Quais são as gestantes de alto risco?

1) O que é e como se define uma gravidez de alto risco? Quais são os reais riscos para a mãe e o bebê nesse caso?

A gravidez é chamada “de alto risco” quando a gestante ou o concepto/bebê apresentam alguma doença que aumentam as chances de evolução desfavorável da gravidez.

Algumas mulheres sabem de seu alto risco mesmo antes de engravidar, são mulheres com doenças crônicas como: hipertensão, diabetes, cardiopatia, doenças renais, doenças auto-imunes, tabaquistas, alcoolistas, usuárias de drogas, entre outras.

Mas alguns agravos de saúde podem se instalar já durante a gestação de uma mulher previamente saudável, descobertas durante o pré natal e é por isso que, mesmo gestantes de “baixo risco”devem fazer rigoroso acompanhamento médico durante toda a gravidez.

Os “riscos”ou complicações possíveis da evolução desfavorável da gravidez são muito variados: baixo ou alto peso ao nascer, parto prematuro, falência placentária, infecção neonatal, entre outros. Mas não se assuste, o adequado acompanhamento pré natal pode minimizar os riscos e culminar com um nascimento saudável! Procure seu médico!

2) Qual é a diferença entre gases e cólicas na gestação? Como faço para aliviar os dois incômodos?

Tanto útero como intestino sofrem grandes variações durante a gestação. O útero multiplica de volume rapidamente desde o início da gestação, acumula líquidos e pode causar cólicas e desconforto em baixo vente e vagina. O intestino torna-se vagaroso devido a mudanças hormonais e também a mudanças de hábitos de vida da gestante, que muitas vezes diminui o ritmo de atividade física e a ingestão de verduras e legumes crus fora de casa para evitar risco de toxoplasmose.

Cólicas e gases, portanto, são comuns na gestação mas, na maioria dos casos, não representam qualquer risco.
Gases devem melhorar após o funcionamento intestinal ou mesmo após a liberação dos gases, que pode ser estimulada com exercícios físicos leves e de moderada intensidade e com medicação anti gases.
Cólicas podem melhorar com repouso e medicações específicas, e também não devem gerar preocupações quando de leve intensidade.

Mas lembre-se sempre, em caso de dúvida ou maior incômodo, procure seu médico!

22 mar 2022

O Ministério da Saúde lançou a 6ª edição do Manual de Gestação de Alto Risco. A mortalidade materna ainda é um grande desafio para a saúde das mulheres no Brasil. Com uma predileção especial para acometer mulheres em situações mais vulneráveis, o óbito materno vai além das questões ligadas ao acesso ao pré-natal, a assistência ao parto seguro e cuidado puerperal apropriado. Ela diz respeito também às fragilidades do planejamento reprodutivo, aos vazios sanitários do país e a um sistema de referência e contrarreferência eficientes para atender os casos mais graves.

A publicação, voltada para profissionais de saúde de toda a Rede, aborda os principais aspectos da saúde da mulher no pré-natal de alto risco, incluindo:

  • Condições patológicas inerentes à gestação;
  • Doenças infecciosas na gestação;
  • Condições frequentes de morbidade materna que influenciam o risco gestacional;
  • Medicina fetal na gestação de alto risco; e
  • Desfecho não espontâneo da gravidez.

Confira abaixo a versão preliminar divulgada este mês.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Gestação de Alto Risco [recurso eletrônico] / High-risk pregnancy manual. 1ª edição – 2022 – versão preliminar. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Link para o arquivo.

Na maioria das vezes, a gravidez de alto risco está relacionada apenas a um maior cuidado em pacientes que possuem doenças cada vez mais comuns entre as mulheres.

Para entender por que a classificação existe, quais são as causas mais frequentes e o que muda na vida das gestantes de alto risco, conversamos com a Ginecologista e Obstetra Daniele Gattás. Confira!

“Uma gestação de alto risco significa que existe algum fator considerado de risco que pode complicar a gestação e trazer um desfecho negativo, tanto para o bebê como para a mãe”, explica a Obstetra. “Por isso, o pré-natal bem-feito é a melhor forma de identificar esse tipo de gravidez.”

Dra. Daniele dá um exemplo muito comum: “Uma paciente que já é hipertensa antes de engravidar tem maior chance de ter complicações da hipertensão, como uma pré-eclâmpsia, um descolamento de placenta ou um parto prematuro. Isso a torna uma paciente de alto risco”, diz.

O que acontece após receber essa classificação?

Ao ser identificada como uma grávida de alto risco, a paciente é encaminhada para um pré-natal específico, para que receba um cuidado maior e individualizado de acordo com a sua doença. 

“As visitas no pré-natal de alto risco deixam de ser mensais e passam a ser quinzenais ou até semanais, a depender da doença da paciente. Ela também precisa fazer alguns exames que a paciente de risco habitual não necessita”, explica.

“Na verdade, o objetivo no pré-natal de alto risco é justamente ter uma maior vigilância para detectar precocemente qualquer agravamento ou alteração da doença”, conta.

Principais causas da gravidez de alto risco

Existem vários fatores que podem levar a uma classificação de alto risco na gravidez. Ela pode ser causada tanto por doenças maternas prévias ou gestacionais como por alterações no desenvolvimento do bebê.

Dentre as comorbidades da mãe, a médica destaca que a obesidade, a hipertensão e a diabetes estão entre as mais comuns nas gestações de risco. Essas doenças podem tanto ser preexistentes como podem surgir durante a gravidez.

Uma gravidez de risco habitual pode tornar-se uma gestação de alto risco?

Dra. Daniele aponta que os grandes vilões de uma gravidez considerada de risco habitual são o sedentarismo e a má alimentação, fatores que estão por trás da maioria dos casos de gravidez com alto risco. “Essa paciente tem mais predisposição para desenvolver diabetes e hipertensão na gestação e assim acabar integrando o grupo de risco”, alerta.

A idade da mãe também pode ser um fator de risco. “A gestação tanto na adolescência como em pacientes acima dos 35 anos tem um risco maior de complicações. Isso porque há doenças que vêm com a idade, como a hipertensão e a diabetes”, conta.

Além das comorbidades mais comuns, existem outras doenças prévias que também são indicações para o alto risco e devem ser mapeadas no pré-natal. É o caso de doenças da tireoide, cardiopatias, lúpus e trombofilia, entre outras. 

Quando uma gestação sai do risco habitual e se torna de alto risco?

A gestação pode passar a ser de alto risco quando há alguma ocorrência ou alteração nos exames da mãe ou do bebê, seja no início ou no final da gravidez. Muitas vezes, essas descobertas surgem após a realização de exames como a glicemia em jejum, o aferição da pressão ou um ultrassom.

“Quando o pré-natalista realiza um ultrassom e vê alguma malformação, ele vai encaminhar para um hospital que tenha uma assistência de medicina fetal para poder oferecer um acompanhamento melhor para esse bebê”, conta a médica. Nesse caso, é o bebê que precisa de mais atenção.

Além disso, outros fatores próprios da gestação podem levar a um pré-natal de alto risco, como gravidez de gêmeos, placenta prévia ou líquido amniótico diminuído. 

Na gravidez de alto risco é necessário o repouso absoluto?

Segundo a médica, isso depende da doença que a grávida apresenta, mas na maioria dos casos ela pode seguir com suas atividades normais e inclusive trabalhar.

“Por exemplo, se uma paciente que tem diabetes gestacional ou hipertensão estiver compensada, ela não precisa se afastar do trabalho. Claro que existem as pacientes hipertensas que se estressam no trabalho e fazem muito pico, e às vezes a gente tem que afastar, mas não é geral”, conta.

Por outro lado, existem casos em que esse afastamento é necessário, como no trabalho de parto prematuro, em que a grávida pode ter o bebê a qualquer momento. 

O mesmo vale para sexo na gravidez: tudo depende da avaliação do obstetra. “Algumas doenças, como placenta prévia, trabalho de parto prematuro ou alterações de colo de útero, impedem que a paciente tenha relação sexual. Mas se ela tem hipertensão, diabetes ou obesidade, ela não precisa ter a vida sexual suspensa”, exemplifica.

Todo sangramento indica uma gravidez de alto risco?

Essa dúvida só pode ser esclarecida após um exame médico, que deve ser feito o quanto antes.

“Ter um sangramento na gravidez não é normal. Isso porque ele pode ter sido só um sangramento pós-coito, que não é preocupante, mas também pode ser algo mais grave, como a placenta prévia. Por isso, a paciente precisa procurar a urgência e, a depender do diagnóstico, ela será colocada como uma gestação de alto risco ou não”, diz.

Para que a gravidez de alto risco tenha um bom desfecho, é muito importante que ela seja identificada o mais cedo possível. Portanto, compartilhe esta matéria nas redes sociais e faça com que esta informação chegue ao maior número possível de gestantes!

Quais são as gestantes consideradas de alto risco?

Gestação de Alto Risco.
Idade maior que 35 anos;.
Idade menor que 15 anos ou menarca há menos de 2 anos;.
Altura menor que 1,45m;.
Peso pré-gestacional menor que 45kg e maior que 75kg;.
Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos;.
Situação conjugal insegura;.
Conflitos familiares;.
Baixa escolaridade;.

Quais os 3 fatores de risco da gestação de alto risco?

Distúrbios presentes antes da gravidez.
Hipertensão arterial. Hipertensão gestacional... ... .
Diabetes. leia mais..
Doenças renais. Geralmente, as doenças renais apenas pioram em gestantes com hipertensão arterial mal controlada. ... .
Infecções renais. ... .
Insuficiência cardíaca. ... .
Anemia falciforme. ... .
Infecções sexualmente transmissíveis..

O que significa uma gravidez de alto risco?

Um pré-natal de alto risco se refere ao acompanhamento que será feito com uma gestante que tem uma doença prévia ou durante a sua gravidez, que sugere que essa seja uma gravidez de risco.