Qual a importância do material concreto na aprendizagem?

    Ao refletir sobre a função do professor na atualidade, deparamo-nos com a dificulade de combinar os muitos fatores que dizem respeito à formação humana.   

    Hoje as dificuldades encontradas pelo professor e alunos no processo de ensino da matemática são muitas. Por um lado, o aluno não consegue entender a matemática que a escola lhe ensina, por outro lado, o  professor tem dificulade de ensinar a matemática não tendo resultados satisfatórios com seus alunos. Assim o professor tem cada vez mais dificuldades de repensar no seu fazer pedagógico, com isso ele participa mais de conferências, encontros ou cursos.

     Em função de esse fazer pedagógico procuramos discutir os dilenas da função docente hoje, buscando próprio professor  e no seu processo de produção os sentidos da mudança. Partimos de uma reflexão sobre a natureza do trabalho pedagógico, para não perder de vista os objetos educacionais que lhes são próprios. Assim estamos detectando as dificuldades enfrentadas pelo professor, quando entra em uma sala de aula e percebe que para ensinar matemática ele tem que ir mais longe do que o quadro e o giz que a escola dispõe.

    Precisamos analisar mais profundamente as características das inserções contextuais e práticas pedagógicas do professor no âmbito de suas mediações sociais no processo de ensino-aprendizagem da matemática, procurando compreender novos e diferentes elementos da vida do professor e as relações em potencial, para assim ampliarmos nossa compreensão sobre o que ocorre nas salas de aula, e como os alunos apreendem determinados conceitos e habilidades em qualquer área do conhecimento.

    Porém precisamos nos conscientizar de que devemos nos atualizar para podermos trabalhar em uma sala de aula, onde os alunos querem apreender matemática de uma “forma diferente”, seja por jogos, sólidos ou até computadores. Mas o professor tem que ter muito cuidado com essa “forma diferente” de ensinar à matemática, pois nem sempre ele tem clareza das razões fundamentais pelas quais os materiais ou jogos são importantes para o ensino-aprendizagem da matemática.

    Conversando informalmente com professores especialmente de matemática já formados, pudemos perceber que os mesmos utilizam materiais concretos em suas aulas sem se quer saber para que servem, e onde estes vão ajudar no conhecimento da matemática para seus alunos. Normalmente eles costumam justificar a importância destes materiais apenas pelo seu caráter “motivador”, ou porque “ouviu falar” de que para se ensinar matemática devemos partir da parte concreta, ou ainda porque através desses materiais concretos as aulas ficam mais divertidas e assim os alunos passam a gostar de matemática.

            Baseando-se neste fato, acredito que este assunto é de grande polêmica, porém pouco explorado em sala de aula pelos professores.

            Outras questões também são de muita polêmica para o uso de materiais concretos pelo professor em sala de aula. Como introduzir este material em sala de aula? Que material concreto devo usar se a escola não tem o mesmo disponível? Como saber se o material concreto que uso fará alguma diferença no ensino-aprendizagem matemática? Lógico que estas questões vão sendo respondidas ao longo da trajetória do profissional docente, mas e quem já tem anos de escola ou até mesmo recém formado e utiliza sempre o mesmo método (quadro e giz) para ensinar?

            Logo temos que não apenas discutir para que serve o uso de materiais concretos em sala de aula, pois nem sempre o material concreto mais adequado será o mais bonito visualmente, e nem o já construído. Muitas vezes, durante uma aula onde é solicitado a construção de um material, o aluno poderá aprender matemática de uma forma mais efetiva. Logo em outros momentos a construção do material não será a mais importante, mas a professora discutir com seus alunos o material pronto ligado a uma situação problema.

Bibliografia:

BICUDO, Maria Aparecida Viggiani, Pesquisa em educação matemática: concepções e perspectivas. São Paulo: Unesp, 1999

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