Por que a expectativa de vida das mulheres é maior do que a dos homens?

Por que a expectativa de vida das mulheres é maior do que a dos homens?
(foto: Freepik)

O Dia Internacional da Mulher chama a atenção para as muitas habilidades femininas. Seja como chefe de família, diretora em uma grande empresa, mãe em tempo integral ou assumindo múltiplas funções, as mulheres mostram que estão cada vez mais a frente do seu tempo. A expectativa de vida do brasileiro aumentou de 76,3 anos para 76,6 de acordo com os últimos dados do IBGE. Vários fatores estão relacionados a este aumento, como a condição sócio econômica, acesso à saúde, saneamento básico, educação, etc. Mas outro dado que chamou a atenção é a diferença entre a expectativa de vida da mulher e do homem. Elas vivem cerca de 7 anos a mais e a expectativa de vida passou de 79,9 para 80,1 anos para as mulheres. Já para os homens, o aumento foi de 72,8 anos para 73,1 anos.

De acordo com o cardiologista Augusto Vilela, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, alguns fatores explicam esta diferença. "As mulheres têm uma tendência maior a cuidar da saúde, estão mais atentas aos sinais do corpo e por se cuidarem mais; as ações preventivas naturalmente impactam na expectativa de vida delas. A grande maioria dos homens busca por ajuda médica somente quando apresenta algum sintoma de que a saúde não vai bem. As próprias campanhas de prevenção e combate a determinadas doenças são mais voltadas para as mulheres justamente por elas terem este cuidado maior. Mas este é um comportamento cultural que precisa ser mudado, pois a saúde é um bem precioso na vida de todos, seja homem ou mulher", afirma o médico.

Consultas periódicas, exames regulares e alimentação saudável deveriam fazer parte da vida de todas as pessoas, mas a rotina agitada e a falta de tempo fazem com que estes cuidados não sejam prioridade, ficando sempre para segundo plano. "Muitas doenças que acometem os homens a hipertensão, poderiam ter um diagnóstico precoce se o cuidado com a saúde fosse mais intensificado. A prevenção de uma doença, como esta, é feita através de exames regulares e a eficácia no tratamento está diretamente relacionada ao diagnóstico precoce", comenta o especialista.

Cuidar da saúde desde cedo é o segredo para ter uma velhice com qualidade e disposição. "Manter bons hábitos de vida, está relacionado aos cuidados com a alimentação, prática de atividades físicas e acompanhamento médico de tempos em tempos. Tanto os homens quanto as mulheres precisam cuidar da saúde de maneira geral, sem esquecer dos cuidados específicos para a saúde feminina e masculina. Ir ao médico e realizar exames periódicos é parte fundamental nos cuidados com a saúde do paciente. A expectativa de vida de uma pessoa está diretamente relacionada com seus hábitos e cuidar da saúde é um dos pilares da uma vida longeva", finaliza Augusto Vilela.

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Gatos, cães, humanos... Qualquer que seja a espécie, as fêmeas geralmente vivem mais. Mas não é uma questão de sexo, mas de cromossomos.

Gatos, cães, macacos, humanos... Quaisquer que sejam as espécies, no reino dos mamíferos, as fêmeas tendem a viver mais do que os machos.

No caso dos pássaros, a situação é inversa. Mas por quê?

Um grupo de pesquisadores australianos afirma ter decifrado o mistério: não se trata de sexo, mas de cromossomos.

De acordo com um estudo publicado na quarta-feira pela revista científica Biology Letters, ter duas cópias do mesmo cromossomo está associada a uma vida útil mais longa, sugerindo que a segunda cópia ofereceria um tipo de efeito protetor.

Todas as células contêm cromossomos que carregam longos fragmentos de DNA. Na maioria das espécies, os machos têm um cromossomo sexual menor que as fêmeas: os machos têm um cromossomo X e um cromossomo Y, enquanto as fêmeas têm dois X.

"O sexo com o menor cromossomo realmente tende a morrer antes, em uma ampla gama de espécies", explica Zoe Xirocostas, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de New South Wales, na Austrália.

Em aves, os machos vivem em média mais tempo, mas isso ocorre porque eles têm dois cromossomos Z, enquanto as fêmeas têm um cromossomo Z e um W.

229 espécies estudadas

Os resultados do estudo mostraram que pessoas com dois cromossomos do mesmo sexo vivem em média 17,6% a mais do que aquelas com dois cromossomos diferentes ou com apenas um.

Segundo os pesquisadores, essas descobertas representam "uma etapa crucial na descoberta dos mecanismos subjacentes que afetam a longevidade" e podem abrir o caminho para encontrar "maneiras de prolongar a vida".

"Podemos esperar mais respostas ao longo de nossas vidas", dizem.

A equipe comparou dados sobre cromossomos sexuais e expectativa de vida em 229 espécies de animais, incluindo mamíferos, pássaros, peixes e até insetos.

As espécies hermafroditas e aquelas cujo sexo é influenciado por condições ambientais, como a tartaruga verde (Chelonia mydas), não foram levadas em consideração.

Por que a expectativa de vida das mulheres é maior do que a dos homens?

Se uma mulher herda um gene anormal no cromossomo X, ela tem uma cópia de segurança. Mas não é o caso dos homens, o que os torna mais propensos a sofrer de doenças genéticas

Imagem: Getty Images via BBC

'Uma cópia de segurança'

Os seres humanos têm 23 pares de cromossomos. O par 23 é conhecido como cromossomo sexual porque é ele que determina o sexo.

Mas se uma mulher herda um gene anormal no cromossomo X de um dos pais, ela tem uma "cópia de segurança".

"Se você possui uma cópia funcional de um gene, seu corpo a utiliza automaticamente, cancelando a que não funciona", diz Xirocostas.

Por outro lado, os homens não têm esse "cópia de segurança".

Portanto, se os homens herdarem um gene anormal no cromossomo sexual, estarão mais expostos a doenças genéticas que podem afetar sua expectativa de vida.

Maior expectativa de vida

As mulheres vivem mais que os homens em todos os países do mundo.

Segundo dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em abril do ano passado, as mulheres vivem pelo menos 1,4 anos a mais que os homens, embora existam regiões em que essa diferença supere 3 anos.

Em alguns países da América Latina, essa diferença é ainda maior.

No México, por exemplo, a expectativa de vida de um homem ao nascer é de 74 anos, enquanto as mulheres podem viver 79,2. No Brasil, a diferença se repete. Segundo o IBGE, a expectativa de vida das mulheres é de 79,9 anos - já a dos homens é de 72,8 anos.

Os números também apontam que as pessoas de países de baixa renda vivem 18 anos a menos, em média, do que aquelas que residem em países mais ricos.

Por exemplo, de acordo com dados da OMS, na Austrália não apenas se vive mais, mas a diferença entre homens e mulheres é menor. Os australianos têm uma expectativa de vida de 81 anos, enquanto as mulheres do país geralmente vivem até 84,8.

Outros fatores também influenciam

Xirocostas explica que, embora este estudo sugira que a ausência de um cromossomo X possa ser um fator genético que pode influenciar a longevidade, existem outros fatores externos que podem interferir de diferentes maneiras, como "comportamentos de risco e acesso à saúde e à nutrição de qualidade".

A pesquisadora ressalta que as diferenças genéticas são uma causa parcial da discrepância na expectativa de vida entre homens e mulheres, pois os homens também tendem a práticas que diminuem sua vida útil, como fumar mais e procurar atendimento médico com menos frequência do que as mulheres.

Steven Austad, especialista em envelhecimento da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, que não participou do estudo, classificou-o como promissor.

"Ele desempenha um papel na compreensão das diferenças sexuais quando se fala em longevidade", disse Austad ao jornal britânico The Guardian.

No entanto, o especialista considera importante ressaltar, assim como o autor do estudo, que a expectativa de vida não depende apenas dos cromossomos sexuais. "Há uma tendência geral, mas com inúmeras exceções", conclui.