúde e no bem-estar.

O nutricionista pode elaborar cardápios em escolas, faculdades, creches. Além disso, atua em hospitais, no preparo de refeições para os pacientes. Ele também tem a chance de trabalhar em restaurantes e outros locais.

Focado em alto rendimento

Um atleta que se alimenta bem estará melhor preparado para o desafio que virá. Por isso, a nutrição esportiva é estratégica para várias equipes e profissionais individuais. Atualmente, não só os esportistas de elite se consultam com os nutricionistas, mas também os amadores de alto rendimento.

Nesta área da nutrição, o profissional deve calcular tudo, desde o número de refeições, o valor nutricional, o índice calórico e muito mais. O principal objetivo é extrair o máximo do potencial do atleta, melhorando sua alimentação.

Indústria alimentícia

Em uma área mais industrial da nutrição, o profissional trabalha na elaboração de relatórios técnicos de produtos. Outra responsabilidade é controlar a qualidade e o valor nutricional do alimento que está sendo fabricado.

Para fazer isso, as cozinhas viram laboratórios e o produto é avaliado antes de ir para o mercado. O nutricionista nesta área tem uma função, inclusive, estratégica podendo participar da elaboração de novos produtos.

Nutrição gestacional

Quem fizer uma faculdade de nutrição pode seguir na área obstetra. A nutricionista gestacional ganhou um papel importante durante este período especial para a mulher. Ela promove o ganho de peso adequado e saudável não apenas do bebê, mas também da mãe.

Neste sentido, a profissional ajuda a mãe a fortalecer o bebê e a gestação em si. Além disso, evita doenças específicas neste período, como a hipertensão ou a diabetes gestacional.

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O que é importante quando o nutricionista trabalha na área de GESTÃO PÚBLICA

Dentre as várias atribuições do nutricionista, qual você achou que se encaixa com o seu perfil? Se você sonha em seguir esta carreira, saiba que a faculdade Anhanguera tem o curso de graduação voltado para a nutrição.

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1 O nutricionista na Gestão Pública: conheça uma das principais áreas de atuação e os benefícios que resultam do trabalho deste profissional III Workshop de Ensino debate profissionalização e conhecimento CRN-10: confira as principais informações sobre o processo eleitoral

2 Editorial O mês de maio foi marcante para o Sistema CFN/CRN. Uma nova Gestão assumiu o Conselho Federal e vai trabalhar no próximo triênio. Fazem parte desta nova equipe nossas ex-conselheiras Ivete Barbisan e Suzi Barletto Cavalli. No Regional, a nova Diretoria assumiu e permanece até o final da atual Gestão, em Outro acontecimento que marcou o mês de maio foi a definição das datas de eleição e posse do primeiro Plenário do CRN-10. Há alguns anos o CRN-2 vem batalhando para essa concretização e agora já temos um cronograma. Nesta segunda edição de 2009 da nossa revista, trazemos temas importantes e a atuação do Regional em algumas ações relevantes. A reportagem de capa traz a atuação do nutricionista na Gestão Pública. Além de detalharmos mais uma das áreas de atuação do profissional, queremos mostrar aos Gestores os benefícios da presença do nutricionista na promoção da saúde, valorizando as ações preventivas. Escolhemos esse tema pelo momento oportuno, já que há poucos dias aconteceu o Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, do qual participamos. A revista traz, ainda, detalhes das eleições do CRN-10: quem pode votar, como se dá o processo e as datas. Você encontrará, também, o resultado da audiência pública que debateu a Medida Provisória da Alimentação Escolar e o desdobramento do Projeto de Lei proposto pela Prefeitura portoalegrense que cria o Departamento do Programa de Saúde da Família. Ao final da revista, homenageamos a todos os Técnicos em Nutrição e Dietética pelo seu dia. Desejamos a você uma excelente leitura e reiteramos que sua participação é sempre bem-vinda. Mande suas sugestões de pauta para nossa assessoria de comunicação através do Ivete R. Ciconet Dornelles Presidente CRN-2 Índice Notícias 03 Eleições no CRN-10, ações públicas, a nova Diretoria do CRN-2 e o novo Plenário do CFN Capa 08 O nutricionista na Gestão Pública III Workshop 11 Oficinas definem apontamentos Fiscalização 13 Interiorização 2009 Trabalho Universitário 14 3 O artigo vencedor do Prêmio Maria de Lourdes/2008 Artigo 15 Úlceras de Pressão (continuação) GESTÃO 2007/2010 Expediente Conselho Regional de Nutricionistas - 2 a Região Av. Taquara, 586/503, Porto Alegre, RS CEP Fone/Fax: (51) / Conselho Regional de Nutricionistas - 10 a Região Av. Rio Branco, 787/207, Centro, Florianópolis, SC - CEP Fone/Faz (48) Conselho Editorial: Ivete R. Ciconet Dornelles, Mara Romanenco e Soraia Abuchaim Jornalista Responsável e fotos: Flávia Lima Moreira Impressão: Gráfica Trindade Tiragem: 9000 exemplares Diretoria: Presidente: Ivete R. Ciconet Dornelles Vice-Presidente: Sandra Melchionna Tesoureira: Ana Lice Bernardi Secretária: Ana Cláudia Pereira de Paula

3 10 Congresso Nacional da SBAN Data: de 1 a 4 de setembro Local: São Paulo/SP Informações: (11) / 8263 VI Encontro Internacional de Esporte e Atividade Física Data: de 18 a 26 de julho Local: São Paulo/SP Informações: (11) / XIII Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica Data: de 13 a 15 e agosto Local: Salvador/BA Informações: interlinkeventos.com 5º Fórum Nacional de Nutrição 2009 Data: 28 e 29 de agosto Local: Porto Alegre/RS Informações: (11) R23 Atualização em Diabetes Data: 29 e 30 de agosto Local: Porto Alegre/RS Informações: Aperfeiçoamento em Nutrição Aplicada à Estética Data: 12 e 13 de setembro - 24 e 25 de outubro - 28 e 29 de novembro Local: Porto Alegre/RS Informações: V Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional Data: de 24 a 26 de setembro Local: São Paulo/SP Informações: I Congresso Brasileiro de Alimentação Coletiva Data: de 1 o a 3 de outubro Local: Porto Alegre/RS Informações: (51) Capacitação para Prescrição de Suplementos Nutricionais no Esporte Data: 14 de novembro Local: Porto Alegre/RS Informações: Leitura BARROS, S. P.; ARENA, E. P.; PEREIRA, A.C.. Guia prático: avaliação antropométrica em pediatria. São Paulo: Ponto Crítico, 2008 DONATO, Dalton Roberto de. Restaurante por quilo: uma área a ser abordada. São Paulo: Metha, CUPPARI, Lilian. Nutrição nas doenças crônicas não-transmissíveis. São Paulo: Manole, LOPEZ, Rosana Posse Sueiro. Álbum fotográfico de porções alimentares. São Paulo: Metha, 2008.

4 CRN-2 contesta Projeto de Lei que cria DPSF em Porto Alegre Coordenadora técnica do CRN-2 na mesa da Audiência Pública Em 2008, o Poder Executivo de Porto Alegre encaminhou à Câmara de Vereadores o Projeto de Lei 118/2008 que dispõe sobre a criação e a organização do Departamento do Programa de Saúde da Família (DPSF). Segundo o PL, entre as competências básicas do DPSF está a execução de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde familiar, em conformidade com as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o capítulo I da Lei Federal nº 8080, de 1990, a vigilância nutricional e alimentar faz parte do campo de atuação do SUS. No entanto, o PL propos- to pela prefeitura da capital gaúcha contempla apenas os seguintes profissionais: médicos (100 vagas), enfermeiros (100 vagas), auxiliares de enfermagem (200 vagas), cirurgiões dentistas (30 vagas), técnicos em saúde bucal (30 vagas), atendentes de gabinete odontológico (30 vagas), agentes comunitários (400 vagas). Junto ao CRN-2, os Conselhos Profissionais de Enfermagem, de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, de Psicologia, de Serviço Social e de Fonoaudiologia, conhecedores da realidade da saúde pública de Porto Alegre, sabedores das necessidades mais urgentes dos profissionais, dos agentes de saúde e dos demais atores envolvidos na Atenção Básica e cônscios de seu papel de órgãos fiscalizadores, declararam publicamente, através de um documento entregue aos vereadores porto-alegrenses no dia 26 de maio, a sua contrariedade à proposta do governo. A tesoureira do CRN-2, conselheira Ana Lice Bernardi, e a Coordenadora Técnica do Regional, nutricionista Elizabeth Cassali, estiveram presentes no ato e seguem acompanhando de perto o andamento do processo. Todos os Conselhos envolvidos defendem a integralidade da saúde e as ações preventivas como prioridade. Novo Plenário do CFN assume até 2012 No dia 18 de maio tomou posse o novo Plenário do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). Na ocasião, foi eleita a primeira Diretoria que ficou assim formada: presidente Rosane Maria Nascimento da Silva, vicepresidente Nina da Costa Corrêa, tesoureira Ana Maria Calábria Cardoso e secretária Ivete Barbisan. A nova gestão comandará o CFN até Confira abaixo os conselheiros. Efetivos: Rosane Maria Nascimento da Silva CRN-1 Ivete Barbisan CRN-2 Nina da Costa Corrêa CRN-3 Simone Bareicha Corrêa Marques CRN-4 Edilene Carvalho Feitosa CRN-5 Cristiane Ragnar dos Santos Monteiro CRN-6 Ana Maria Calábria Cardoso CRN-7 Marilsa Suemy Sakamoto Santini CRN-8 Ivan Mourthé de Oliveira CRN-9 Suplentes: Marta Evangelista de Araújo CRN-1 Suzi Barletto Cavalli CRN2 Aline Pereira da Fonseca CRN3 Regina Maria C. de Oliveira CRN-4 Telma de Cássia Mero Sales CRN-5 Maria Ruth Vieira de Lemos Vasconcelos CRN-6 Ana Lúcia Rocha Faillace CRN-7 Simone Fiebrantz Pinto CRN-8 Eliane Aparecida Queiroz Alvarenga CRN-9 04

5 CRN-2 parabeniza os Técnicos em Nutrição e Dietética Segundo dados do Ministério da Educação, apenas um sexto dos alunos que concluem o Ensino Médio chega ao Ensino Superior. Nesse cenário, as Escolas Técnicas vêm se consolidando como alternativa eficiente, formando profissionais técnicos capacitados e aptos ao mercado de trabalho. O CRN-2 há algum tempo vem apresentando as Escolas Técnicas e nesta edição da revista apresenta mais duas escolas. Confira. O Centro de Educação Profissional - CEP Univates tem 10 Cursos Técnicos, dentre eles o curso Técnico em Nutrição. O objetivo geral é proporcionar formação profissional de excelência aos alunos, com sensibilidade e integridade pessoal e profissional, capacidade de inserção na vida da comunidade de forma responsável. Para os diretores da instituição, o egresso deve apresentar competência técnica e pessoal para promover ações técnico-educativas em prol da qualidade de vida à população, com atuação que respeite a individualidade do ser humano e que o responsabilize pelas suas escolhas. A Escola Profissional Unipacs, de Taquara e Esteio, vem atuando com o intuito de preparar profissionais Nova Diretoria assume o CRN-2 Em reunião Plenária, dia 26 de maio, as conselheiras do CRN-2 elegeram a nova Diretoria do Regional, que tomou posse dia 1º de junho e assume o Conselho até o final da Gestão 2007/2010. Ivete R. Ciconet Dornelles é a presidente, Sandra Melchionna é a vice-presidente, Ana Cláudia Pereira de Paula é a secretária e Ana Lice Bernardi permanece como tesoureira. para o mundo do trabalho, formando cidadãos eficientes, autônomos e éticos, contribuindo, assim, para uma melhor qualidade de vida individual e coletiva. Entre os Cursos Técnicos oferecidos, está o de Técnico em Nutrição. O curso tem como finalidade principal a prevenção. Todos os cursos preveem estágios supervisionados pela escola. Os alunos do curso de Nutrição fazem seu estágio em empresas de produção de alimentos e nos hospitais da região. Os locais de estágios são estabelecidos pela escola e os alunos são acompanhados pelos professores coordenadores de estágio. Por entender a importância destes profissionais, o CRN-2 parabeniza a todos os Técnicos em Nutrição e Dietética (TND) pelo seu dia, comemorado em 27 de junho. Cursos formam profissionais preparados para o mercado Dia do Nutricionista O CRN-2 realizará, no dia 31 de agosto, em Porto Alegre, o tradicional jantar em comemoração ao Dia do Nutricionista. Novamente, o restaurante Panorama receberá os profissionais da área para celebrar mais um ano de crescimento da profissão. Além do jantar, o CRN-2 fará outras ações em parceria com as entidades da nutrição, sempre visando a valorização dos profissionais. Mande suas sugestões para Foto: Clóvis de Souza Prates/HCPA Grupo de Estudo da Fiscalização/RS 2009 Com o objetivo de promover constante aprimoramento e atualização da equipe de fiscalização o CRN-2 está implementando o Grupo de Estudo da Fiscalização/RS Serão realizados encontros mensais na sede do Regional. Para cada encontro são disponibilizadas dez vagas para os profissionais interessados, mediante ins- crição prévia através do br. As inscrições são gratuitas. Reiterando sua função social, o CRN-2 sugere que os profissionais inscritos doem alimentos não perecíveis que serão destinados a ações sociais de entidades parceiras. As datas e os temas propostos para os encontros podem ser conferidos no site 05

6 Representatividades Além das reuniões e eventos tradicionais, as conselheiras do CRN-2 participaram de importantes eventos nacionais. Merecem destaque três: o III Congresso Nacional do Sistema CFN/CRN (CNS), o XXV Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONA- SEMS) e o Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional (FBSAN). III CNS Mais de 200 profissionais de todo país participaram, de 17 a 20 de março, em Brasília, do III CNS. Com o tema central Agendando compromissos com a sociedade, os representantes dos Conselhos participaram de seminários, oficinas e palestras, em que foram apresentadas propostas de ação do Sistema em diversos segmentos de atuação como fiscalização, gestão, ética, capacitação, exercício profissional, administração e comunicação. Representantes do CRN-2 e do CRN-10 marcaram presença e contribuíram em todos os debates, relatando suas ações e valorizando a importância do intercâmbio no crescimento dos Regionais. O congresso proporcionou a oportunidade da socialização das ações dos gestores, objetivando o fortalecimento do Sistema. Ampliação da Sede No dia 29 de abril, a presidente em exercício do CRN-2, Ana Jeanette Lopes de Haro, e a tesoureira, Ana Lice Bernardi, assinaram a escritura da compra de uma sala que completa a primeira fase de ampliação da sede do CRN-2. A partir de agora, passa-se à segunda fase, de reforma e adequação do espaço físico para melhor atender aos profissionais, permitindo aos funcionários do Regional mais agilidade no atendimento das demandas. Atual gestão concluiu primeira fase de ampliação do CRN-2 Conselheiras, funcionários e assessores do CRN-2 no III CNS CONASEMS A conselheira Sandra Melchionna participou do evento, que reuniu mais de 2,7 mil Gestores, em Brasília, de 11 a 14 de maio. Consolidado como um espaço destinado às discussões das políticas de saúde adotadas pelas esferas federal, estaduais e municipais e o respectivo impacto nos municípios, o CO- NASEMS contou com a participação do Sistema CFN/ CRN, que dispunha de um estande, onde foram recepcionados os Gestores, que receberam orientações acerca da importância da atuação do nutricionista na Gestão Pública. FBSAN a representante do Conselho, Ivete R. Ciconet Dornelles, participou, de 27 a 29 de maio, do FBSAN. O evento, que aconteceu em Salvador, comemorou os 10 anos do Fórum e fez um balanço político sobre o papel do FBSAN, definindo suas estratégias de ação e valorizando as experiências que estão dando certo na promoção da soberania e segurança alimentar. CRN-2 apoia a PEC Alimentação Apesar de sua importância, o direito à alimentação não está previsto na Constituição brasileira. Para mudar essa realidade, uma campanha nacional de mobilização promovida pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) luta pela aprovação da PEC nº 47/2003, que insere o direito no artigo 6º da Carta Magna, junto a outros direitos sociais. O CFN e o CRN-2 defendem essa mobilização e, ao manifestarem em maio seu apoio, convidam os nutricionistas de todo o país a assinarem um abaixo-assinado, que pode ser acessado através do site A ideia do movimento é lutar para que a aprovação da proposta seja feita até o próximo Dia Mundial da Alimentação, comemorado em 16 de outubro. A PEC já foi aprovada pelo Senado Federal e atualmente está em apreciação na Câmara dos Deputados. 06

7 Iniciado processo eleitoral do CRN-10 Texto por Comissão Eleitoral Há alguns anos a ideia de criar o CRN- 10 vem sendo amadurecida. Em setembro de 2008 o CFN aprovou a instalação do novo Regional. Em março de 2009 formou-se a Comissão Eleitoral e o processo eleitoral começou a desenhar-se. Em setembro ocorrerão as eleições e, em outubro, toma posse o primeiro Plenário do CRN-10, hoje uma realidade. Confira algumas informações importantes sobre o processo. Comissão Eleitoral É responsável pela coordenação de todo o processo e já está formada e atuando. A constituição do grupo ocorreu a partir de convite à Associação Catarinense de Nutrição (ACAN) e ao Sindicato dos Nutricionistas do Estado de Santa Catarina (SINUSC) para indicarem um representante, e de três nutricionistas do Rio Grande do Sul com experiência neste processo. Composição Andrea de Cássia Siga - CRN2 5687P, Ida Beatriz C. Habeyche - CRN2 0015, Ivy Ahrons Vianna - CRN2 0164, Paulo Luiz Viteritte - CRN e Rosana Maria Carolo da Costa e Silva - CRN Como ocorre e quem vota Devem votar todos os nutricionistas registrados e cadastrados no Estado de Santa Catarina. O voto será por correspondência, o que é respaldado pelo art. 2º da Resolução CFN 441/2008. Para participar do processo eleitoral, os nutricionistas deverão estar quites com suas obrigações legais com o CRN-2. Caso o profissional tenha dúvida de sua situação junto à tesouraria, podem acessar o site org.br on line, ou entrar em contato com o CRN-2 (Florianópolis ou Porto Alegre). NÃO DEIXE PARA ÚLTIMA HORA. Data da votação e apuração A votação ocorre no dia 3 de setembro de 2009, data marcada, também, para o escrutínio. A partir das 16h inicia-se a contagem de votos através dos quais a categoria elegerá 1º Pleno do CRN-10 para conduzir Regional no período de 2009/2012. Multa Os nutricionistas que não encaminharem o voto até o dia 03 de setembro e não justificarem em 60 dias, receberão multa no valor de R$ 47,32. Inscreveu-se uma chapa. CRN-2 defende atuação do nutricionista em Audiência Pública sobre alimentação escolar Na audiência pública requerida pelo Conselho de Segurança Alimentar do Rio Grande do Sul (CONSEA/RS), que ocorreu em 13 de maio, na Assembleia Legislativa, para debater a Alimentação Escolar, a representante do CRN-2, Ivete R. Ciconet Dornelles, ressaltou a importância do papel do nutricionista na alimentação escolar: O nutricionista é legalmente o profissional habilitado para acompanhar todo o processo da alimentação escolar. Estamos trabalhando para que este profissional esteja cada vez mais inserido no ambiente escolar, trocando experiências e uma resolução do Fundo Nacional Audiência lotou Plenário da Assembleia promovendo a melhoria da qualidade da alimentação dos escolares. Ivete ressaltou, ção (FNDE) de No projeto, o profissional aparece de Desenvolvimento da Educa- ainda, que o Conselho entende que o nutricionista deve como quem deve elaborar o cardápio, utilizando os gêneros alimentícios básicos e respeitando as referências fazer parte ativamente de todo o processo de transformação que a educação representa. nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura e a tradição A audiência teve como principal resolução o encaminhamento de uma moção aos senadores exigindo sustentabilidade e diversificação agrícola da região, na alimentar da localidade. O profissional deve pautar-se na a aprovação da Medida Provisória 455/2009 que de- alimentação saudável e adequada. termina, entre outras coisas, a extensão da merenda escolar aos estudantes do ensino médio e do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e que a gestão fica a cargo dos municípios. A MP foi aprovada no Senado no dia 27 de maio e precisa ser sancionada pelo presidente da República para entrar em vigor. Vitória - O PLV institucionaliza como lei a atuação do nutricionista como o responsável técnico pela alimentação escolar nos estados, municípios, DF e escolas federais. Antes essa previsão constava em 07

8 O nutricionista na Gestão Pública: um profissional a serviço da qualidade de vida Colaborou para esta reportagem a nutricionista Karen Mello de Mattos No Brasil, a nutrição surgiu entre as décadas de 1930/40. A partir de então, as áreas de atuação vêm aumentando e se consolidando. A Saúde Coletiva, uma das principais áreas, surgiu na década de 1950 e hoje permite ao nutricionista desenvolver as ações da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que faz parte da Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição (CGPAN). Criada em 1999, a CGPAN exige o nutricionista como responsável técnico de suas ações em que se incluem: Estímulo a ações inter-setoriais com vistas ao acesso universal aos alimentos; Garantia de segurança e qualidade dos alimentos; Monitoramento da situação alimentar e estilos de vida saudáveis; Promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis; Prevenção e controle dos distúrbios e doenças nutricionais; Promoção do desenvolvimento de linhas de investigação; Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos em saúde e nutrição. O nutricionista pode atuar nas Secretarias da Saúde, Educação e Assistência Social, buscando sempre o desenvolvimento de ações articuladas entre os diferentes setores que compõe a Gestão Pública. Na Secretaria da Saúde, o nutricionista é responsável por todas as ações da PNAN destacando-se: Atuação em grupos como HiperDia, de gestantes, terapêuticos, de redução de peso, entre outros; Efetuação de atendimentos individuais para casos específicos; Elaboração de campanhas educativas; Efetuação do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), uma condicionalidade do Programa Bolsa Família; Participação no NASF; Na Secretaria da Educação, o nutricionista é responsável pelo Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE), cujas ações são: Elaborar de cardápios com refeições nutritivas e que respeite a diversidade da região; Efetuar o teste de aceitabilidade de um gênero alimentício antes de introduzi-lo no cardápio escolar; Capacitar com os funcionários responsáveis pelo preparo da alimentação escolar sobre diversos temas como boas práticas de fabricação; Realizar acompanhamento nutricional dos escolares a fim de verificar seu estado nutricional; Atuar na educação alimentar e nutricional, por meio de palestras ou debates. Na Assistência Social, as ações são voltadas à Segurança Alimentar e Nutricional: Restaurante Popular; Banco de alimentos; Implementação, coordenação e/ou supervisão de cozinhas comunitárias; Distribuição de alimentos para população em situação de emergência; Ações de educação alimentar e nutricional; Programa de Aquisição de Alimentos. Com a atuação do nutricionista na Gestão Pública, trabalha-se diretamente na prevenção de patologias, reduzindo a quantidade de fármacos utilizados e, consequentemente, o número de internações. Porém, mais do que economia, a prevenção resulta numa melhor qualidade de vida para a população, garantindo seus direitos básicos. Através das políticas públicas pode-se reduzir os índices de doenças como anemia ferropriva, deficiência de ácido fólico e vitamina A e desnutrição. Além disso, pode-se prevenir o desenvolvimento das chamadas doenças e agravos não transmissíveis: obesidade, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabete mellitus (DM), síndrome plurimetabólica, dislipidemias (colesterol e tri- 08

9 glicerídeos) e cânceres. Para a professora Karen Mello de Mattos, nutricionista Especialista e Mestre em Saúde Coletiva, a epidemia da obesidade pode ser evitada, principalmente, por meio de ações voltadas ao público infantil, cuja patologia encontra-se em gradativo crescimento. Porém, saliento que a desnutrição também deve permanecer em constante vigilância e observação. Quando não é possível atuar na prevenção, o nutricionista atua de forma decisiva no tratamento de patologias já existentes, possibilitando uma melhora na qualidade de vida da população. A efetuação de ações educativas para a comunidade propicia o acesso a informações corretas sobre alimentação e estilo de vida saudável. Uma importante ferramenta na atuação do nutricionista é o SISVAN que possibilita, além de informações acerca do estado nutricional, o mapeamento das regiões endêmicas, averiguação de doenças prevalentes, formação de grupos, educação nutricional e alimentar, elaboração de material educativo e de novos programas, conforme a necessidade. Benefícios para a população A principal melhoria é uma vida mais saudável e o acesso à segurança alimentar e nutricional, que consiste no direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outros direitos, respeitando a diversidade cultural, e que seja social, econômica e ambientalmente sustentável. Nesse sentido, a professora Karen destaca a importância dos programas existentes deixarem de lado o assistencialismo. As cozinhas comunitárias são um exemplo: para que recebam os gêneros alimentícios, obrigatoriamente os responsáveis deverão participar de capacitações ministradas Karen Mello de Mattos por nutricionistas sobre educação alimentar e nutricional e repassar o conhecimento adquirido à população cadastrada. Histórias que dão certo Muitos municípios do Rio Grande do Sul vêm se destacando na área da nutrição. Sapiranga, Canoas, Estância Velha, Portão, Gravataí, Porto Alegre, Alvorada e outros, estão ampliando a presença dos nutricionistas na Gestão Pública. Essa realidade repete-se em Santa Catarina. Confira alguns casos. A Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Município de Porto Alegre (CO- SANS), conta com 10 nutricionistas que atuam promovendo segurança alimentar nas comunidades com vulnerabilidade social. Para Carlos Silva, coordenador da COSANS e ex-presidente do CRN-2, a Gestão Pública está passando por grande transformação, quebrando o paradigma da atuação em gavetas/departamento/secção. Assim, a forma de gestão responde com maior eficiência e eficácia às demandas do Poder Público em relação às Políticas Públicas. A Gestão Pública moderna exige do nutricionista uma preparação e apropriação das ferramentas de gestão a fim de que possa agir e interagir com os diversos atores da gestão. Carlos destaca a experiência de Porto Alegre na construção do Sistema Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, expresso através da Lei Complementar nº 577 de l6 de outubro de 2007, como exemplo da nova forma de se fazer Gestão Pública. O SIMSANS aponta para uma Política de SANS e um Plano de SANS. A consecução destes dois instrumentos da Segurança Alimentar está alicerçada em ações intra e inter-governamental, inter-setorial em parceira público-privado a fim de que ações educacionais, institucionais, emergenciais e estruturais apontem para melhoria da qualidade de vida da população porto-alegrense. Em Gravataí, a atuação do nutricionista começou em 1992, quando a Saúde ainda era um Departamento da Secretaria de Assistência Social. Hoje, Equipe de nutricionistas de Gravataí o município conta com oito profissionais. O principal resultado desses anos de trabalho e dedicação é a manutenção do Centro de Políticas Especiais, demonstrando a credibilidade dos gestores no nosso trabalho, afirma Margarete Tavares Kayser, Coordenadora do CENQ e da Nutrição da SMS. A equipe é formada por Maria Fatima S. Silveira, Liane Fani Cotliarenco Pinto, Betina Mata, Ana Maria Favarin, Juliana de Souza Fontoura, Simone Muniz Pacheco e Suelen Cavalheiro Teixeira. Margarete destaca que saber atender aos usuários é um desafio. Nem sempre correspondemos às suas solicitações mais imediatas, em função dos recursos disponíveis. Mas não desanimamos. Persistimos na busca de resultados satisfatórios da nossa atuação como profissional nutricionista, ressalta. Em Portão, três nutricionistas trabalham com a rotina de não haver rotina. Duas atuam na Secretaria de Educação, Sandra Maria da Silva e Simone Hess, e 09

10 uma na Secretaria de Saúde, Helena Beatriz Rower. As nutricionistas contam, ainda, com um grupo de estagiários. O município possui cerca de 30 mil habitantes e conta em sua rede básica de saúde três Unidades Básicas de Saúdes, duas ESFs e um Centro de Especialidades. O município de Portão foi piloto na implementação do SISVAN Web em Elas são responsáveis por programas como o SISVAN, PNSF e a condicionalidade da saúde do PBF, além de projetos como as oficinas de culinária do Programa Portão na Cozinha em parceria com EMATER, das oficinas na ESF2 com as famílias e o acompanhamento no grupo de gestantes, dos atendimentos de dietoterapia em toda a rede, das visitas domiciliares e das capacitações e conversas entre as equipes da saúde. As nutricionistas estão trabalhando, ainda, em outro projeto, voltado à atenção ao idoso, numa abordagem multiprofissional com parceria público-privada. Para Helena o nutricionista é um profissional capaz de interagir com as mais diferentes esferas e possibilidades de trabalho na Gestão Pública. Do bebê ao idoso, da orientação à educação nutricional, da antropometria ao paciente terminal em casa, do atendimento clínico à gestão de programas e projetos, seja da envergadura que for, somos atores e diretores neste processo, diz. Atuando há quatro anos no município, ela já percebe o crescente interesse e procura da população na busca do equilíbrio da alimentação adequada. Segundo ela, os demais profissionais da saúde, educação ou assistência social interagem cada vez mais com a equipe de nutrição. Por isto é importante sair do consultório e ir ao encontro do público e dos colegas, destaca. Parcerias Unanimidade entre os entrevistados, a atuação da 1ª Coordenadoria Regional da Saúde, coordenada pela nutricionista Ana Romero, foi apontada como eixo do trabalho e dos resultados obtidos pelos municípios da região metropolitana de Porto Alegre. É uma relação de parceria, desafios e valorização do trabalho. Temos o apoio necessário para a manutenção e melhora dos resultados, afirma Margarete. A integração nas ações, a troca de experiências e busca constante de conhecimento e aperfeiçoamento marcam as reuniões mensais comandadas por Ana. Dos encontros regulares surgem idéias e parcerias como a Semana da Alimentação do Vale do Rio dos Sinos. Além disso, as ações coordenadas tornam-se visíveis para a sociedade e também para os Gestores de outras esferas. Vejo a 1ª CRS como referência em Ações em Alimentação e Nutrição e muito me orgulha fazer parte desta equipe conta Helena. Ana Romero, que há oito anos desempenha importante papel de acompanhamento diário, faz orientações e cobra resultados. As palavras e histórias desses oito anos são contadas por alguém que trabalha direto com a população, entendendo suas necessidades e ciente de seu papel na sociedade. Tenho muito Ana Romero, na 1 orgulho, pois vejo o a CRS trabalho exemplar das nutricionistas que não só a responderam muito bem às nossas exigências, mas passaram a nos cobrar cada vez mais. É um trabalho de longo prazo, mas com garantia de resultados, finaliza. Instituições de Ensino As mudanças ocorridas nas Diretrizes Curriculares Nacionais estimulam a formação de profissionais voltados para os princípios ideológicos norteadores do SUS: equidade, integralidade e universalidade. As Instituições de Ensino devem formar profissionais que saibam atuar e que busquem soluções para os problemas existentes de forma integrada, interdisciplinar, que vejam o individuo em toda sua homogeneidade, buscando detectar as causas sociais, culturais e psicológicas existentes e que afetam a sua saúde. De acordo com as novas Diretrizes, o Centro Universitário Franciscano desenvolve ações integradas voltadas à população santa-mariense. Devido a estas ações, seu curso de Nutrição foi contemplado no Programa Pró-Saúde II (Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde) desenvolvido em parceria pelos Ministérios da Saúde e Educação, cujo objetivo consiste na reorientação da formação profissional, assegurando uma abordagem integral do processo saúde-doença com ênfase na atenção básica, promovendo transformações nos processos de geração de conhecimentos, ensino e aprendizagem e de prestação de serviços à população. O curso de Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Sul é um importante parceiro da 1ª CRS. Desde 2007 firmou-se uma relação de troca. Em agosto de 2007, professores e alunos fizeram uma atualização em antropometria para todas as nutricionistas da 1ª CRS. Após, foi feita uma reciclagem dos agentes comunitários, através do Laboratório de Avaliação Nutricional (LAN). Em 2009, as nutricionistas capacitarão a equipe da UFRGS no SISVAN Web e eles desenvolverão um projeto piloto na unidade de saúde Santa Cecília (POA). Existem, ainda, outros projetos que só fortalecem essa relação, em que a população é a maior beneficiada. 10

11 III Workshop III Workshop de Ensino debate Profissionalização e Conhecimento A educação é uma das ferramentas mais importantes na transformação da realidade. O Brasil, aos poucos, amadurece seu processo educacional e, como resultado alcançou a 13ª posição na classificação mundial em produção científica em 2008, ultrapassando Rússia e Holanda. Esse resultado foi possível, principalmente, pelo aumento de 56% na produção de artigos. Em 2007 foram publicações, em 2008 foram Os dados são do National Science Indicators, base de dados estatísticos sobre pesquisa e ciência que reúne dados atualizados de mais de 180 países. O CRN-2, cônscio do seu papel e da importância da interação entre entidades e Instituições de Ensino, promoveu, em abril, o III Workshop de Ensino, cujo tema principal era Profissionalização e Conhecimento. O encontro aconteceu em Florianópolis e proporcionou aos presentes o debate e o aprofundamento pontual de três temas: As entidades e a formação do nutricionista, Pós-graduação, pesquisa e extensão na formação do nutricionista, e A construção do projeto pedagógico. Entre os destaques do Workshop, estão as palestras de Maria Lucia Bosi e Rossana Pacheco da Costa Proença. Maria Lúcia, graduada em Nutrição e em Psicologia, Mestre Suzi B. Cavalli, Rossana P. da Costa Proença e Maria Lucia Bosi em Ciências Sociais, Doutora em Saúde Pública e atualmente professora da UFC, Na palestra de abertura, Maria Lucia Bosi falou sobre Profissionalização e Conhecimento falou sobre o tema que deu nome ao evento. Segundo ela, ainda é preciso caminhar muito nas pesquisas da área da Nutrição. Outro destaque foi a palestra da coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFSC, Rossana Pacheco da Costa Proença, graduada em Nutrição, Mestre e Doutora em Engenharia de Produção, Pós-Doutora em Sociologia da Alimentação. Rossana falou sobre a Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão na Formação do Nutricionista e apontou os desafios dos agentes envolvidos nesse processo de formação. Segundo ela, o desafio externo é a busca de mecanismos mais específicos de classificação e avaliação. Já os desafios internos são a qualificação da formação nos vários níveis, o aprofundamento metodológico de pesquisas em Nutrição e a melhoria da divulgação qualificada do conhecimento científico em nutrição Estiveram presentes, representando as entidades da Nutrição, a então presidente do CFN, Nelcy Ferreira da Silva, as presidentes da ASBRAN, Márcia Fidelix, da FNN, Maria Terezinha Oscar Govinatzki, além da representante da ABENUT, Maysa Beltrame Pedroso. Oficinas definem apontamentos No encerramento do III Workshop, os participantes, alicerçados nas palestras e debates do primeiro dia do encontro, foram divididos em dois grupos para a realização de oficinas. Este foi o momento destinado às discussões e os presentes puderam defender seu ponto de vista, expor a realidade das instituições de ensino e das entidades ali representadas. Como resultado das discussões das oficinas, originou-se um documento que indica os principais apontamentos do encontro. Confira. 11

12 Oficina III Workshop de Ensino - Profissionalização e Conhecimento: INTRODUÇÃO: A discussão da oficina teve como questão norteadora como atingir a autonomia profissional?, visando o fortalecimento da construção da identidade do nutricionista. As temáticas trabalhadas foram: pós-graduação, entidades de classe e a construção do projeto pedagógico. 1. Pós-graduação Percebe-se uma maior inserção do nutricionista nos Programas de Pós-Graduação (PPG) stricto sensu. O número reduzido de PPG em Nutrição faz com que o nutricionista busque sua qualificação em outras áreas fortalecendo a produção científica destas áreas. SUGESTÕES: Estimular a pesquisa sobre a identidade profissional do nutricionista. Apoiar a categoria, as IES e as entidades da classe para a criação do Comitê da Nutrição junto ao CNPq/CAPES. Os eventos científicos promovidos pelas entidades da classe devem propor à submissão de trabalhos completos (artigo). Estimular a formação para docência nos Cursos de PPG (Mestrado). 2. Entidades da classe e a Formação do Nutricionista Necessidade de um Projeto de Profissão construído com as representações da classe. SUGESTÃO: Sugere-se que as entidades da classe ajam no limite do seu campo de atuação. Retomar a discussão das IES com as entidades acerca da carga horária mínima, fundamentada na qualidade do ensino. Promover fóruns permanentes para reunir entidades representativas da categoria, com objetivo de discutir a identidade do nutricionista. Realizar um estudo voltado para a identidade do profissional Nutricionista, baseado em BOSI, Maria Lúcia Magalhães. Profissionalização e Conhecimento: a nutrição em questão. São Paulo: Hucitec, Criar um banco de dados de artigos científicos publicados por nutricionistas. Sensibilizar os atores da educação em Nutrição para o fortalecimento e a atuação da ABENUT. 3. A construção do Projeto Pedagógico: Na construção do Projeto Político Pedagógico, garantir a Atenção Dietética como objeto de trabalho buscando a identidade profissional. Existe uma constatação da formação acadêmica descolada da realidade da atuação profissional. SUGESTÃO: Inserir os profissionais nutricionistas dos serviços na discussão no Projeto Político Pedagógico de cada curso. Fomentar a postura política cidadã nos educadores, incentivando os discentes a uma consciência política para a profissão. Refletir sobre a adequação das competências específicas descritas nas diretrizes curriculares, considerando o contexto atual. Promover fóruns de aprofundamento e discussão de Projetos Político Pedagógicos (PPP) das diversas IES. 4. A construção do Projeto Pedagógico: Na construção do Projeto Político Pedagógico, garantir a Atenção Dietética como objeto de trabalho buscando a identidade profissional. Existe uma constatação da formação acadêmica descolada da realidade da atuação profissional. SUGESTÃO: Inserir os profissionais nutricionistas dos serviços na discussão no Projeto Político Pedagógico de cada curso. Fomentar a postura política cidadã nos educadores, incentivando os discentes a uma consciência política para a profissão. Refletir sobre a adequação das competências específicas descritas nas diretrizes curriculares, considerando o contexto atual. Promover fóruns de aprofundamento e discussão de Projetos Político Pedagógicos (PPP) das diversas IES. III Workshop aproximou as entidades da Nutrição e IES, que debateram temas como a autonomia profissional e construção do plano pedagógico 12

13 Fiscalização O Nutricionista e a Responsabilidade Técnica A responsabilidade técnica (RT) exercida pelo nutricionista é o compromisso profissional e legal na execução de suas atividades, compatíveis com a formação e os princípios éticos da profissão, visando à qualidade dos serviços prestados à sociedade. O quadro técnico é o conjunto dos profissionais nutricionistas de uma corporação, com respectiva relação hierárquica e função. Conforme a Resolução CFN 419/08 a assunção de responsabilidade técnica deverá ser solicitada pelo nutricionista, através de formulário próprio disponível no site do CRN-2. Para que seja concedida, são avaliados critérios dispostos na mesma resolução. Este procedimento é de extrema importância, principalmente a partir da segunda assunção de RT, pois visa garantir condições adequadas para o desempenho da função pelo profissional. Quando a pessoa jurídica desenvolver atividades em mais de um local unidades de alimentação e nutrição, por exemplo deverá ser apresentado o responsável para cada um dos locais. Após a autorização da assunção de RT, o profissional e a empresa firmarão, então, o Termo de Compromisso (formulário também disponível no site do CRN-2). Este documento deverá ser preenchido com os dados de cada local de atuação, como o endereço e carga horária desempenhada pelo nutricionista no local. O profissional que deixar de exercer a função de RT ou compor o quadro técnico da empresa deverá comunicar ao CRN-2, por escrito, através de formulário disponível no site. É importante salientar que todos os trabalhos desenvolvidos pelo nutricionista em seu local de trabalho devem ser assinados, identificando o profissional com nome, profissão, jurisdição (CRN-2) e número de inscrição no CRN, seguido da letra P no caso de inscrição provisória. Interiorização Na semana de 13 a 17 de abril de 2009 o CRN-2 realizou a Semana de Interiorização nas regiões de Santiago e São Luiz Gonzaga. Na ocasião, ocorreu, também, o Encontro de Nutricionistas dessas regiões. As nutricionistas fiscais realizaram visitas fiscais em todas as áreas de atuação do nutricionista nos municípios de São Luiz Gonzaga, Dezesseis de Novembro, São Nicolau, Mato Queimado, Caibaté, Santiago, Itaqui, Maçambará, São Borja, Unistalda, Capão do Cipó, Cerro Largo, Porto Xavier, Porto Lucena, Salvador das Missões e Rolador. O resultado da interiorização totalizou 49 visitas fiscais. No dia 16 de abril, realizou-se o Encontro de Nutricionistas das Regiões de Santiago e São Luiz Gonzaga, com palestra da nutricionista Cíntia dos Santos Costa, sobre Nutrição Esportiva, e da Nutricionista Sandra R. Melchionna, sobre a atuação do CRN-2 e atualidades. Durante o encontro, os nutricionistas trocaram experiências e conversaram com a equipe do CRN-2, expondo suas expectativas, dúvidas e sugestões. Na semana de 15 a 19 de junho de 2009 a interiorização esteve na região de Carazinho e Frederico Westphalen. Confira no site a divulgação do Encontro de Nutricionistas desta região. Encontro da equipe do CRN-2 com profissionais da região propiciou troca de experiências Foto: Arquivo/Divulgação 13

14 Foto: Arquivo /Divulgação Capsicum baccatum VAR. pendulum modifica a relação colesterol total/ HDL-colesterol e lipoperoxidação em ratos após manipulação perivascular O uso da pimenta vermelha como proteção cardiovascular Márcia Keller Alves; Alexandre Pimenta Charcansky; Carlos Eduardo Leite; Henrique Bregolin Dias; Vasyl Custódio Saciura; Sandra Fukada; Jarbas Rodrigues de Oliveira O aumento no colesterol total (CT) plasmático é conhecido como o maior risco relacionado ao desenvolvimento de doença arterial coronariana ou aterosclerose, e modifica a relação colesterol total/ HDL-colesterol, um importante marcador prognóstico para doença cardiovascular. A aterosclerose é caracterizada como um processo inflamatório, e seu desenvolvimento está relacionado também ao dano oxidativo. A manipulação perivascular, promovida por posicionamento de um colar de silicone ao redor da artéria carótida comum, causa uma inflamação local e tem sido utilizada como um modelo de aterosclerose. O presente estudo foi delineado para avaliar o efeito do extrato da pimenta, descrita por possuir efeitos hipocolesterolêmicos e anti-lipoperoxidativo, em um modelo animal de inflamação vascular, no que diz respeito a colesterol e HDL-colesterol, bem como parâmetros de oxidação. Foram utilizados ratos Wistar, que foram pré-tratados com extrato de pimenta (ou salina grupo controle) durante 14 dias antes do posicionamento de colar de silicone ao redor da artéria carótida comum esquerda (manipulação vascular) e continuaram sendo tratados após o colar por mais 21 dias. Foi coletado sangue para análise dos parâmetros séricos (TC, HDL, LDL-oxidada e Albumina Modificada pela Isquemia - IMA) e foi realizada histologia da artéria para confirmação de processo inflamatório. Após 14 dias de tratamento houve uma redução significativa no CT quando comparado com os grupos controle, como mostra a Figura 1A. Os níveis de HDL-c não modificaram com o tratamento (Figura 1B). Consequente à redução do CT, Figura 1A houve redução do índice aterogênico (Figura 1C). Figura 1: Colesterol total, HDLcolesterol e índice aterogênico em Figura 1B Figura 1C animais pré-tratados. Dados foram expressos como média ± SEM. *P<0.05 vs. grupo naive. * P<0.05 vs. grupo salina. As análises histológicas mostraram mudanças morfológicas, principalmente na camada adventícia, mas o tratamento com o extrato não modificou a intensidade da inflamação vascular local. Nestes animais, não houve modificação do perfil lipídico ou efeito sobre a IMA após o posicionamento de colar. Quanto ao perfil oxidativo do processo, houve uma tendência a elevar os níveis de LDL-ox nos ratos operados, provavelmente devido à atividade de radicais livres na resposta inflamatória. A Figura 2 mostra que os animais que receberam o extrato de pimenta (pré-tratamento e pós-colar) tiveram os níveis de LDL-ox mais baixos que o grupo que recebeu salina. Figura 2: LDL-oxidada em animais operados. Dados foram expressos como média ± SEM. *P<0.05 vs. grupo naive. * P<0.05 vs. grupo salina. Conclui-se, portanto, que o extrato de C. baccatum teve um efeito hipocolesterolêmico e anti-lipoperoxidativo na fração LDL do colesterol. Também foi capaz de reduzir o índice aterogênico, mostrando que Figura 2 a ingestão de pimenta vermelha pode prevenir e reduzir fatores de risco de doenças cardiovasculares. 14

15 Terapia nutricional nas lesões de pele com ênfase em úlcera de pressão * Soraia Abuchaim 1 Na terapia nutricional das lesões de pele, que faz parte do tratamento integral para pacientes com lesão, feridas e úlceras de pressão, deve-se dar atenção a quatro princípios básicos: Aliviar ou eliminar a fonte ou a causa da lesão: é importante explorar as razões pelas quais o paciente desenvolveu a úlcera de pressão. Que tipo de superfície de suporte, seja colchão ou almofada, estava sendo usado? Otimizar o microambiente: a ferida precisa ser avaliada de maneira apropriada, e a melhor terapia tópica selecionada para permitir cicatrização. O tecido necrótico geralmente é removido por um dos métodos de debridamento existentes. Apoio ao paciente com feridas: o paciente precisa ser avaliado e monitorado quanto à nutrição adequada. Infecções locais e sistêmicas precisam ser controladas ou eliminadas. Fornecimento de educação: a educação e os cuidados devem ser fornecidos para os funcionários, pacientes e familiares. Apesar das fórmulas serem aparentemente adequadas, as deficiências de micronutrientes e a desnutrição marasmática foram evidenciadas em 65% dos pacientes com nutrição enteral prolongada que apresentavam UP, segundo um estudo de Henderson. Pacientes idosos com úlceras crônicas em membros inferiores, avaliados por Rojas e Phillips, confirmaram as evidências anteriores, pois apresentavam baixos níveis de vitaminas A e E, caroteno e zinco, mostrando que deficiências nutricionais ou o consumo aumentado desses elementos podem interferir no processo de cicatrização. Estudos recentes comprovam a necessidade de alguns nutrientes essenciais na regeneração tecidual. A terapia nutricional nos pacientes com UP tem crescido, e vários nutrientes têm recebido atenção especial dos pesquisadores e profissionais da saúde, pois o processo de cicatrização é crucial na recuperação das lesões, na redução da morbimortalidade no pós-operatório. Destacam-se estudos sobre agentes antioxidantes, na prevenção ou redução de danos oxidativos causados pelos radicais livres sobre os tecidos, como os que ocorrem no choque circulatório. Na inflamação, as reações mediadas pela imunidade celular parecem produzir radicais de oxigênio passíveis de produzir efeitos deletérios teciduais. Calorias: as necessidades calóricas encontram grandes variações de acordo com a gravidade das feridas, estágio de cicatrização, co-morbidades, idade, peso, entre outros. Atenção especial deve ser dada a pacientes severamente desnutridos, paraplégicos ou tetraplégicos e idosos. Proteínas: têm importante papel na cicatrização, viabilizando a revascularização, a proliferação de fibroblastos, a síntese de colágeno e a formação de linfócitos. Arginina: sua suplementação pode melhorar a cicatrização e a resposta imune em idosos e voluntários saudáveis. Pode aumentar a síntese de colágeno reparativo em humanos, pois é precursora metabólica de prolina, hidroxiprolina e, consequentemente, de colágeno, ou ainda, devido à sua ação estimulante à secreção do hormônio do crescimento, causando um efeito anabólico positivo na cicatrização. Carboidratos e lipídeos: as calorias fornecidas por carboidratos e lipídeos possibilitam às proteínas serem destinadas para seus fins construtivos e impedidas de se converter em glicose e, consequentemente, energia. As células de defesa do organismo, que serão ativamente na fase inicial de cicatrização, recuperam energia extra para sua ação antiinflamatória e de fagocitose. Os lipídeos são constituintes de membranas celulares e serão bastante exigidos devido à intensa replicação celular. Vitamina A: essencial à diferenciação e proliferação celular, principalmente nos tecidos epitelial e tecido ósseo. Vitamina E: age como anti-oxidante biológico, contribui na prevenção da oxidação dos fosfolipídeos das membranas celulares, mantendo a integridade das mesmas. Vitamina C: participa na regulação do potencial de óxido-redução intracelular. Na fase inflamatória, atua na função dos macrófagos e neutrófilos, além de ser anti-oxidante, protegendo o ferro e o cobre das metaloenzimas. Zinco: atua no crescimento, replicação celular e formação de colágeno, função fagocitária, imunitária celular e humoral, fertilidade e reprodução. Magnésio: macro-elemento de sistemas enzimáticos que controlam o metabolismo de carboidratos, lipídeos, proteínas e eletrólitos, influencia a integridade e transporte da membrana celular. Outros minerais: cobre, selênio e manganês atuam como co-fatores, ativando algumas enzimas. Parte delas colaboram no processo de cicatrização ou possuem uma ação antioxidante fundamental em pacientes com UP. Dados da literatura internacional demonstram que a prevalência de UP em pacientes hospitalizados é de 3 a 17% e alcança 1 a 3% em hospitais para atendimento de casos agudos, sendo esses índices maiores em casas de repouso. Tais dados variam entre estudos, instituições e países. As UP estão relacionadas com hospitalização prolongada, aumento do custo da assistência médico-hospitalar, complicações e aumento da mortalidade e podem servir como reservatórios para bactérias multirresistentes, levando a surtos epidêmicos de infecção hospitalar. * A bibliografia do artigo poderá ser solicitada pelo 1 Nutricionista, mestranda em Gerontologia Biomédica pela PUCRS, especialista em Nutrição Clínica pela UNISINOS, coordenadora científica da Aminofarma Suporte Nutricional, docente do curso de pós-graduação em Nutrição Clínica da UNISINOS,UNISC,INSTITUTO DE CARDIOLOGIA, NTR-Cursos de titulação pelo Cinc/Felanpe Fedarción Latino Americana de Nutrición Parental y Entereal, membro sócia da SBNPE, conselheira do CRN-2. 15

16 O Técnico em Nutrição e Dietética divide com o nutricionista a responsabilidade de promover, manter e recuperar a saúde humana através de atividades relacionadas à alimentação e à nutrição. Pode atuar nas Unidades de Alimentação e Nutrição, na Saúde Coletiva e nas Unidades de Nutrição e Dietética. A todos os Técnicos em Nutrição e Dietética a homenagem e o reconhecimento do CRN-2. Parabéns! 27/06 - Dia do Técnico em Nutrição e Dietética Foto: Clóvis de Souza Prates/HCPA