Onde é produzida a ocitocina e o ADH?

A mulher, quando em período gestacional e pós-gestacional, passa por uma série de alterações funcionais e fisiológicas, que garantem muitas das “características” fisiológicas que ela passa a apresentar. Por exemplo, durante a gestação, há um importante desenvolvimento das glândulas mamárias, e esse desenvolvimento é o que possibilita a amamentação no período puerperal.

Para que essa alteração, citada anteriormente, entre outras de suma importância a esses momentos da vida feminina, ocorra, alguns hormônios são produzidos e secretados, e então atuam no organismo da mulher, levando a essas alterações. Dentre esses hormônios, hoje falarei de dois deles, que são muito importantes e atuam muitas das vezes em conjunto, são eles a ocitocina e a prolactina.

A ocitocina é um hormônio produzido nos núcleos paraventricular e supra-óptico localizados no hipotálamo. Esse hormônio é transportado pelos axônios dos núcleos citados até a neuro-hipófise (porção posterior da hipófise). Esse transporte é realizado por associação com proteínas transportadoras chamadas de neurofisinas. Após chegar na neuro-hipófise, a ocitocina é armazenada. Quando há um estímulo, ocorre exocitose do hormônio, sendo, então, liberado para a corrente sanguínea, para então realizar suas ações. Mas você pode estar se perguntando, que estímulo é esse? Quais ações?

Para que a ocitocina seja liberada pela neuro-hipófise, estímulos específicos precisam existir. Dois estímulos são os protagonistas dessa liberação. O primeiro é a distensão do colo uterino, e o segundo é a sucção do mamilo. E você já vai entender a razão de serem estes os estímulos necessários, pois essa razão está relacionada à ação da ocitocina.

Ocitocina e o parto

Onde é produzida a ocitocina e o ADH?
Figura 1: Gestante

Durante a gestação, especialmente no final da mesma, há um aumento do número de receptores de ocitocina no miométrio (a camada de musculatura lisa uterina). Isso ocorre pois uma das ações da ocitocina é aumentar a contração da musculatura uterina, e, sendo assim, quando a mulher inicia o trabalho de parto, a ação da ocitocina é de suma importância. Sendo assim, quando se aproxima o momento do parto, ocorre uma distensão do colo uterino. Essa distensão do colo uterino é um dos estímulos para a secreção da ocitocina. Uma vez liberada, ela realiza o “seu papel”, aumentando a contração do miométrio, como já fora dito. Além disso, promove secreção de prostaglandinas que amolecem o colo uterino. E, além dessas ações desempenhadas pela própria ocitocina, ela também provoca alteração nos hormônios progesterona e estrogênio. Ao fim da gravidez, com o aumento do número de receptores de ocitocina no miométrio, aumentando, portanto, a ação da mesma, há também um aumento de estrogênio. A importância disso é que o estrogênio colabora com a ação da ocitocina, uma vez que estimula ainda mais o aumento dos receptores para ocitocina no miométrio, além de sensibilizar a musculatura a ação da ocitocina.

Ocitocina e o puerpério

Vimos acima um dos estímulos para liberação da ocitocina, e acredito que você já tenha entendido o porquê, não é mesmo!!? Mas ela não para por aí. A ocitocina possui um outro papel não menos importante, posterior ao de sua ação no parto. E esse papel é o de auxiliar na amamentação.

No período puerperal, a ocitocina tem como ação principal atuar nas glândulas mamárias. Mas não somente. Ela também atua no útero em tal período, que, por ação da ocitocina, sofre uma involução para retornar ao seu tamanho normal.

Após o parto, é comum e fundamental que a mulher amamente o bebê. A amamentação não envolve apenas a ocitocina, como veremos a frente, mas seu papel é indispensável. Na amamentação, o bebê realiza a sucção do mamilo, para assim “sugar” o leite. Esse ato de sucção é um estímulo fundamental para a secreção de ocitocina no puerpério. A glândula mamária é formada pelas células epiteliais, que realizam a produção do leite, e por células que promovem a ejeção do leite produzido. Essas células que promovem a ejeção do leite são conhecidas como células mioepiteliais e são elas que sofrem a ação da ocitocina. A ocitocina atua nas células mioepiteliais estimulando sua contração, e essa contração promove a ejeção do leite produzido pela glândula. Dessa forma, é de suma importância que haja o contato da mãe e do bebê o mais rápido possível, para que haja o estímulo, a ocitocina seja liberada pelos núcleos supraóptico e paraventricular, seja transportada até a neuro-hipófise, para ser então liberada na corrente sanguínea, para que aja nas células mioepiteliais das glândulas mamárias promovendo a ejeção.

Onde é produzida a ocitocina e o ADH?
Figura 2: Amamentação

Vimos como o leite é ejetado. Mas fica a grande questão: como o leite é produzido? E agora entra um outro hormônio indispensável para a produção do leite: a prolactina.

A prolactina é um hormônio de origem distinta da ocitocina. Produzida pela adeno-hipófise, que é a porção anterior da glândula, e capaz de realizar produção de hormônios. Assim como no caso da ocitocina, para que a prolactina seja produzida, estímulos específicos são necessários, e diferentes ações são desempenhadas pela prolactina, como veremos a seguir.

Prolactina e a gestação

Durante a gestação, há produção de prolactina. E você pode se perguntar: “por qual razão, se na gestação não há amamentação?” A prolactina não está envolvida apenas na produção de leite, ao contrário, diversas são as suas ações.

Após a formação da placenta, ocorre aumento dos níveis hormonais de progesterona e estrogênio, que auxiliam no desenvolvimento físico da mama. Além disso, esses hormônios citados anteriormente são um estimulo à produção de prolactina. Atuam no hipotálamo, estimulando a produção de PRH (Hormônio liberador de Prolactina), que, por sua vez, atua nas células lactotróficas da adeno-hipófise, que então produzem a prolactina. Porém, durante a gestação, a prolactina não atua produzindo leite, pois seu efeito lactogênico é inibido pela progesterona e pelo estrogênio. Então, durante a gestação, a prolactina possui efeito mamogênico, ou seja, atua auxiliando o desenvolvimento da mama.

Prolactina e puerpério

Com o parto, a placenta também é retirada, e com a saída da mesma, os níveis de progesterona e estrogênio reduzem. Com a redução de tais hormônios, não há inibição do efeito lactogênico da prolactina, mas perde-se também o estímulo para a produção de prolactina, certo?! O que acontece é que o estímulo para a produção passa a ser outro. Após o parto, como já disse, o bebê deve ser amamentado, e, assim como no caso da ocitocina, o estímulo à produção de prolactina no puerpério é a sucção do mamilo. O ato da sucção envia estímulos ao hipotálamo, e toda uma sequência de eventos acontecem, até que a prolactina seja liberada e vá, então, atuar nas células alveolares das glândulas mamárias, e então o leite é produzido, graças ao efeito lactogênico da prolactina.

Mas a amamentação não é o único efeito da prolactina. No período puerperal, os altos níveis de prolactina levam a redução dos níveis de hormônios gonadotrópicos (LH e FSH), e, com isso, a mulher passa por um período de redução da libido, amenorreia lactacional (a mulher não menstrua no período de lactação), e períodos anovulatórios (ou seja, redução da capacidade reprodutora por ausência de ovulação).

Vimos então a comunicação entre adeno-hipófise e neuro-hipófise no aleitamento pela prolactina e ocitocina.

Prolactina fora do período gravídico ou puerperal

Quando a mulher se encontra fora de uma gestação ou de um período de amamentação, os níveis de prolactina se mantêm baixíssimos. Isso ocorre, pois o hipotálamo libera a dopamina, que inibe as células lactotróficas a secretarem prolactina.

Nos homens o mesmo acontece. Há essa inibição pela dopamina mantendo baixos os níveis de prolactina, impedindo assim que haja produção de leite.

Porém, distúrbios podem ocorrer. Os prolactinomas, por exemplo, são tumores benignos que acometem a hipófise e levam ao aumento indevido de prolactina. Com isso, tanto a mulher fora do período gravídico ou de amamentação, quanto o homem que tenham prolactinoma, podem apresentar sintomas como galactorreia (produção de leite fora do período de lactação), redução das gonadotrofinas, redução da libido, infertilidade, amenorreia (nas mulheres) e ginecomastia (nos homens).

Onde é produzido o ADH e ocitocina?

A neuroipófise é considerada uma expansão do hipotálamo. Ela armazena e secreta dois hormônios: ocitocina ou oxitocina e ADH (hormônio antidiurético), também chamado de vasopressina.

Onde é produzida a ocitocina?

A ocitocina é um hormônio produzido pelo hipotálamo e liberado a partir da neuro-hipófise.

Onde é produzido o hormônio ADH?

O hormônio antidiurético (ADH) é produzido pelo hipotálamo e secretado pela neuro-hipófise. Esse hormônio é um polipeptídeo que apresenta nove aminoácidos e atua, principalmente, nos rins, nos quais proporciona uma maior reabsorção de água.

Quem produz a ocitocina e o ADH qual a função de cada um deles?

Produz ocitocina e hormônio antidiurético, dois hormônios que são liberados pela neuro-hipófise. O hormônio antidiurético atua na reabsorção de água. A ocitocina atua na contração do útero no momento do parto e secreção de leite pelas glândulas mamárias.