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Introdu��o Escolher entre uma carreira de licenciatura ou bacharelado � muito mais do que escolher apenas uma modalidade de curso de gradua��o. Trata-se de uma escolha que tem muito a ver com a voca��o. Nosso estudo surge da necessidade de descobrir as expectativas encontradas no meio acad�mico, onde desejamos saber dos estudantes qual a �rea do conhecimento que mais se identificam e que pretendem atuar. E mais do que isso, reflete um olhar dos acad�micos frente �s mudan�as curriculares atuais e as perspectivas frente ao mercado de trabalho. A Educa��o F�sica apresenta caracter�sticas diferentes em cada �rea de atua��o. Uma das caracter�sticas principais da licenciatura, � que ensina ao aluno, al�m das disciplinas inerentes ao curso escolhido, t�cnicas que o tornar�o apto a transmitir o aprendizado, tornando-o um professor. No bacharelado, a forma��o proporcionada ao aluno � voltada para o mercado de trabalho, o que o torna apto apenas a desenvolver uma atividade em determinada �rea de atua��o. � evidente que neste espa�o acad�mico existem diversos interesses conflituosos que o envolvem. No entanto o conhecimento deve ser constru�do a partir da viv�ncia do acad�mico. A maior parte dos cursos de licenciatura contemplava o bacharelado tamb�m. Nesses cursos mistos, o aluno tanto pode escolher uma modalidade e cursar as mat�rias espec�ficas dela como fazer as duas. Entretanto, as recentes mudan�as curriculares exigiram adequa��o dos cursos em duas possibilidades distintas: licenciatura e bacharelado. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi identificar a op��o dos acad�micos do curso de Educa��o F�sica da UFPEL, pertencentes ao curr�culo antigo (generalista), diante da atual divis�o dos cursos.
Foi realizado um estudo com delineamento transversal. O Colegiado de Curso da ESEF/UFPEL forneceu uma listagem ao coordenador da pesquisa com todos os alunos matriculados no segundo semestre letivo de 2005. Nesta listagem havia o registro de 305 estudantes regularmente matriculados. Deste total, 42 acad�micos n�o estavam freq�entando as aulas, sendo assim exclu�dos do estudo. Desta forma, o n�mero total de acad�micos eleg�veis foi de 263. O anonimato dos dados individuais foi preservado. Quatorze entrevistadores foram respons�veis pela coleta de dados. Estes passaram por um treinamento rigoroso na aplica��o e preenchimento do question�rio. Cada entrevistador ficou respons�vel por entrevistar cerca de 20 alunos. As entrevistas foram realizadas individualmente, em local reservado. A aplica��o do question�rio demorava em m�dia 20 minutos. Os dados foram coletados entre outubro de 2005 e abril de 2006. Todos os entrevistados assinaram um termo de consentimento e foram esclarecidos dos objetivos do estudo. Os acad�micos responderam a seguinte pergunta: Se tu fosses prestar vestibular hoje, escolherias o curso de licenciatura ou bacharelado? Ap�s a resposta, os entrevistados eram perguntados sobre os motivos pela escolha. As vari�veis independentes inclu�das nesta an�lise foram: sexo e ano do aluno no curso. Os dados foram digitados no programa Epi-Info e, posteriormente, transferidos para o pacote estat�stico Stata. Uma an�lise de inconsist�ncias foi realizada na busca de combina��es improv�veis ou imposs�veis nas respostas do question�rio. A an�lise dos dados incluiu procedimentos de estat�stica descritiva com c�lculo de propor��es, m�dias e desvios-padr�o.
De
um total de 263 alunos eleg�veis, 221 foram entrevistados, totalizando 16% de perdas e recusas. A m�dia de idade foi de 22,2 anos (DP 3,1). A Tabela 1 descreve a amostra segundo vari�veis sociodemogr�ficas. Entre os 221 entrevistados, 47,5% eram do sexo masculino.
As Figuras 1 e 2 descrevem a op��o de curso entre acad�micos dos sexos masculino e feminino, respectivamente. Caso
fosse prestar novamente o vestibular para Educa��o F�sica, a grande maioria dos homens (Figura 1) optaria pelo curso de bacharelado (72%). Entre as mulheres (Figura 2), houve maior equil�brio entre as op��es pelo bacharelado (47%) e licenciatura (43%).
De acordo com o ano de curso, se observa uma tend�ncia de aumento na prefer�ncia pela licenciatura e diminui��o pelo curso de
bacharelado conforme aumentou o ano de curso entre os homens. Entre as mulheres, o curso de licenciatura obteve maior prefer�ncia entre acad�micas do primeiro (51,6%) e terceiro ano (52,4%). O curso de bacharelado representou 63,9% da op��o entre acad�micas do segundo ano. Cabe destacar o aumento para 14,3% de mulheres do terceiro e quarto ano que n�o souberam escolher entre os dois cursos.
A
Tabela 3 descreve os motivos relatados pelos acad�micos que optariam pelo curso de licenciatura. Entre as respostas, mais da metade (60%) relataram o desejo em ser professor como o principal motivo pela escolha.
A Tabela 4 traz a descri��o dos motivos relatados pelos acad�micos que optariam pelo curso de bacharelado. Entre as respostas mais citadas destacam-se a prefer�ncia
pelo treinamento f�sico e esportivo (41,4%) e o fato de n�o gostar da escola (21,1%).
� comum durante a forma��o profissional em Educa��o F�sica fazer-se um questionamento sobre a identidade do curso, ou seja, existe um grande campo de trabalho, reflexo da abrang�ncia da mesma, por�m h� uma inquietude geral sobre a falta de uma estrutura curricular melhor organizada. Neste sentido, diversas cr�ticas podem ser notadas no que se refere � situa��o da �rea, se � que podemos assim denomin�-la, como uma �rea do conhecimento. Zeigler (1982) apud Chiviacowski (1995) pronuncia-se chamando a �rea de: inadequada, mal-entendida, confusa, sobrecarregada de trabalho, dividida, injuriada, perseverante, entre outros termos. Esta falta de identidade � conseq��ncia da falta de objetividade da Educa��o F�sica onde, na falta de um foco central, busca atrav�s do generalismo, intervir atrav�s de programas de atividades para alcan�ar valores sociais. Um dos contribuintes que agravam mais a situa��o � a estagna��o que se encontrava at� ent�o, em rela��o a estrutura curricular dos cursos de forma��o, que no desejo de atender ao generalismo acabava, por conseq��ncia, denegrindo a imagem do pr�prio curso e, mesmo sendo generalista, era concebida como uma mat�ria puramente escolar, centralizada no processo de ensino-aprendizagem de atividades. As recentes modifica��es curriculares, advindas inclusive das novas demandas do mercado de trabalho e regulamenta��o da profiss�o de Educa��o F�sica, obrigam os acad�micos da �rea a escolherem entre mais de uma op��o de curso, e por conseq��ncia, seu campo de atua��o profissional. �queles que optarem pela licenciatura, o campo escolar ser� a possibilidade de trabalho, enquanto que para os acad�micos do bacharelado, todo o mercado extra-escola poder� ser explorado. Devido ao pouco tempo para as recentes mudan�as, se percebe ainda algumas d�vidas entre quem presta o vestibular e entre aqueles que ainda est�o no curr�culo generalista. Bara Filho et al (2001) estudaram a �rea de interesse dos acad�micos de Educa��o F�sica da Universidade Federal de Juiz de Fora. Entre seus achados, e que corroboram os resultados apresentados no presente estudo, destaca-se o maior interesse pela �rea "n�o-escolar" (69,5%). Al�m disso, entre os motivos apresentados para justificar o ingresso no curso de Educa��o F�sica, os mais citados foram a realiza��o profissional, gosto pela atividade f�sica e esporte e a experi�ncia como atleta. Al�m disso, apenas 2,3% dos acad�micos relatou a influ�ncia positiva das aulas de Educa��o F�sica na escola como fator importante na op��o profissional. Luguetti et al (2005) avaliaram a op��o de curso entre acad�micos do primeiro e �ltimo ano de curso em 2003 e 2004. Como j� citado anteriormente em outros estudos, o curso de bacharelado representa a maior parte da prefer�ncia dos acad�micos, tanto entre os homens (51,9%) como entre as mulheres (61,6%). Al�m disso, o curso de bacharelado em esportes � citado como sendo a segunda op��o (34,2%). A licenciatura entre as mulheres (20,0%) foi a op��o seguinte. As prefer�ncias pela licenciatura t�m se mostrado muito baixas. Tal descaso com a Educa��o F�sica escolar parece ser fruto da aparente falta de valoriza��o do professor e da disciplina como um todo. Segundo GO TANI (1991), "na Educa��o F�sica escolar existe uma indefini��o constante sobre o real papel desta e o conte�do por ela desenvolvido e embora ela exista como ensino qual seria a �rea de conhecimento correspondente e qual seria o seu conte�do?" Em contrapartida, o mercado de trabalho para o professor de Educa��o F�sica na escola ainda parece ser o mais est�vel. Acaba sendo esta, mesmo com o pouco interesse, a op��o de trabalho de muitos profissionais, pois o mercado extra-escolar, apesar de amplo e diversificado em possibilidades, tem se mostrado extremamente competitivo. Em conseq��ncia da diversidade de campos de atua��o, os cursos de gradua��o acabam se comparti mentalizando em pequenas sub�reas onde o esporte de rendimento � restrito a poucos profissionais, sendo estes "aprovados" no mercado pelo resultado que objetivaram durante sua carreira, ou seja, somente ingressa nesta �rea aquele profissional que j� tinha um certo v�nculo com o esporte durante seu curso de gradua��o. De outro lado, temos a �rea da atividade f�sica e qualidade de vida que � o grande mercado do momento, onde a grande maioria dos estudantes de educa��o f�sica pretende ingressar nesta �rea, que fala a linguagem da seguran�a, das companhias de seguro e das pol�ticas publicas e privadas de sa�de. Por�m, nem sempre falando a mesma linguagem, nas academias presenciam-se os modeladores de corpos, onde em alguns momentos o bem-estar � deixado de lado em busca de um corpo esteticamente bonito. Portanto, a Educa��o F�sica tem se caracterizado por um amplo e atrativo campo de trabalho. O esporte ainda parece ser o grande incentivador para a op��o profissional de muitos jovens. Por outro lado, o treinamento f�sico e a atividade f�sica voltada para a sa�de t�m sido alvos de muito interesse atualmente. Contudo, a carreira escolar ainda parece ser a op��o de trabalho mais est�vel de emprego. Em meio a tudo isso, muitos jovens est�o �s portas do mercado de trabalho e, outros tantos em situa��o mais dif�cil, s�o obrigados a escolher j� no vestibular sua op��o acad�mica e profissional.
O que é melhor licenciatura ou bacharelado em Educação Física?A vantagem da graduação em Educação Física é que você pode começar tanto pela licenciatura quanto pelo bacharelado e depois complementar a sua formação fazendo uma segunda graduação. Assim, você terá ambas habilitações e poderá escolher onde atuar.
Qual a diferença entre Educação Física bacharelado em Educação Física licenciatura?Apesar da licenciatura ser voltada para a docência e o bacharelado ter foco no mercado de trabalho, muitas das disciplinas são similares e quem deseja uma formação completa na área pode combinar os dois cursos.
Qual a melhor pós graduação em Educação Física licenciatura?As 10 pós-graduações mais procuradas em Educação Física:. Educação Física com Ênfase em Treinamento Desportivo. ... . Basquetebol. ... . Atletismo. ... . Teoria e Prática do Exercício Físico Aplicado às Lesões e Doenças Musculoesqueléticas. ... . Fisiologia, Avaliação e Prescrição de Exercício Físico. ... . Exercício e Controle do Peso Corporal.. Quantos anos dura o curso de Educação Física bacharelado?O curso de Educação Física é regulamentado pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) e tem 4 anos de duração.
Qual a diferença de graduação e licenciatura em Educação Física?Se o bacharel em Educação Física quiser lecionar, ele deve dar continuidade à sua formação fazendo especialização, mestrado ou doutorado, e ministrar aulas para alunos do Ensino Superior. Enquanto isso, a modalidade licenciatura forma profissionais que dão aulas para o Ensino Básico (Fundamental e Médio).
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