Quando aconteceu o 11 de setembro

Poucos acontecimentos ganham lugar na história com a data. No século XXI, um acontecimento é mundialmente conhecido pela data: o 11 de Setembro. Naquele dia, os EUA sofreram o maior ataque ao seu território, desde o bombardeamento japonês à base de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941

Na manhã daquela terça-feira de Setembro, no primeiro ano do século XXI, quatro aviões comerciais americanos foram sequestrados na costa Leste dos EUA. Dois deles foram lançados contra as Torres Gémeas do World Trade Center (WTC), na ilha de Manhattan, em Nova Iorque. Um chocou-se com o Pentágono (sede do Departamento de Defesa dos EUA, em Washington D.C.), e outro caiu numa área desabitada no Estado da Pensilvânia.

Ao todo, 2.977 pessoas foram mortas nos ataques, além dos 19 sequestradores dos aviões.

O 11 de Setembro de 2001 é considerado o ataque com o maior número de mortos da história. Além disso, foi uma tragédia que mudou, em vários aspectos, o rumo do mundo.

Os ataques

Os atentados começaram às 8h46, quando o primeiro avião, um Boeing 767, fazendo o voo  de Boston a Los Angeles, atingiu a torre Norte do World Trade Center.

O complexo empresarial era então composto por sete construções, incluindo duas torres de 417 e 415 metros, os edifícios mais altos do mundo na época da sua inauguração, em 1973.

O incidente rapidamente ocupou as transmissões ao vivo de canais de TV, pelo mundo, que reproduziam imagens vindas de Nova Iorque mostrando uma densa e escura fumaça saindo das laterais da torre Norte.

Apresentadores de TV e repórteres conversavam com testemunhas e especulavam sobre que tipo de aeronave teria chocado contra um dos prédios do World Trade Center. Àquela altura, a maioria acreditava que se tratava de um acidente.

Durante a transmissão, às 9h03, 17 minutos depois do primeiro ataque, um segundo Boeing 767, que também saíra de Boston com destino a Los Angeles, chocou contra a torre Sul, numa cena vista ao vivo por milhões de pessoas ao redor do mundo.

Quando o embate aconteceu, as suspeitas de um ataque se confirmaram e o caos aumentou em Nova Iorque com a população a tentar deixar a todo custo a área do centro financeiro da ilha de Manhattan.

Às 9h37, o terceiro avião, um Boeing 757, que fazia o voo de Washington a Los Angeles, atingiu uma das laterais do Pentágono.

Na altura, informações davam conta de um quarto avião, um Boeing 757, que saiu de Newark, em Nova Jersey, com destino a San Francisco, mas acabou por cair na Pensilvânia, às 10h03. Com base nas investigações feitas na época, o avião, supostamente, se dirigia para a Casa Branca, residência oficial do presidente americano, em Washington D.C.

Relatos fornecidos depois, por integrantes do grupo islamista radical Al-Qaeda, no entanto, indicaram que o alvo era o Capitólio, a sede do Congresso, também em Washington. A referida aeronave caiu, porque os passageiros lutaram com os sequestradores dentro da cabine.

O colapso

Após o embate dos aviões, em Nova Iorque, a torre Sul do WTC, atingida pelo segundo avião, começou a desabar. Eram 9h59. A queda causou pânico generalizado em Manhattan, onde pessoas corriam na tentativa de fugir da fumaça que tomava as ruas. Meia hora depois, desabou a torre Norte, a primeira a ser atacada.

Ambas torres foram destruídas pelo fogo provocado pelos combustíveis das aeronaves, que estavam com os tanques cheios, pois tinham sido sequestradas logo depois da decolagem.

No final da tarde, outro prédio do complexo World Trade Center, o 7 WTC, desabou, depois de sua estrutura ter sido abalada pela destruição das Torres Gémeas.

Envolvidos em tentativas de resgate daqueles que estavam nas torres, 345 integrantes do Corpo de Bombeiros de Nova Iorque morreram com a queda dos edifícios.

As vítimas

Entre as vítimas, havia centenas de estrangeiros, número que nunca foi determinado com precisão, já que muitos tinham dupla nacionalidade.

Nas cerimónias oficiais, como a realizada para lembrar o quinto aniversário do 11 de Setembro, em 2006, foi feita referência a "mais de 90 pessoas de diferentes nacionalidades”, representadas entre os 2.977 mortos.

Os esforços de ajuda e resgate contaram com a participação de 80 mil pessoas, entre bombeiros, policiais e profissionais de saúde. Todos e outras milhares de pessoas, nas imediações, foram atingidas pela fumaça tóxica gerada pelos atentados, particularmente pelo desabamento das duas Torres Gémeas. Os ataques e as horas seguintes expuseram todos eles a diversos materiais tóxicos e até mesmo cancerígenos, como chumbo e amianto.

Hoje, anos depois, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos estima que 400 mil


Impacto imediato do ataque aos Estados Unidos

Nos dias que se seguiram aos ataques, por todo o mundo, ficou a sensação de que o 11 de Setembro era um acontecimento com potencial de mudar o mundo.

Algumas mudanças foram práticas e quase imediatas. Outras, ainda imprevisíveis, apontavam para uma grande mudança no papel dos Estados Unidos como grande potência.

O primeiro impacto foi o aumento da popularidade do Presidente George W. Bush, que decidiu apostar, especialmente, na segurança dos norte-americanos.

Um mês depois dos atentados, no dia 26 de Outubro de 2001, Bush assinou o Patriot Act (Lei Patriótica), que facilitou operações de vigilância das autoridades, permitindo o monitoramento das comunicações via telefone e Internet.

A nova lei também facilitou a troca de informações entre órgãos de segurança como o FBI e a CIA, após a identificação de falhas de comunicação que permitiram aos sequestradores concluirem a realização dos atentados. Outra medida interna significativa foi a criação, em Novembro de 2002, do Departamento de Segurança Interna dos EUA.

A comunidade internacional também ofereceu apoio imediato ao Governo norte-americano. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas aprovou, um dia depois dos ataques, por unanimidade, a "Resolução 1368”, que reafirmava o compromisso de combater o terrorismo e confirmou o direito de defesa contra ataques dessa natureza, com base na Lei Internacional.

Para o restante do mundo, o mais importante acontecimento resultante do 11 de Setembro foi a invasão ao Afeganistão, por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos. O acto, denominado "Guerra ao Terrorismo”, levou a um estado de guerra contra grupos ou indivíduos, principalmente organizações islâmicas extremistas, por trás de ataques contra a população civil.

One World Trade Center

A área onde ficavam as torres gémeas do World Trade Center, na ilha de Manhattan, em Nova Iorque, chamada desde o 11 de Setembro de "Marco Zero”, passou por um complexo trabalho de limpeza e remoção dos escombros ao longo de 2001.

Logo, começaram conversas sobre como recuperar a área e o tipo de construção a ser erguida no local. Ficou decidido que uma única torre substituiria as antigas torres gémeas e o projecto final ficou a cargo do arquitecto David Childs.

O One World Trade Center, mais conhecido simplesmente como WTC 1, e antes por Freedom Tower (Torre da Liberdade), é, actualmente, o edifício principal do novo complexo do World Trade Center, em Manhattan, em Nova Iorque.

A torre ocupa o local onde o antigo World Trade Center estava localizado. As obras de construção das fundações do edifício começaram no dia 27 de Abril de 2006. A 30 de Março de 2009, a Autoridade Portuária confirmou que o edifício seria conhecido pelo seu nome legal (One World Trade Center). Após a conclusão, em 2014, tornou-se o edifício mais alto nos Estados Unidos, com uma altura de 541,3 metros, e dos mais altos do mundo.


Pessoas haviam sido feridas ou expostas a materiais tóxicos no 11 de Setembro.

Até o final do ano 2018, mais de 2 mil pessoas morreram de doenças associadas à exposição a materiais perigosos naquele dia, particularmente de cancro. Um ano depois, com base nas estatísticas, 241 integrantes do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD) morreram de doenças relacionadas ao trabalho feito naquele fatídico dia.

Outros pontos                                                                                                                 

Fora dos locais atingidos pelos atentados, o dia 11 de Setembro de 2001 foi marcado também pelo caos no transporte aéreo norte-americano. Cinco minutos depois do ataque ao Pentágono, às 9h42, a Agência de Aviação Federal dos EUA (FAA) ordenou que todos os aviões comerciais, nos Estados Unidos, aterrassem, imediatamente, na pista mais próxima. A medida foi adoptada também pelo Canadá. Mais de 4 mil aeronaves aterraram. Pelo ataque, os voos comerciais permaneceram suspensos no país por três dias.

Mudanças mundiais

Quando os voos foram retomados, a preocupação com a segurança foi extrema e acabou por provocar a introdução de normas extras de segurança que até então não existiam e muitas estão mantidas até hoje, em aeroportos do mundo todo. Entre elas, estão a proibição de entrada com líquidos na bagagem de mão, que podem conter algum tipo de explosivo, e a necessidade de passageiros separarem objectos pessoais, como cintos e sapatos, durante a passagem pelos equipamentos de raio-X nos aeroportos, antes do embarque.

A Al-Qaeda

As investigações sobre os atentados começaram imediatamente. Uma mala pertencente ao egípcio Mohamed Atta que havia ficado no aeroporto de Boston continha dados do egípcio e dos companheiros e serviu de ponto de partida na identificação dos autores.

A Polícia Federal norte-americana (FBI) rapidamente apontou 18 sequestradores, que estavam distribuídos em grupos de cinco em cada avião. Destes, 15 eram sauditas, dois dos Emirados Árabes Unidos e um do Líbano.

As informações sobre os envolvidos obtidas pela polícia norte-americana mostraram também quem, além dos sequestradores, era o responsável pelos ataques. As autoridades apontaram como o mentor da operação, Osama Bin Laden, líder do grupo islamista Al-Qaeda.

Na época, baseado no Afeganistão, sob a protecção do então regime do Talibã, Bin Laden já era o mais perigoso e conhecido militante islamista do mundo e estava na lista dos dez fugitivos mais procurados pelo FBI, por ser o responsável pelos atentados, a bomba, contra as embaixadas norte-americanas em Nairóbi (Quénia) e Dar es Salaam (Tanzânia), em 1998, que deixaram mais de 200 mortos.

Osama Bin Laden

Antes mesmo dos atentados de 1998 na África, Bin Laden já havia publicamente defendido ataques contra alvos americanos. Em duas mensagens, o saudita havia conclamado os fiéis muçulmanos a participar do seu movimento contra a maior potência mundial.

O principal motivo apresentado por Bin Laden para sua revolta era a presença de tropas norte-americanas na Arábia Saudita, onde estão as cidades de Meca e Medina, sagradas para os muçulmanos.

Em Fevereiro de 1998, Osama Bin Laden publicou uma nova mensagem, mas desta vez assinada em conjunto com outros quatro líderes associados à Al-Qaeda, entre eles Ayman al-Zawahiri, o egípcio que substituiu Bin Laden no comando da organização.

Os atentados de Setembro de 2001 foram uma continuação da guerra conclamada por Bin Laden e a Al-Qaeda nos anos 1990, iniciada com os atentados no Quênia e na Tanzânia.

Para os atacantes, as torres gémeas do World Trade Center simbolizavam a força do capitalismo norte-americano, enquanto o Pentágono e o Capitólio representam, respectivamente, os poderes militar e político de uma das maiores potências mundiais.

Em Maio de 2011, o líder da al-Qaeda, Bin Laden foi morto. O médico pediatra egípcio Ayman Mohammed Rabie al-Zawahiri, que o substitui foi morto a 31 de  Julho do ano em curso.

Quando foram construídas as Torres Gêmeas?

Apesar de ter sido inaugurado em 4 de abril de 1973, o World Trade Center 1 e 2, como eram os nomes originais das Torres Gêmeas, assim como os demais prédios, tiveram seus primeiros projetos desenhados em 1943, quando a ideia de criar um centro comercial surgiu.

Quantos anos tem as Torres Gêmeas?

World Trade Center (1973–2001).

O que existe hoje no lugar das Torres Gêmeas?

Agora, passados 21 anos, o terreno onde ficavam as Torres Gêmeas foi ocupado pelo novo World Trade Center. O edifício gigantesco possui 541 metros de altura e oferece uma vista privilegiada de Manhattan, do Brooklyn e de Nova Jersey.

Quantos andares tinha as Torres Gêmeas do World Trade Center?

Em 11 de setembro de 2001, dois aviões Boeing 767 colidiram com as Torres Gêmeas do World Trade Center, que, com seus 110 andares, eram os edifícios mais altos de Nova York. O primeiro avião atingiu a Torre Norte às 8:45 da manhã.