Como o ambiente de trabalho pode interferir na saúde mental do trabalhador?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. A saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais. Segundo a OMS, as situações de competição são as principais causas de estresse associado ao trabalho. Estatísticas apontam que uma a cada cinco pessoas no trabalho podem sofrer de algum problema de saúde mental. Esses problemas vão impactar diretamente no ambiente de trabalho, causando perda de produtividade e faltas ao trabalho, entre outros.

A organização do trabalho, a submissão a chefias autoritárias, a falta de comunicação entre as pessoas, o aumento no ritmo de trabalho e a exigência crescente de produtividade também são fatores que podem afetar a saúde dos trabalhadores. O assédio moral, quando um superior ou um colega de trabalho submete o trabalhador a constrangimentos ou humilhações de forma repetida e prolongada, também pode causar danos mentais.

Os empregados devem ser orientados a reconhecer sinais de depressão entre os colegas, como a tristeza excessiva, a falta de esperança, a perda de interesse em atividades que antes traziam prazer e as modificações de apetite e hábitos de sono. Também é recomendado que o colaborador busque ajuda quando necessário e apoie quem esteja precisando de ajuda, converse com seu empregador sobre suas necessidades emocionais e pratique o autocuidado e a capacidade de se adaptar a novas situações.

Fontes:

Agência de Notícias do Paraná

Pense SUS  – A reflexão fortalece essa conquista (FIOCRUZ)

Secretaria da Saúde do Paraná

Um indivíduo passa a maior parte do dia exercendo sua atividade profissional, o trabalho, que para muitos, é fonte de auto realização e desenvolvimento e é o principal ambiente de convivência e constituição de laços sociais, logo, é inegável a influência o trabalho não apenas na saúde física, mas também na construção da subjetividade do sujeito.

O colaborador não deve ser apenas visto como mera engrenagem do processo produtivo, pensando-se apenas no objetivo final deste processo. Uma relação ruim com o ambiente de trabalho, uma carga horária exaustiva, longas horas de deslocamento até o local de trabalho,  falta de reconhecimento, um relacionamento ruim com colegas ou a falta de sentimento de pertencimento são fatores que podem desencadear um sentimento de angústia e ansiedade no dia a dia desse indivíduo, e, consequentemente, um grave estado de mal estar. No Brasil os transtornos mentais são o principal motivo de afastamento de um indivíduo de seu trabalho.

Na contemporaneidade podem ser colocadas novas questões que levam a esse possível aumento, como o aumento do desemprego, causando uma maior competitividade no universo corporativo e uma maior insegurança ao colaborador de uma empresa, bem como a flexibilização das leis trabalhistas que precariza a situação do trabalhador, estando estes, por conta de um desgaste físico e mental, ainda mais expostos aos riscos de adoecimento psíquico, podendo ocasionar no afastamento do colaborador. 

Um outro ponto é que os novos modelos de trabalho contam com um ideal de menos coletivização das atividades, levando a um isolamento do indivíduo ao realizar suas tarefas. Pesquisando sobre ansiedade e trabalho na internet, parte dos resultados da busca consistiam em dicas de como controlar a ansiedade e não comprometer sua produtividade e desenvolvimento no trabalho. Isso mostra claramente que a individualização não se restringe ao âmbito das tarefas, mas também a responsabilidade de si e da própria e saúde, assim, quando ocorre algum tipo de problema o indivíduo se sente responsável pelo problema e muitas vezes, até algum tipo de culpa.

A relação entre o que é demandado aos trabalhadores e o que eles têm em troca é muito desigual o que causa uma enorme frustração profissional. Algumas das principais queixas de trabalhadores que chegam ao SUS são de insônia, distúrbios de concentração, irritabilidade, dor nas costas, uso irregular de bebida, esgotamento, angústia e ansiedade. A Síndrome de Burnout ou Esgotamento Profissional é uma doença que vem sendo muito discutida nas últimas décadas Ela atinge muitos profissionais, afetando todas as esferas de sua vida, causando esgotamento emocional, falta da sensação de realização, despersonalização do profissional, além de questões fisiológicas como fadiga, distúrbios de sono e problemas gastrointestinais.

Como é possível melhorar esse panorama?

É necessário entender a influência exercida pelo trabalho na saúde mental dos indivíduos para que assim sejam feitas intervenções benéficas tanto dentro da empresa ou mesmo pensadas como políticas públicas de saúde, de forma que o indivíduo não seja obrigado a se adaptar a condições ruins de trabalho pela falta de opção. É importante ter certa atenção nos colaboradores e a forma como têm trabalhado e se relacionado dentro do ambiente de trabalho. Sinais como isolamento, irritabilidade e dificuldade de realizar tarefas podem demandar uma preocupação maior.

A área de recursos humanos nos últimos anos tem passado por transformações, e não mais se restringe a conhecimentos que visam apenas a produtividade e contratações de uma empresa, mas principalmente a qualidade de vida do trabalhador, pensando ações que melhorem a satisfação e realização do colaborador com seu trabalho. Tornar o ambiente mais agradável possível, favorecer a comunicação interna, dar reconhecimento, estimular tomadas de decisão e fazer com que o indivíduo construam uma perspectiva de futuro naquele local são tarefas importantes desse setor para boas condições de trabalho. É importante também fazer com que os colaboradores se sintam seguros e isso pode ser feito através de uma baixa rotatividade da empresa, ou seja, que hajam poucas demissões e admissões de pessoas.

Assim, o local de trabalho pode ser construído e pensado como fonte de autorrealização, construção de laços e desenvolvimento pessoal se pensado de forma coletiva, através da criação de um espaço que possibilite a escuta e a discussão para a construção de um ambiente mais humanizado e que proporcione melhores condições.

Como o ambiente de trabalho pode interferir na saúde mental do trabalhador?

Gabriela Ramos

Gabriela é assessora de Marketing da Insight Consultoria e aluna de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Como o ambiente de trabalho influencia na saúde mental do trabalhador?

A análise da OMS aponta que um local de trabalho considerado “ruim” ou “negativo” pode afetar diretamente na saúde mental dos indivíduos, gerando problemas como alto nível de estresse, transtorno de ansiedade, depressão e até dependência química.

Quais os fatores que interferem na saúde mental do trabalhador?

Fatores de risco para saúde mental no trabalho A agência da ONU lembra que alguns dos principais fatores de risco para a saúde mental de trabalhadores são assédio e bullying, excesso de trabalho, jornadas inflexíveis, ameaça de desemprego, entre outros.

Como o ambiente de trabalho pode acarretar em doenças psicológicas?

Transtornos mentais estão entre as principais causas de afastamento do trabalho. Cobranças excessivas, sentimento de desgaste, falta de reconhecimento, acúmulo de funções, metas inatingíveis, falta de recursos para executar atividades, tudo isso pode levar um indivíduo a desenvolver ou intensificar doenças mentais.

Quais são as influências do ambiente de trabalho na saúde mental e na produtividade?

O raciocínio é básico: se as condições de saúde mental do profissional são afetadas, consequentemente há impactos na produtividade e motivação, a curto, médio e longo prazo. O resultado são o aumento de turnover, absenteísmo, quadros de estresse e até mesmo maior propensão a se envolver em acidentes.