Qual é a relação entre a revolta dos plebeus e a organização da sociedade romana?

Qual é a relação entre a revolta dos plebeus e a organização da sociedade romana?
 GE/Guia do Estudante
POLITEÍSMO – Relevo mostra alguns dos deuses da Roma antiga, como Júpiter, Plutão e Netuno

Donos do mundo

Nenhuma civilização foi tão poderosa, por tanto tempo, quanto a romana. confira a ascensão e a queda do último império da Antiguidade

Fundada no século VIII a.C., Roma desenvolveu um vasto império, cujas leis, monumentos, táticas militares e instituições influenciaram todo o mundo ocidental. Sua queda, em 476, marcou o fim da Antiguidade e o início da Idade Média.

A mítica versão para o surgimento de Roma conta que a cidade foi fundada em 753 a.C. pelos gêmeos Rômulo e Remo. De acordo com a lenda, os dois irmãos foram abandonados ainda bebês no Rio Tibre e só conseguiram sobreviver graças a uma loba que os amamentou. A história romana é dividida pelos estudiosos em três grandes períodos: o monárquico, o republicano e o imperial.

Monarquia (753 a.C. – 509 a.C.)

Nessa época, a sociedade romana estava dividida, basicamente, em três camadas:

  • os patrícios, ricos proprietários de terra;
  • os clientes, parentes pobres ou serviçais desses proprietários;
  • os plebeus, homens livres sem direitos políticos.

A economia era baseada em atividades agropastoris. O rei, eleito por uma assembleia, tinha seu poder controlado pelo Senado (ou Conselho dos Anciãos). Durante esse período, Roma foi conquistada pelos etruscos. O último rei etrusco, Tarquinio, o Soberbo, tentou se aproximar da plebe. Sentindo-se ameaçados, os patrícios o derrubaram, assumiram o poder e implantaram a república em 509 a.C.

República (509 a.C. – 27 a.C.)

Entre as principais instituições da República destacam-se:

  • a Assembleia Centuriata, que decidia sobre declarações de guerra e votava as leis;
  • as Magistraturas (espécie de Ministério), sendo as principais o Consulado, composto de dois cônsules, responsáveis pela política externa e interna; os edis, responsáveis pela organização da cidade; os pretores, pela justiça; e os questores, pelas finanças;
  • o Senado, que elaborava os projetos de lei e escolhia os magistrados.

Como apenas os patrícios podiam ser senadores ou magistrados, eles controlavam a política durante a República. Isso acabou levando a uma série de revoltas da plebe, que resultaram em várias conquistas sociais e políticas. Entre as principais estão:

  • a criação do cargo de tribuno da plebe, que tinha poder de veto no Senado;
  • a Lei das Doze Tábuas (450 a.C.), que compilou o primeiro código de leis escritas de Roma;
  • a Lei Canuleia, que autorizou o casamento com patrícios;
  • a Lei Poetélia Papíria, proibindo a escravidão por dívidas.

Com a intensificação das lutas entre os plebeus e os patrícios, o Senado patrocinou inúmeras guerras de expansão. A disputa pelo controle da região mediterrânea deu origem às guerras contra Cartago (cidade fundada pelos fenícios no norte da África), as Guerras Púnicas. Elas resultaram na derrota de Cartago e na transformação do Mediterrâneo no Mare Nostrum (Nosso Mar ou Mar Romano).

             Com as conquistas do período republicano, os patrícios compraram as terras dos plebeus, que se tornavam soldados, e formaram grandes propriedades nas quais trabalhavam os escravos capturados nas guerras. Os mercadores prosperaram, e os plebeus, em tempos de paz, não tinham como ganhar a vida, tornando-se uma massa de desempregados perigosa e instável. Para evitar revoltas da plebe, entre 133 a.C. e 27 a.C., foram adotadas medidas como a política do pão e circo (distribuição de trigo aos famintos e promoção de espetáculos esportivos gratuitos). Ao denunciar que essas medidas eram paliativas, dois irmãos eleitos tribunos da plebe, Tibério e Caio Graco, propuseram uma reforma agrária, para garantir meios de vida a quem não tinha trabalho. A medida, é claro, não agradou aos patrícios. Tibério e Caio foram mortos, e a tentativa de reforma fracassou.

            A crescente importância do Exército romano levou os generais a ambicionar o exercício direto do poder. Isso originou uma série de guerras civis entre os chefes militares e disputas de poder entre eles e o Senado. Para tentar amenizar os conflitos, foram organizados os triunviratos, que dividiam o poder entre os chefes militares mais importantes.

             O Primeiro Triunvirato foi formado pelos generais Pompeu e Júlio César e pelo banqueiro Crasso. Ao tentar concentrar os poderes, Júlio César foi assassinado pelos senadores.

O Segundo Triunvirato, constituído por Otávio, Marco Antônio e Lépido, também fracassou e culminou com a ascensão de Otávio ao comando de todas as legiões romanas. Otávio aproximou se do Senado, que, convencido de que ele não representava uma ameaça aos seus interesses, concedeu-lhe poderes que havia negado a Júlio Cesar, tais como os títulos de Príncipe do Senado e de “Augusto” (líder supremo da religião com ascendência divina). A concentração desses poderes inaugurou uma nova etapa da evolução política de Roma, conhecida como Império Romano.

  Império (27 a.C. – 476 d.C.)

            Esta fase divide-se em duas partes: o Alto Império – época de prosperidade – e o Baixo Império – tempo de crise. ALTO IMPÉRIO Otávio Augusto governou por 41 anos. No início, ampliou os territórios e permitiu que mercadores ricos tivessem acesso ao Senado. Depois de conter a expansão territorial, iniciou se um período de paz, conhecido como Pax Romana.

             Os sucessores de Otávio retomaram as guerras de conquista, e Roma se transformou num centro de comércio intenso. No início do séc. II, as fronteiras do Império atingiram sua maior extensão. Essa época ficou conhecida como Idade de Ouro e teve como principais governantes Trajano, Adriano, Antônio Pio e Marco Aurélio. Entretanto, com o fim das guerras, Roma começou a mostrar sinais de crise.

BAIXO IMPÉRIO: A principal causa da decadência do Império Romano foi a crise do sistema escravista. O fim das guerras diminuiu a oferta de escravos, elevando o seu valor. Como eram a base da economia romana, todos os preços começaram a subir.

Algumas reformas foram tentadas. Diocleciano, em 284, implantou o colonato (arrendamento de terra por colonos), visando a substituir os escravos. Constantino, em 313, buscou o apoio dos cristãos – até então perseguidos –, legalizando o cristianismo e convertendo-se a ele. Em 330, mudou a capital para Constantinopla – atual Istambul. Teodósio, em 395, dividiu o império em duas partes: Império do Ocidente, com a capital em Roma, e Império do Oriente, com centro em Constantinopla.

Porém, com a intensificação das invasões dos “bárbaros”, que atacavam as fronteiras romanas desde o século III, o Império do Ocidente não resistiu e caiu em 476. O Império do Oriente, também conhecido como Império Bizantino, duraria até 1453, quando foi dominado pelos turco-otomanos.

Com a queda de Roma, ninguém se sentia seguro nas cidades. Começou um processo de desurbanização e regressão do comércio. Do ponto de vista político, a grande transformação é que o poder político centralizado, que vigorava no período do Império, deu lugar a uma multiplicidade de reinos bárbaros, fragmentando a autoridade no Ocidente. A única esfera de poder centralizado que sobreviveu foi a Igreja.

Qual é a relação entre a revolta dos plebeus e a organização da sociedade romana?

CULTURA E LEGADO

Os romanos nos deixaram uma rica herança em diversas áreas. A arquitetura, empregada para exaltar as glórias da nação, era a mais desenvolvida das artes, com destaque para a construção de aquedutos, estradas e pontes e edifícios de grande valor artístico, como o Coliseu e o Panteão de Roma. Ao lado do idioma – o latim, que é a base de diversas línguas, como o português –, o direito é o maior legado romano, base do atual sistema jurídico ocidental. Na literatura, merece menção o poeta Virgílio, autor de Eneida. Por fim, em relação à religião, a pregação de Jesus Cristo, nascido no Império Romano, deu origem ao cristianismo, cujos fiéis eram inicialmente perseguidos. Com a conversão de Constantino, em 313, a religião cristã ganhou força e, com Teodósio, foi oficializada como religião do Império, o que permitiu o surgimento da poderosa Igreja Católica.

Quais motivos levaram os conflitos sociais entre patrícios e plebeus em Roma?

O fortalecimento do Senado e o exercício do poder executivo pelos magistrados reproduziram a exclusão dos plebeus da vida política romana. Essa exclusão política e a exploração econômica resultaram em inúmeros conflitos sociais em Roma, opondo patrícios e plebeus.

Quais as principais causas da revolta dos plebeus em Roma?

As Revoltas Plebeias ocorreram pelo descontentamento político social e econômico da Plebe. Os Plebeus eram escravos por dívidas e não possuíam direito às terras conquistadas por Roma, as quais ficavam nas mãos dos patrícios. Os Plebeus queriam também direito de participação política.

Quais foram os principais motivos que levaram os plebeus a se revoltarem contra os patrícios?

Os plebeus reivindicaram ocupar cargos no Estado, votar no Senado e realizar suas proprias assembleias. Exigiam o fim da escravidão por dividas, o acesso às terras conquistadas e o direito ao casamento legal com patricios. Um dos maiores motivos do tensão era a questão Fundiaria.

Como era a organização social dos romanos?

A sociedade romana tinha como principais membros os patrícios e os plebeus, mas outros, como os clientes, os escravos e o proletariado, também a compunham. O florescimento da civilização romana ocorreu por volta de 750 a.C., na região conhecida como Lácio, na Península Itálica.