Quais são as áreas de atuacao da epidemiologia?

Quais são as áreas de atuação da epidemiologia?

Distingue-se e aceita-se, desde a década de 1980, ao menos quatro grandes áreas de aplicação e uso da epidemiologia nos serviços de saúde: 1) vigilância em Saúde Pública (ou epidemiológica); 2) análise da situação de saúde; 3) identificação de perfis e fatores de risco; e 4) avaliação epidemiológica de serviços.

Qual a estrutura da epidemiologia?

Português: Estrutura epidemiológica é uma representação sistêmica dos elementos envolvidos no processo saúde - doença, os fatores relacionados ao agente etiológico, ao (humano) susceptível e ao ambiente que atua como o fulcro de uma balança favorecendo a manifestação patológica do agente ou resistência à doença.

O que é uma cadeia de infecção?

Cadeia epidemiológica (ou Cadeia de Transmissão, ou Cadeia de infecção) representa um conjunto de elementos (fonte de infecção, via de eliminação, via de transmissão, porta de entrada, susceptível) relacionados, que demonstra o processo de propagação de doenças transmissíveis em populações animais.

Como funciona a cadeia de infecção?

Para que ocorram infecções parasitárias é fundamental que haja elementos básicos expostos e adaptados às condições do meio. Os elementos básicos da cadeia de transmissão das infecções parasitárias são o hospedeiro, o agente infeccioso e o meio ambiente.

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RAMOS, Francisco Lúzio de Paula et al. As contribuições da epidemiologia social para a pesquisa clínica em doenças infecciosas. Revista Pan-Amazônica de Saúde, Ananindeua, v. 7, n. esp., p. 221-229, dez. 2016. Disponível em Scielo

No âmbito da promoção da saúde, a epidemiologia exerce importante papel ao se preocupar não apenas com o controle de doenças e de seus vetores, mas, sobretudo, com a melhoria da saúde da população. Os estudos que privilegiam temáticas da saúde pública, em geral, estão frequentemente interessados em investigar o modo pelo qual as condições sociais influenciam e determinam o processo saúde-doença das populações, o que tem gerado uma forte articulação entre a epidemiologia e as ciências sociais. É assim que se constrói um ramo epidemiológico denominado por alguns estudiosos como epidemiologia social. A epidemiologia social tem como foco principal o estudo do modo pelo qual a sociedade e os diferentes modos de organização social influenciam a saúde e o bem-estar dos indivíduos e dos grupos sociais, possibilitando a incorporação de suas experiências societárias, para a melhor compreensão de como, onde e porque se dão as desigualdades na saúde. O presente artigo de revisão realiza uma discussão que pretende indicar as contribuições que a abordagem da epidemiologia social pode trazer para os estudos realizados pela pesquisa clínica em doenças infecciosas, de modo a se desenvolver um olhar mais amplo sobre o paciente em conjunto com o seu sistema de relações e de produção do adoecimento e da recuperação da saúde.

Epidemiologia é uma disciplina básica da Saúde Pública voltada para a compreensão do processo saúde-doença no âmbito de populações, aspecto que a diferencia da clínica, que tem por objetivo o estudo desse mesmo processo, mas em termos individuais.

Como ciência, a Epidemiologia fundamenta-se no raciocínio causal; já como disciplina da Saúde Pública, preocupa-se com o desenvolvimento de estratégias para as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da comunidade.

A Epidemiologia constitui também instrumento para o desenvolvimento de políticas no setor da saúde. Sua aplicação neste caso deve levar em conta o conhecimento disponível, adequando-o às realidades locais. Epidemiologia ― é a ciência que estuda a distribuição e os determinantes dos problemas de saúde (fenômenos e processos associados) em populações humanas. É a ciência básica para a Saúde Pública, principal ciência de informação de saúde. Estuda a saúde, mas na prática, principalmente pela ausência de saúde sob as formas de doenças e agravos, estes últimos, definidos pelo diagnóstico clínico. Seu objeto são as relações de ocorrência de saúde-doença em massa (sociedades, coletividades, comunidades, classes sociais, grupos específicos, etc.). As relações são referidas e analisadas mediante o conceito de risco.

A Epidemiologia, no seu conjunto, mobiliza as suas três áreas de atividade clássicas, visando a produção de conhecimento sobre as populações: a descrição de fenômenos, a análise dos contrastes entre grupos (explicação das relações entre presumíveis fatores e efeitos — por comparação) e a previsão de futuras ocorrências de saúde, ou prospectiva (através de modelos, frequentemente estatísticos, que convertem tendências e explicações em cenários). O seu caminho estratégico em relação às doenças na população é, assim, uma sequência de descrever, explicar, predizer e controlar fenômenos de saúde. E o conhecimento da história natural da doença traduz-se em objetivos coerentes de ação no quadro dos níveis clássicos de prevenção.

A análise das causas de doenças no âmbito epidemiológico fundamentou-se na elaboração de modelos explicativos. Os modelos explicativos em Epidemiologia mais utilizados são:

Modelo Biomédico – Onde temos mais claramente a saúde como ausência de doença e esta como desajuste ou falha orgânica ocasionada na reação a um estímulo cujo organismo está exposto. Quanto à etiopatogenia, as doenças podem ser: infecciosas ou não infecciosas e conforme sua duração, agudas ou crônicas.

Modelo Processual – Apropria-se do conceito de processo saúde-doença ou história natural da doença. Este objetiva dar sentido a diferentes métodos de prevenção e controle dos problemas de saúde. Abrange a ocorrência das doenças em 2 domínios: o meio externo onde atuam determinantes e agentes e o meio interno onde se desenvolve a doença. No externo atuariam os fatores de natureza física, biológica, política e sócio-cultural. No interno se processariam as mudanças bioquímicas, fisiológicas e histológicas e atuariam os fatores hereditários, congênitos, as alterações orgânicas consequentes de enfermidades anteriores e outros.

Modelo Sistêmico – Sistema é um conjunto de elementos de tal forma relacionados que uma mudança de qualquer elemento provoca mudança no estado dos demais elementos, e quando envolve seres vivos costuma ser designado de ecossistema. Este conceito tem sido útil como forma de entender e analisar o processo saúde-doença. A estrutura geral de um dado problema de saúde constitui funcionalmente um sistema epidemiológico em equilíbrio dinâmico. Cada vez que um de seus componentes sofre alguma alteração, esta repercute e atinge as demais partes, num processo em que o sistema busca novo equilíbrio.

Sistema Epidemiológico – é o conjunto formado por agente, suscetível e pelo meio ambiente, dotado de uma organização interna que regula as interações determinantes da produção de doença, juntamente com os fatores vinculados a cada um dos elementos do sistema. Os componentes deste sistema a serem considerados podem pertencer ao ambiente, ao agente patogênico ou ao suscetível.

Sistema epidemiológico-social – é formado por ambiente, população, economia e cultura. A qualidade e dinâmica deste conjunto, incluindo o modo e as relações de produção, o tipo de desenvolvimento econômico, velocidade de industrialização, as desigualdades socioeconômicas, a concentração de poder, a participação comunitária, a responsabilidade individual e coletiva são essenciais na determinação do processo saúde-doença.

Nesse sentido, a Epidemiologia é aplicada no mínimo em quatro áreas distintas:
1. Vigilância em Saúde Pública ou Vigilância Epidemiológica;
2. Análise da situação de saúde;
3. Identificação dos perfis e fatores de risco;
4. Avaliação epidemiológica dos serviços.

A Epidemiologia e a Saúde Pública, quando trabalhadas em conjunto, possibilita alcançar o conhecimento sobre o modo como uma doença se origina, realizar o controle na população, e até mesmo evitar a sua ocorrência.

A Epidemiologia oferece à Saúde Pública explicações para os problemas de saúde das populações, o que permite à Saúde Pública, saber como e quando agir, através de intervenções adequadas e resolutivas.

São complexas as relações entre a Epidemiologia e a Saúde Pública, que exige a inserção de novas tecnologias e maior complexidade, para acompanhar todas as doenças que sejam necessárias.

A Saúde Pública visa proporcionar o melhor nível de saúde ao maior número de pessoas, com o melhor desempenho econômico possível nas suas ações. Nesse sentido, analisa a saúde e os fenômenos a ela relacionados, implementando intervenções e mobilizando os recursos da comunidade de forma integrada, para o alcance dos seus objetivos.

A Epidemiologia, por sua vez, orienta-se para a produção e a gestão de conhecimento, agindo como olhos, inteligência e linguagem da primeira, ao lado de outros contributos disciplinares igualmente relevantes, como os da Sociologia, da Estatística e da Medicina.

Assim, a Epidemiologia estuda as manifestações de doença e de saúde, bem como os seus determinantes, nas populações e em grupos, através do modo como se distribuem nestes; mas atualmente, a sua definição inclui também a aplicação do conhecimento obtido, no controle das doenças e na proteção e promoção da saúde das populações. Este segundo componente viabiliza e condiciona a sua relação funcional com a Saúde Pública, nos dois sentidos, recebendo dela oportunidades de investigação e desafios para mais, ou melhor, conhecimento.

A Epidemiologia permite ainda a avaliação da eficácia das intervenções realizadas no âmbito da Saúde Pública, contribuindo assim, para a melhoria das condições de saúde dos grupos populacionais.

Autora: Amália Ivine.


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Quais são as 3 áreas de estudo da epidemiologia?

A epidemiologia congrega métodos e técnicas de três áreas principais de conhecimento: Estatística, Ciências da Saúde e Ciências Sociais.

Quais são os tipos de epidemiologia?

Quais os Tipos de Estudos Epidemiológicos?.
Estudos Descritivos. ... .
Estudos Analíticos. ... .
Estudos Ecológicos. ... .
Estudos Seccionais. ... .
Estudos Caso-Controle. ... .
Estudos de Coorte..

Quais são os dois ramos da epidemiologia?

Os estudos epidemiológicos podem ser classificados em observacionais e experimentais.

Qual a função da epidemiologia na área da saúde?

No âmbito da promoção da saúde, a epidemiologia exerce importante papel ao se preocupar não apenas com o controle de doenças e de seus vetores, mas, sobretudo, com a melhoria da saúde da população.