A Urbanização no Brasil intensificou-se ao longo do século XX, ocorrendo muito em virtude da industrialização do país – que se manifestou de maneira tardia – e também pela mecanização do campo, que ocasionou o chamado êxodo rural ou migração campo-cidade. Show Uma das características desse processo é que, além de ocorrer de forma acelerada, foi também extremamente concentrador, ou seja, ocorreu através do inchaço de algumas poucas cidades – a maioria localizada na região Sudeste do país. Como resultado dessa lógica, tivemos no Brasil a formação das metrópoles, grandes cidades com mais de 1 milhão de habitantes e que concentram boa parte dos serviços, empregos e infraestruturas, fenômeno que passou a ser chamado de metropolização. As duas primeiras metrópoles no país foram São Paulo e Rio de Janeiro, refletindo a concentração industrial, econômica e urbana da região do Sudeste brasileiro que marcou a história do desenvolvimento nacional. Em seguida, outras cidades do mesmo tipo emergiram, como Belo Horizonte, Recife e Salvador. Essas cidades, além de concentrarem as principais fontes de capital, também compuseram em torno de si complexas aglomerações populacionais, envolvendo várias cidades-satélites ao seu redor. A partir da década de 1970, tais formações receberam o nome de Regiões Metropolitanas, que além de integrarem espacialmente um conjunto de cidades a partir de uma metrópole, também passaram a se “fundir” espacialmente, naquilo que se conhece por conurbação, ou seja, duas ou mais cidades formando um mesmo espaço urbano. Atualmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reconhece um total de 26 regiões metropolitanas no país, que reúnem mais de 75 milhões de habitantes, o que representa mais de 40% da população brasileira.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Observando o gráfico, podemos notar que São Paulo e Rio de Janeiro são as duas únicas megacidades do Brasil (cidades com mais de 10 milhões de habitantes). A intensificação da concentração populacional e econômica na região Sudeste revelou-se tão intensa que foi responsável pela formação da primeira – e, por enquanto, única – megalópole brasileira, envolvendo a região que abrange essas duas cidades em conjunto com Campinas e a Baixada Santista. A desmetropolização do Brasil Atualmente, encontra-se em curso no Brasil o processo de desmetropolização, que é a diminuição do crescimento das metrópoles em benefício das cidades menores, sobretudo as cidades médias. Esse fenômeno está acompanhado da desconcentração industrial, em que as grandes empresas e fábricas – antes concentradas nos grandes centros urbanos – passam a se deslocar para cidades menores em busca, principalmente, de menores impostos (ou até a isenção de boa parte deles). Mas vale lembrar que esse processo é lento e gradual, de modo que é errôneo dizer que as grandes cidades não são mais industrializadas. Mas isso não significa que as grandes cidades estejam diminuindo o seu tamanho populacional, mas apenas recebendo menos migrantes e crescendo demograficamente em uma velocidade muito menor. Além disso, no lugar das grandes fábricas, as principais metrópoles passam a se especializar em serviços do setor terciário e em abrigar centros administrativos e tecnológicos. Portanto, em vez de perder a importância, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro vêm se transformando em verdadeiros centros de poder, modernizando-se em uma velocidade maior do que o restante do país. ________________________ ¹ Dados do gráfico: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p.147. Megalópole é um termo elaborado para designar uma região ou área superurbanizada, que congrega em torno de si uma articulação entre metrópoles, regiões metropolitanas e pequenas cidades, concentrando boa parte da população e dos serviços de um país. A expressão foi criada em 1960 pelo geógrafo francês Jean Gottmann (1915-1994) para classificar a região dos Estados Unidos que envolvia as cidades de Boston, Washington D. C. e Nova York. É importante compreender que o conceito de megalópole não envolve somente o espaço de uma cidade ou sua população ou até a interligação urbana de uma região metropolitana. Em outros conceitos, como o de metrópole, encontramos designações mais específicas voltadas para o grau de complexidade ou a quantidade populacional urbanos. Porém, no termo “megalópole”, há o envolvimento de uma região ou área que abrange não tão somente várias grandes cidades, mas uma complexa ligação econômica, social e cultural, complexidade essa responsável por constituir uma densa rede urbana. O termo megalópole costuma ser confundido com o conceito de megacidade. No entanto, essas expressões designam questões totalmente distintas, haja vista que a segunda faz referência a uma cidade com mais de 10 milhões de habitantes. No Brasil, existe uma megalópole envolvendo uma grande área que vai da Grande São Paulo a Grande Rio de Janeiro, perpassando pelas regiões da Baixada Santista e do Vale do Paraíba. Trata-se de uma área densamente urbanizada e industrializada que, apesar de envolver apenas 0,5% do território nacional, concentra 23% da população e boa parte das riquezas produzidas pelo país. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Só nos Estados Unidos existem três megalópoles, mas é no Japão que se encontra a maior delas. Ela estende-se de Tóquio até a cidade de Kitakyushu, envolvendo também a metrópole de Osaka. Essa megalópole abriga mais de 80% da população japonesa e cerca de 85% das indústrias do país, formando um dos centros mais densamente urbanizados de todo o planeta. É importante lembrar, porém, que essas áreas não são constituídas apenas por atividades e práticas urbanas. Há também espaços rurais, com atividades agropecuárias intensivas, geralmente constituídas por tecnologias avançadas e um intenso processo de mecanização, naquilo que se denomina por agroindústria. As megalópoles podem ser consideradas como a expressão espacial mais flagrante do processo de globalização e difusão da Revolução Técnico-científica Informacional, revelando como as técnicas e as tecnologias contribuem para transformar as ações humanas no processo de produção do espaço geográfico.
Como é a formação da megalópole brasileira?As megalópoles são regiões de ampla aglomeração populacional, formadas pelo agrupamento de grandes regiões metropolitanas, que se interligam não fisicamente, mas por um eficiente sistema de transporte e comunicação.
Como que se dá à formação de uma megalópole?As megalópoles são formadas pela junção de várias metrópoles. O termo megalópole se aplica há um conjunto de regiões metropolitanas, cujo crescimento urbano acelerado leva o contato da área de influência de umas com as outras.
Por que podemos afirmar que a megalópole?Na verdade, uma megalópole só existe quando há um eixo socioespacial e populacional que envolve duas ou mais metrópoles, geralmente de nível internacional, formando uma urbanização semicontínua interligada por cidades de médio e pequeno porte. Um exemplo de megalópole é o eixo Rio-São Paulo.
Tem megalópole no Brasil?No Brasil, existe uma megalópole envolvendo uma grande área que vai da Grande São Paulo a Grande Rio de Janeiro, perpassando pelas regiões da Baixada Santista e do Vale do Paraíba.
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