Quais os fatores que favoreceram a conquista espanhola na América?

Quando estudamos o processo de colonização da América espanhola, temos por hábito primeiro estudar as várias civilizações que habitaram o continente americano. Logo de início, percebemos que as chamadas civilizações pré-colombianas contavam com sociedades complexas integradas por milhares de habitantes. Com isso, surge uma questão muito interessante a ser respondida: como foi possível os espanhóis conquistarem todas essas populações ali presentes?

Essa desconfiança, muitas vezes, se apóia no simples fato de que a população espanhola era infinitamente menor em relação ao número de nativos americanos. Dessa forma, devemos compreender a dominação espanhola como um processo gradual onde diversas táticas vieram a ser empregadas para que o projeto de colonização e exploração dos espanhóis fosse colocado em ação. De acordo com o poeta Pablo Neruda, três elementos foram responsáveis pela dominação espanhola: a cruz, a espada e a fome.

Para melhor entendermos o significado das palavras do poeta chileno, vamos compreender como cada um desses elementos participou dessa experiência histórica ocorrida ao longo do século XVI. Quando Neruda fala da espada, na verdade, faz uma clara referência à superioridade bélica que favoreceu os espanhóis durante as lutas contra os povos pré-colombianos. Contando com armas de fogo, canhões e cavalos os espanhóis conseguiram se sobressair mediante a simplicidade das armas dos índios americanos.

Paralelamente, o projeto religioso patrocinado pelos espanhóis também contribui enormemente na dominação dos índios. A catequese promovida pelos padres jesuítas foi uma prática que ao mesmo tempo em que realizava a conversão religiosa das populações locais, também incutia valores favoráveis à aceitação da presença espanhola na região. Um dos mais claros reflexos da presença dos jesuítas, atualmente, é a enorme população católica presente nos vários países latino-americanos.

Ao lado desses dois fatores, a fome e as doenças também influenciaram na diminuição das populações indígenas. A pesada rotina de trabalho e as penas aplicadas dentro do regime de semi-escravidão imposto aos indígenas faziam com que muitos deles perdessem suas vidas. Por outro lado, as doenças trazidas pelo colonizador europeu deflagraram verdadeiras epidemias que dizimaram populações inteiras em um curto espaço de tempo.

Ao final do século XVI, as colônias espanholas já implantaram todo um conjunto de instituições e práticas que asseguraram sua ação nos territórios coloniais. De acordo com diversos historiadores, esse processo foi um dos maiores genocídios de toda a história. Apesar de toda esta tragédia, podemos perceber que alguns traços das culturas indígenas sobreviveram ao tempo e se inseriram em diversas hibridações presentes nas culturas latino-americanas.

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A conquista dos astecas aconteceu entre 1519 e 1521 e foi um dos episódios da invasão e colonização da América pelos espanhóis. O grande Império Asteca havia sido construído por povos mesoamericanos a partir do século XIV. Com a conquista deles, os espanhóis iniciaram a colonização da região que hoje corresponde ao México.

Expedição de Hernán Cortés

A conquista do Império Asteca foi liderada pelo espanhol Hernán Cortés. A partir de um empréstimo, Cortés organizou uma expedição com 500 homens, que partiram em onze embarcações na direção da Península do Iucatã (atual México). Ao chegar a essa localidade, o explorador espanhol e seus homens instalaram-se nas proximidades de Cempoala, uma cidade habitada pelos totonacas.

Ao estabelecerem-se nessa região, os espanhóis passaram a receber uma série de emissários dos indígenas interessados e curiosos em conhecer os forasteiros. Entre eles, estavam os emissários astecas enviados pelo imperador Montezuma. O contato entre indígenas e espanhóis era intermediado por Malinche, uma indígena do povo nahua que, além do espanhol, falava também o idioma dos astecas, chamado nahuatl.

Os contatos iniciais entre Cortés e os emissários astecas foram pacíficos, e houve muita troca de presentes entre as partes. Durante as conversas, Cortés havia transparecido suas intenções de conhecer pessoalmente Montezuma em sua cidade, mas os emissários astecas informaram que o imperador não tinha interesse em deixá-los entrar em Tenochtitlán.

Marcha rumo a Tenochtitlán

O primeiro grande passo dado por Cortés foi perceber a balança da estrutura de poder existente na região e usar a diplomacia para desequilibrá-la a seu favor. Ele percebeu que o poder dos astecas era baseado no controle militar e que inúmeros povos subjugados eram obrigados a pagar pesados impostos. Cortés, então, passou a usar esses povos como seus aliados contra os astecas.

O primeiro povo que se aliou aos espanhóis foi o totonaca. Cortés convenceu-o de que a aliança com os espanhóis oferecia a vantagem de não haver mais obrigação de pagar os impostos que eram pagos aos astecas. Após garantir o apoio dos totonacas, Cortés fundou uma cidade na região (Veracruz) e, juntamente de guerreiros totonacas, iniciou uma marcha pelo vale do México.

Durante essa marcha, as forças de Cortés entraram em guerra com os tlaxcaltecas. Esse povo não havia sido conquistado pelos astecas, porém, era constantemente atacado por eles, que aprisionam seus guerreiros para sacrifícios aos deuses nos rituais religiosos. Os tlaxcaltecas foram derrotados pelos espanhóis auxiliados pelos totonacas e, após isso, tornaram-se grandes aliados dos espanhóis na luta contra os astecas.

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Em seguida, Cortés e seus homens dirigiram-se para a cidade asteca de Cholula. A presença dos espanhóis gerou um tumulto que acabou resultando em um grande massacre de indígenas. Os relatos contam que os espanhóis mataram grande quantidade de astecas no templo religioso de Cholula. Isso ficou conhecido como Massacre de Cholula.

Por fim, os espanhóis foram autorizados por Montezuma a entrar na cidade de Tenochtitlán, o que se concretizou em 3 de novembro de 1519. Os relatos dos espanhóis retrataram o seu encantamento diante da grandiosidade da capital asteca, a qual possuía ao menos 200 mil habitantes e muito provavelmente era maior que qualquer cidade europeia da época.

La Noche Triste e a conquista de Tenochtitlán

Quando entraram em Tenochtitlán, os espanhóis foram recebidos pelo imperador Montezuma de maneira amistosa. No entanto, em um golpe de ousadia, Cortés sequestrou o imperador, fazendo dele seu refém. Em seguida, o conquistador espanhol precisou abandonar Tenochtitlán para resolver questões urgentes em Veracruz e deixou Montezuma na posse de seus homens.

Ao retornar a Tenochtitlán, Cortés encontrou a cidade rebelada e as forças astecas organizadas e prontas para atacar os espanhóis que lá estavam. A rebelião asteca forçou os espanhóis a fugirem de Tenochtitlán. Durante a confusão, o imperador Montezuma supostamente foi morto após ser apedrejado acidentalmente no crânio.

A fuga dos espanhóis terminou em desastre, pois foram atacados por guerreiros astecas, o que resultou em muitos mortos. Pelo menos metade dos homens de Cortés morreu nessa retirada, que ficou conhecida como La Noche Triste (“A Noite Triste” em português), acontecida na virada de 30 de junho para 1º de julho de 1520. Então, Cortés retornou a Veracruz para reorganizar suas forças para retomr a cidade.

Contudo, Cortés só conseguiu reorganizar totalmente suas forças em 1521, quando formou um exército gigantesco que contava com milhares de guerreiros tlaxcaltecas. Além disso, ele construiu inúmeras embarcações para cercar Tenochtitlán (a capital asteca ficava em uma ilha no meio de um grande lago que atualmente não existe mais). Os relatos contavam de combates violentos acontecendo nas ruas de Tenochtitlán.

O resultado do cerco a Tenochtitlán foi a vitória espanhola. O novo imperador, que se chamava Cuahtemoc, foi feito prisioneiro e, a partir disso, os espanhóis passaram para a conquista das outras cidades menores controlada pelos astecas. Com a conquista desse povo, os espanhóis estabeleceram na região o Vice-Reino da Nova Espanha, que foi inicialmente administrado pelo próprio Cortés.

Quais fatores favoreceram a conquista espanhola da América?

A conquista da América espanhola ocorreu, principalmente, por meio da violência, o que foi bastante ressaltado em relatos da época. Os contatos iniciais amigáveis logo foram superados pela ambição do espanhol de conquistar e explorar, principalmente à procura de metais preciosos.

Quais foram as razões da conquista espanhola?

Por meio dessas análises, pode-se auferir que as principais razões que levaram os espanhóis à conquista de Tenochtitlán foram superioridade bélica, comunicação, influência da religião, ambição pelo ouro, epidemia de varíola, alianças com indígenas e o comando de Hernan Cortez.

Quais as principais causas da conquista dos europeus na América?

O objetivo dos conquistadores espanhóis, portugueses, ingleses e franceses era explorar as suas colônias e proporcionar o maior lucro possível para as metrópoles. Em razão disso, apropriaram-se das terras, escravizaram, mataram, destruíram.

Quais as principais características da colonização espanhola na América?

A colonização espanhola na América se caracterizou pela modificação da estrutura política, econômica e religiosa das sociedades que habitavam naquele território. Os espanhóis introduziram no continente americano uma nova religião, idioma, organização econômica e social.